domingo, abril 25, 2021
sexta-feira, abril 23, 2021
... e a propósito...
E eu lembro Jean Ferrat:
C'est une émission formidable
Sur les problèmes de société
Où des héros et des minables
Vous parlent en
toute liberte
Sont-ils victimes
sont-ils coupables
Ce soir voici pour
commencer
Quelques
racketteurs redoutables
Qui font la sortie
des lycées
Ils vont pour vous
se mettre à table
A condition d'être
masqués masques
Un témoignage
inoubliable
Un grand moment de vérité
Ce soir ce soir
Après la roue de la fortune
Les racketteurs les
racketteurs
Sont à la une
C'est une émission
fantastique
Où vous avez un rôle
à jouer
Un rôle moral un rôle
civique
Pour nous aider à
retrouverT
ous ceux dont on
est sans nouvelles
Disparus volatilisés
Ce soir je vous lance un appel
Vous seuls pouvez nous renseigner
Dans quels bas-fonds la malheureuse
A-t-elle un jour pu
s'égarer
A quelles manœuvres très douteuses
A-t-elle fini par se livrer
Ce soir ce soir
Après la roue de la fortune
La main d'ma sœur
la main d'ma sœur
Est à la une
C'est une émission fracassante
Sur les tréfonds d'la société
Une tranche de vie saignante
Que vous ne pouvez pas manquer
Un homme qui a payé sa dette
Vingt ans de prison mérités
Reconstituera en direct
Le crime qu'il a perpétré
Tout ce qui
s'passait dans sa tête
Combien de fric il
a touché
En appuyant sur la
gâchette
Pour refroidir un député
Ce soir ce soir
Après la roue de la fortune
Les assassins les assassins
Sont à la une
C'est une série faramineuse
De grands débats télévisés
De controverses fabuleuses
De face à face sans pitié
Entre qui saigne et qui charcute
Entre bourreaux et tortures
Entre un ripou et
une pute
Un délateur un
dénoncé
Entre un para et un
fellouze
Entre un violeur et
des violées
Et puis comme une
apothéose
Entre SS et déportés
Ce soir ce soir
Après la roue de la fortune
Un PAF obscène un
PAF obscène
Est à la une
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Mais que a tradução (bem difícil), o sentido (bem claro):
A transmissão-espectáculo, em todas as 1, 2, 3, sic's, tvi's, em nossas casas, deste encontro fantástico, inesquecível, formidável e etc., do violador com as violadas, do torturador com os torturados, do carrasco com o condenado, dos assassinos com os assassinados, o inconciliável em concílio, e por aí fora, … como se fosse os grandes momentos de verdade!
Curtas e recortes - 25 de Abril
O 25 de Abril não tem dono, o 25 de Abril foi de todos e é para todos…
Mas… se não tem dono também não é de todos, não é dos
que não quiseram que ele viesse a ser, não é dos que não querem que ele seja o
que foi, e o que ele é!
De documento do PCP sobre o 25 de Abril e comemorações:
“Denunciando acções
provocatórias de cariz fascizante e outras manobras de diversão que visam
animar polémicas estéreis tendo em vista diminuir o alcance e significado das
comemorações do 25 de Abril – sejam os actos oficiais, sejam, em particular, as
de natureza popular – o PCP apela aos trabalhadores, à população, à juventude e
aos democratas para que por todo o País façam da sua participação um momento de
afirmação do que Abril representa de avanço e conquista no plano da liberdade,
dos direitos, e de progresso. Abril comemora-se e defende-se com os que com ele
estão identificados e não com os que o pretendem destruir.
O PCP reafirma o seu
total empenhamento e compromisso com os valores de Abril, profundamente
enraizados no povo português. É pela sua afirmação, defesa e aprofundamento que
se construirá o caminho para um Portugal mais desenvolvido, justo e soberano.”
O poder das narrativas ou narrativas de um poder
Uma reflexão de que se recomenda, vivamente, a leitura... e a reflexão:
segunda-feira, abril 19, 2021
TáVisto
Lembrar
Foi no passado domingo e num canal pouco frequentado, o AXN, presumivelmente só visitado por uma minoria de telespectadores, para mais a meio da tarde, que foi transmitido «Resistentes», filme de Edward Zwick. Era, mais uma vez, uma estória situada durante a Segunda Guerra Mundial, ficção tristemente verosímil, com a brutalidade nazi a ser contestada por acções de resistência. Nada de novo, dirá quem porventura já esteja saciado de narrativas protagonizadas pelos crimes nazis e pela coragem dos que contra eles se organizaram. Essa eventual saciedade, porém, implica algum risco: não esquecer os crimes é a primeira condição para que eles não se repitam, e quem porventura prefira que «falemos de outras coisas» por este assunto já ter sido suficientemente abordado pode estar à beirinha de lhes facilitar uma reedição. Tem sido lembrado, mas nunca excessivamente, que o nazifascismo foi (ou mais exactamente, é) uma serpente que nunca chegou a ser exterminada de modo a impossibilitar uma indesejável ressurreição. Ou de outro modo: que nunca os ovos dessa serpente foram eficazmente destruídos.
Ajudar a memória
Combate à corrupção e à criminalidade económico-financeira
1
Parte inferior do formulário
15 Abril 2021, Assembleia da República
Propostas
do PCP para o combate
à
corrupção e à criminalidade económico-financeira
«(,,,) Desde Fevereiro de 2007 que o PCP tem vindo a propor a criminalização do enriquecimento injustificado. Ao longo de vários anos e legislaturas, as propostas do PCP contaram sempre com os votos contra do PS, do PSD e do CDS.
Na XII
Legislatura, o PSD passou, alegadamente, a defender a criminalização do
enriquecimento ilícito, fazendo-o sempre, no entanto, com a aprovação de
soluções que foram declaradas inconstitucionais. Na parte final dessa
Legislatura, em 2015, o PSD, mesmo conhecendo a jurisprudência do Tribunal
Constitucional, rejeitou a proposta do PCP e insistiu, com o apoio do CDS, numa
proposta que sabia de antemão que seria declarada inconstitucional. Foi o que
veio a acontecer.
O PCP
reitera a sua convicção de que a criação de um tipo criminal de enriquecimento
injustificado poderá ser um elemento de grande importância para a prevenção e
detecção de crimes de corrupção e que é possível encontrar uma solução que não
seja violadora de princípios e normas constitucionais.
O que
o PCP propõe é a criação de um dever geral de declaração às Finanças de quem
disponha de património e rendimentos de valor superior a 400 salários mínimos
nacionais mensais, e posteriormente, um dever de declaração sempre que esse
património registe um acréscimo superior a 100 salários mínimos, havendo nesse
caso o dever de justificação da origem desse enriquecimento. A criminalização
incide sobre a omissão dessa declaração e da justificação da origem desse
acréscimo patrimonial. O bem jurídico tutelado é a transparência da aquisição
de património e de rendimentos de valor significativamente elevado.
O
acréscimo patrimonial não constitui, em si mesmo, qualquer presunção de
ilicitude. O que se sanciona como ilícita é a ausência de declaração ou da
indicação de origem do património e rendimentos, o que a ser corrigido implica
a dispensa de pena.
A criminalização é agravada no caso dos titulares de cargos políticos (…)
2
no espaço público e em política no Público de 16.04, tratava-se em profusão do tema, entre outros com opinião do Presidente do GP do BES e um espaço partilhado por notícia sobre PCP e Chega (este com foto):
no Público de 17.04, perdido nas Cartas ao Director podia ler-se:
e, noutra página - em Público & Notório, uma gracinha muito destacada nada inocente, insistente e indecente:
sexta-feira, abril 16, 2021
quinta-feira, abril 15, 2021
Malhas que o império tece...
- Nº 2472 (2021/04/15)
Teias
Vivemos tempos perigosos, de potencial catástrofe desencadeada pelo imperialismo. Mas o jornal online do BE decidiu divulgar um texto com o polido título «O “anti-imperialismo” dos imbecis». Tenta-nos convencer que, se anteriores guerras dos EUA eram más, na Síria há uma genuína revolta popular.
A sério? Segundo o actual Presidente dos EUA, os aliados dos EUA no Médio Oriente «despejaram centenas de milhões de dólares e milhares de toneladas de armamento a todos quantos combatessem Assad. Mas quem estava a ser apoiado era a al-Nusra e al-Qaeda e os elementos extremistas do jihadismo vindos de outras partes do mundo». Foi assim, segundo Biden, «que surgiu o ISIS» (CNN, 6.10.14). Biden nomeou a Turquia e os Emirados. Calou o papel dos EUA e Israel. Mas o New York Times (2.8.17) informa sobre a «guerra secreta da CIA na Síria» com «um dos mais caros programas secretos da história» que durante 4 anos custou mais de mil milhões de dólares para «armar e treinar rebeldes sírios», tendo «algumas das armas fornecidas pela CIA acabado nas mãos dum grupo rebelde ligado à Al-Qaeda». Trump, no seu estilo, afirmou que «vamos ficar com o petróleo» da Síria (ABCnews, 28.10.19). Por maiores que fossem as razões de protesto, é isto uma genuína revolta popular?
Isto é o programa de sempre de subjugação imperialista. Documentos dos serviços secretos anglo-americanos revelam planos de 1957, antes de Assad ou seu pai serem Presidentes, para «financiar um “Comité Síria Livre” e armar “facções políticas com capacidade paramilitar”» enquanto «a CIA e o MI6 instigavam levantamentos internos» e «encenavam falsos incidentes de fronteira» para criar «um pretexto para uma invasão da Síria» (Guardian, 27.9.03). O General Wesley Clark revelou que em 2001 havia planos para «abater sete países em cinco anos», entre os quais a Síria.
O texto promovido pelo BE ataca «meios de comunicação social e jornalistas pouco recomendáveis» por «difundir propaganda perniciosa e desinformação». Coincidência ou não, tem data de 27 de Março, 16 dias após uma importante Declaração denunciando «preocupantes desenvolvimentos que lançam sérias e sustentadas suspeitas» sobre a investigação da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPCW) do alegado ataque químico em Douma, que serviu de pretexto para bombardeamentos da Síria pelos EUA, Reino Unido e França (couragefound.org). A lista de subscritores é digna de registo. Além do primeiro Presidente e quatro outros funcionários importantes da OPCW, há gente marcada pelas anteriores mentiras das guerras imperialistas. Como os ex-vice Secretários Gerais da ONU Denis Halliday e Hans von Sponeck, que se demitiram pelas sanções contra o Iraque anteriores a 2003; o Coronel Wilkerson, ex-Chefe de Gabinete de Colin Powell, MNE dos EUA no tempo das patranhas sobre o Iraque; e um ex-Chefe de Estado Maior da Marinha de Guerra do RU, Lord West of Spithead. Esta extraordinária Declaração foi silenciada na comunicação social de regime. Se a conhecemos, muito se deve aos meios que o texto publicado pelo BE ataca. Tal como a entrevista do ex-Embaixador inglês na Síria (thegrayzone.com, 20.3.21).
quarta-feira, abril 14, 2021
O primeiro astronauta - Iúri Gagárin
A viagem de Gagárin na imprensa portuguesa há 60 anos
- Detalhes
A 12 de Abril de 1961, Iúri Gagárin foi o primeiro ser humano a ir ao espaço. Em Portugal, sob a ditadura fascista, o histórico acontecimento foi notícia na imprensa diária. Ana Catarina Almeida, com a colaboração de Silvestre Lacerda, aborda a forma como essa cobertura foi feita.
A viagem de Gagárin
vista pela imprensa portuguesa
Por Ana Catarina Almeida, licenciada na URSS (Relações Económicas Internacionais, em Kiev, 1985-1991)
a partir de imagens pesquisadas por Silvestre Lacerda, director-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas
«Vamos!» «Поехали!»
Foi a 12 de Abril de 1961 que Iúri Gagárin pronunciou esta frase, a bordo da nave Vostok, lançada do cosmódromo de Baikonur. Com apenas 27 anos, era o primeiro ser humano a ir ao espaço. Gagárin completou uma volta completa ao planeta em 108 minutos, a uma velocidade de 28 mil km/h.
O êxito desta missão deveu-se, em grande parte, ao talento do engenheiro-chefe Serguei Koroliov, que dirigia o programa espacial soviético.
Com o lançamento da Vostok, a URSS ganhava uma batalha na corrida espacial.
Devido ao enorme risco, a missão não foi tornada pública antes do seu lançamento.
O governo da URSS preparou antecipadamente três versões sobre o lançamento de um homem ao espaço, que enviou à TASS em três envelopes fechados. Apenas um deveria ser aberto e os restantes destruídos: um, para o caso de o cosmonauta regressar sem vida; outro, em caso de perigo que obrigasse a uma aterragem de emergência; e um terceiro, confirmando o sucesso da operação.
Foi esta a mensagem divulgada pela TASS e que se espalhou por todo o mundo 55 minutos após o início do voo.
Fonte: https://tass.ru/spec/gagarin
E em Portugal?
Em 1961 Portugal vivia sob a ditadura de Salazar. Quase a totalidade dos artigos reproduz notícias divulgadas pelas agências da época: EFE, ANI, FP e APN.
Na primeira página da sua edição de 13 de Abril, o Século trazia: «O Homem venceu o espaço – Pela primeira vez um astronauta girou em voo livre à volta da Terra à altitude mínima de 175 km e máxima de 302. Foi um jovem major da aviação russa quem viveu a espantosa aventura que durou apenas 108 minutos».
A notícia foi ilustrada com uma fotografia de Gagárin e a legenda «Foi assim vestido que Yuri Gagarin fez a sua viagem ao espaço».
No dia 14 de Abril, o jornal volta a pegar na notícia, desta vez com o título «A Rússia homenageia hoje o major Gagarin, herói do cosmos, que ao lado de Khruschtchev assistirá a um desfile militar na Praça Vermelha, em Moscovo», o qual será «um desfile gigantesco, em homenagem ao herói soviético, major Gagárin».
A partir do arquivo de O Século incorporado na Torre do Tombo, consultando as provas que eram enviadas à Direção dos Serviços da Censura, podemos verificar que parte desta notícia foi censurada.
O jornal menciona também «vários mistérios e outras perguntas sem resposta acerca da proeza do cosmonauta Gagarin», como o momento da captação da fotografia que foi divulgada na TV soviética, sobre a visibilidade para o exterior a partir da Vostok ou sobre o momento de publicação do comunicado.
Continua O Século com uma pequena notícia, citando o «New York Daily News», a especular que a origem do cosmonauta não seria proletária mas aristocrática (neto de um príncipe russo) e por isso olhado com desconfiança.
Talvez por isto a PIDE tenha censurado também a publicação de uma fotografia de Gagárin com os pais, difundida pela APN (agência Novosti).
Fonte: APN (frente e verso da foto, com legenda e anotações)
Dia 12 de Abril de 1961 o vespertino Diário de Lisboa titula na sua primeira página «Um astronauta russo regressou vivo à Terra após primeira viagem no cosmos».
Nesse mesmo dia, no âmbito de uma reunião do grupo de trabalho «Aero Space Medical Panel», formado por cientistas da NATO especializados em medicina aeronáutica e do espaço, é realizada uma conferência de imprensa. Perante a pergunta de um jornalista, é confirmada por um perito a notícia do envio de Gagárin para o espaço.
A noticia é desenvolvida noutra página: «Os Estados Unidos foram o primeiro país a felicitar a Rússia pelo feito dos seus cientistas».
No dia 14 é publicada a primeira foto de Gagárin, acompanhada de um desenho da nave
Diário Popular
A 12 de Abril de 1961 o Diário Popular, também vespertino, destaca na primeira página: «O primeiro astronauta (o major russo Gagarine) deu a volta ao mundo num “sputnik” em órbita».
No dia 13 de Abril, traz novamente o tema à primeira página, com o título «Primeiro homem no espaço atravessou a Ásia num quarto de hora e a África em 6 minutos».
No dia 13 de Abril podemos ler no Jornal de Notícias: «O primeiro astronauta lançado pela Rússia no espaço fez um voo em volta da Terra e desceu num local previamente fixado».
A manchete é publicada sem foto. Na última página, o jornal desenvolve a notícia sobre o significado da viagem espacial e sobre a «luta de competição dos americanos com os russos».
Com chamada na primeira página, no dia 14 de Abril escreve na última página sobre a «Reconstituição hipotética da viagem de Gagarine à volta da Terra».
Descrevendo a viagem, diz o jornalista: «Como pode Gagarine observar a Terra, que viu inculpada num grande arco de círculo azulado, as florestas, os rios e as grandes cidades, o céu negro? No passado, os cientistas soviéticos nunca tinham aludido a uma vigia na cápsula da nave cósmica que imaginávamos estanque e cega».
Logo, descreve um desenho da Vostok publicado pela imprensa soviética, com um passageiro dentro da cabine, «munida à altura da cabeça do astronauta de um “cinto vigia” circular que permitia ao passageiro deitado com as pernas dobradas em “S”… fazer observações em todas as direcções».
Termina o artigo referindo mensagens de felicitações enviadas a Khruschtchov pelo presidente francês De Gaulle e pelo PM britânico Harold Maxmillan.
Ainda no dia 12 de Abril, O Primeiro de Janeiro publica uma pequena nota: «Os russos preparam lançamento duma nave espacial com um homem a bordo», fazendo referência a uma declaração de Kuznetsov, no dia 11, em Moscovo, dizendo que o «lançamento de uma nave espacial com um homem a bordo terá lugar provavelmente num futuro próximo».
No dia 13 de Abril, na primeira página, destaca em título: «Um cosmonauta soviético deu a volta completa à Terra, numa nave espacial, e foi recuperado vivo após 1 hora e 48 minutos de voo».
No interior do jornal, há uma descrição do voo e a sua reconstituição, assim como uma pequena biografia do cosmonauta.
Diário da Manhã
No dia 13 de Abril o jornal alinhado com o regime fascista noticia: «Foi lançado com êxito um foguetão espacial da URSS tripulado por um major da aviação soviética». A notícia não foi acompanhada de foto.
segunda-feira, abril 12, 2021
Reflexões lentas (na manhã... que é quando começa o dia)
De manhã, que é quando começa o dia.
12.04.2021
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No novelo em que se quer enredar todo o mundo (como se
este fosse ninguém), vislumbra-se a fulanização obcecante como mãocheias de poeira
atiradas aos olhos e camadas de cera despejadas nos ouvidos dos viventes.
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Sócrates, Ivo Rosa e a Justiça que s’acusa e prescreve,
Erdogan, Ursula e Michel e a dança das 2 cadeiras mais 2 sofás para 2 mais 2,
isto é, para 4… e os parentes europeus na lama, dominaram as notícias, ainda
com a ajudinha do finamento de um consorte que chegou aos 99 anos.
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E, só de portugueses, os 10 milhões e tal, apesar da
queda da natalidade que mais trambulhou?, e os 7 mil e muitos milhares de milhões
espalhados pelo mundo todo, umas centenas à briga por acesso a vacinas e multidões
à espera do que sobre?, e a Ukrania, com um comediante em Chefe de (de/em que?)
Estado a declarar guerra à Rússia e a contribuir para uma situação
internacional verdadeiramente explosiva?, e as imagens violentíssimas, incendiárias,
repetidas dias após dias, em fundo de notícias sobre as manifestações numa das
Irlandas (ou nas 2?), por causa do Brexit e está tudo dito?, e aqui, no
cantinho inferior esquerda (que, aliás, preside a uma Europa entre aspas e
salve-se quem puder) o incrível mas verdadeiro alastramento dos pobres
empregados ou, melhor, dos empregados mas pobres, se não a caminho de fomes?, e
etc!...
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Sim, tudo isto é triste (e perigoso)… além de ser
fado, mas é tão-só (tão-só!) o cenário à frente do qual se movimentam os
protagonistas, os Sócrates, os Ivos, os Rosas, os Costas, os Rios (de gente…),
os (por)Ventura, as descobertas Susanas por unanimidade, os inventados Zelenkis
que não têm Putin por onde se lhes pegue, mas logo recebem o apoio de Binden,
nata da NATO.
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Está o mundo roto e chove como na rua (ontem choveu!).
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Mas, oh!, meus amigos desgraçados (diria o Manel da
Fonseca):
Ó meus amigos desgraçados
se a vida é curta e a morte infinita
despertemos e vamos
eia!
vamos fazer qualquer coisa de louco e heróico
como era a Tuna do Zé Jacinto
tocando a marcha Almadanim!"
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Não se pode deixar que matem a Tuna.
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É preciso gritar bem alto, para que oiça quem tem de
ouvir, ver e fazer:
Que o Sócrates não está sozinho (tadinho), está bem
acompanhado (como quem diz…) pela banca privada e fraudulenta, pela privatizada
EDP e seus negócios-do-outro-mundo, pelas construtoras de um Algarve para os “beefs”
velhinhos e de um Portugal para os portuguesinhos, por amigos para todas as ocasiões,
e por aqui se fica...
Que Erdogan, não sendo nenhuma prenda
(bem pelo contrário!) tem que muito se lhe diga que não quanto ao protocolo
diplomático, um imbróglio caricato que veio ocupar espaço informativo e incómodo
(para quem?) de berbicachos, que é como se alcunham negociatas com vacinas, ou vacinegócios,
ou negócinas, além de denúncia da escabrosa obrigação de uns se submeterem a
regras comunitárias enquanto outros germanofilam bilateralmente.
Que existe um real perigo por detrás de fanfarronadas de
bufão, associadas a bloqueios e sanções a quem não cumpre os direitos humanos
na versão estado-unidense que se está borrifando para as Nações Unidas (unidas?,
só se for à volta da nata da NATO).
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E basta!... evitando conjugar o verbo chegar.
&-----&-----&
Isto é para não desaustinar.
(...)
quinta-feira, abril 08, 2021
... eleito em listas da CDU...
extracto de quase-diário:
07.04.2021
Li o Público e
começo este caderno como acabei o anterior… com algum pasmo e indignação.
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Seja objectivo!: a notícia tem o título Ex-presidente da Câmara da Vidigueira
acusado de crimes de peculato e especulação.
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da Vidigueira?... fui ver e logo confirmei, lá estava, no começo do artigo com relevo para identificação, “…
eleito em lista da CDU…” e seguia a lista das malfeitorias (que são
bastantes e, a meu critério, bem graves).
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Nos parágrafos finais, fica-se a saber (quem lá
chegar…) que foi expulso do PCP, esteve ligado a uma lista de independentes em
2017 e, na última frase (parece) que encabeçará uma lista apoiada pelo PSD.
&-----&-----&
Tudo em su sítio... informando as gentes.
O transporte ferroviário e a sua importância
João Ferreira e Sandra Pereira no País em defesa da ferrovia
Os deputados do PCP no Parlamento Europeu (PE) participaram em iniciativas e contactos para dar voz à exigência de que o investimento na ferrovia sirva a reconstituição de um sector nacional que responda às necessidades de desenvolvimento soberano e de mobilidade popular.
Urge investir na indústria e nas infraestruturas e reconstruir um sector público
Este objectivo foi vincado por João Ferreira numa declaração política, dia 31 de Março, a propósito do «Ano Europeu do Transporte Ferroviário», que a semana passada teve o seu início. O deputado no PE e dirigente comunista sublinhou, por isso, que «mais do que a mera sensibilização da população para a importância deste meio de transporte», a euro-jornada «deve servir para uma reflexão sobre a situação em Portugal, indissociável do enquadramento fornecido pelas políticas da União Europeia (UE)» e, nesse sentido, apontou «causas e responsáveis pelo desinvestimento e degradação da ferrovia, assim como as perspectivas que se colocam ao País neste domínio».
Quanto ao primeiro aspecto, João Ferreira considerou que as orientações da UE, «conduzidas no plano nacional pelos protagonistas da política de direita – PS, PSD e CDS» arrastaram «o sector ferroviário para a desarticulação e minimização que hoje evidencia».
Contas feitas, «perderam-se 1200 km de caminho-de-ferro e 20 mil postos de trabalho, fábricas foram fechadas e a CP, grande empresa pública nacional, foi desmembrada». O desinvestimento e degradação do sector também são mensuráveis se se lembrar que «desde 2003 não se compra um comboio em Portugal», pese embora «se preveja o fim do tempo de vida de muito do material circulante nos próximos 1 a 15 anos», acrescentou o deputado do Partido em Estrasburgo, para quem, «não obstante alguns passos positivos mais recentes – inseparáveis da iniciativa do PCP e da luta dos trabalhadores e das populações –, como a redução tarifária e a reversão de parte do desmembramento da CP, as necessidades que persistem sem resposta são estruturais e de monta».
Arrepiar caminho
O caminho que se impõe passa, por isso, por «recuperar a indústria ferroviária e o investimento nas infra-estruturas, reconstruindo um sector público, uno e de dimensão nacional», ao invés de aprofundar a mercantilização e liberalização do sector, com as consequências conhecidas ao nível da secundarização das necessidades do nosso povo e dos interesses do País, salientou ainda João Ferreira, que a propósito lembrou que «as conclusões de um relatório recente do Conselho Económico e Social Europeu (CESE)» afirmam que «três décadas de “mercado ferroviário” e de “harmonização técnica” não produziram os resultados ambicionados», e que, no mesmo texto, «a Alemanha e a França – que impuseram a desintegração do sistema ferroviário em países periféricos como Portugal, optando eles próprios por não a fazer – são apontados como os países europeus mais bem-sucedidos na ferrovia».
«É essencial que os fundos, nacionais e europeus, disponíveis para o investimento na ferrovia se orientem para o objectivo de reconstituição de um sector ferroviário nacional que responda adequadamente às necessidades de desenvolvimento soberano do País e assegure o direito das populações à mobilidade, num quadro de promoção de melhorias ambientais e de uma efectiva coesão económica, social e territorial», insistiu o dirigente comunista, antes de reiterar que «a modernização de infra-estruturas e do material circulante, a par da contratação dos trabalhadores necessários, devem ser articuladas com a incorporação de produção nacional, dinamizando a indústria de construção e manutenção». O que não dispensa «uma CP una e pública integrando a gestão das infra-estruturas e a operação de transporte de mercadorias e de passageiros».
Alentejo em foco
No dia 1 de Abril, João Ferreira esteve no Litoral Alentejano em iniciativas em Luzianes, Sines e Alcácer do Sal, onde denunciou a situação de populações condenadas por PS, PSD e CDS a «ver passar os comboios» e potencialidades económicas desperdiçadas pela carência ou mesmo inexistência de um serviço de transporte pesado na região e entre esta e Setúbal.
Já a deputada do PCP no Parlamento Europeu, Sandra Pereira, esteve no passado dia 29 de Março em Évora e no Alandroal em encontros e visitas a locais de passagem da linha ferroviária Sines-Elvas (Caia). Acompanhada, entre outros, por Carlos Pinto Sá, presidente da Câmara Municipal de Évora, e Carlos Reforço, do Grupo de trabalho da Direcção Regional do Alentejo do PCP para as infra-estruturas e mobilidade, Sandra Pereira defendeu a importância da reactivação, recuperação e ampliação da rede ferroviária na região, bem como da criação da plataforma de Évora com ligações capazes de potenciar o transporte de mercadorias e matérias-primas para Vendas Novas, Alandroal, Borba, Estremoz e Vila Viçosa.
Sandra Pereira esteve, também, na manhã desse mesmo dia, tal como o deputado do Partido na Assembleia da República, João Dias, no distrito de Beja, onde a Organização Regional do PCP chamou à atenção para o indispensável investimento na ferrovia na região.
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Dois aponta mentes
- A lembrança da luta nos anos 90, no PE.
rede trans-europeia - ligação fronteira França-Espanha - Galiza - Porto-Lisboa-Algarve
com ligação a outro traçado Lisboa-Madrid - fronteira Espanha-França
- A (des)importância crescente do Entroncamento,
no distrito de Santarém
S.R.