domingo, janeiro 31, 2010

De conceito estratégico em conceito estratégico... - 1

Na sessão promovida pelo CPPC para assinalar os 60 anos da criação do Conselho Mundial da Paz houve interessantes intervenções. Do presidente do CPPC e de representantes de movimentos pela Paz alemães, belgas, espanhóis, cipriotas, checos, sérvios, de um grego da Direcção do CMP, e testemunhos de seis portugueses, também ligados ao movimento pela Paz, membros da Presidência do CPPC.
Como seria inevitável, muito se falou da NATO e da reunião do próximo mês de Novembro, em que se intenta definir um novo conceito estratégico para a organização.
Irei deixar, daqui até Novembro, algumas reflexões sobre esse novo conceito e a sua eventual adopção em Lisboa (ai!, Lisboa... como estão a usar o teu nome, como ele ficará na história...), começando já por sublinhar que, Portugal está entre os Estados fundadores da NATO, sendo então um Estado fascista acolhido como parceiro de impoluta democraticidade.

Membros da OTAN na Europa por data de entrada

Estados membros
Membros fundadores

Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e Reino Unido (4 de abril de 1949).
Adesões durante a Guerra Fria
Grécia e Turquia (18 de Fevereiro de 1952), Alemanha Ocidental (9 de Maio de 1955) e Espanha (30 de Maio de 1982).
Adesões após 1990
Alemanha Oriental (reunificada com a Alemanha Ocidental, 3 de Outubro de 1990), República Checa e Polónia (12 de Março de 1999), Bulgária, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Letónia, Lituânia e Roménia (29 de Março de 2004), Albânia e Croácia (1 de Abril de 2009).

No simpósio Contra a guerra - 60 anos de luta pela Paz, comecei assim o meu testemunho (o único de que tenho documento escrito):

«Estamos em anos de efemérides.
No fim da guerra de 39-45 aconteceu muita coisa. Hiroshima e Nagasaki, as Nações Unidas e Bretton-Woods, a NATO e o Conselho Mundial da Paz.
Estamos nas comemorações sexagenárias… melhor se diria: do que deve ser assinalado. Contra a Paz e na luta pela Paz.
A criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte, de Estados capitalistas com claro carácter militarista e o desígnio de ser uma frente de oposição e de agressão aos países que tinham enveredado pela via do Socialismo, antecedeu de poucas semanas a do Conselho Mundial da Paz, instituído por organizações do movimento pela Paz, pela coexistência pacífica e pelo desarmamento nuclear.
Sendo certo que o movimento pela Paz não começou com o CMP, a sua criação é facto assinalável e merecedor de comemoração.
Apenas um apontamento sobre o tempo que foi o de uma geração que passava da adolescência para a idade adulta, regista-se a cronologia das efemérides NATO, CMP, Pacto de Varsóvia, este apenas em 1955, embora se persista na despudorada manipulação de que a NATO foi a resposta do Ocidente à criação desse Pacto. Aliás, após o desaparecimento deste, a NATO já estendeu o Atlântico Norte até ao Afeganistão e arredores, oceânicos ou não. (...)»

5 comentários:

Fel de cão disse...

Essa reunião deve ter sido interessante...A NATO nunca existiu. O que existe, e existiu, é o Imperialismo Americano...que, já teve muitos nomes...Nato é apenas um deles...O Pacto de Varsóvia já lá vai. Lamento ter de fazer este comentário mas gosto de tratar os bois pelo nome.

Sérgio Ribeiro disse...

Carro Fel de cão, claro que o Pacto de Varsóvia já lá vai. Como eu disse... desapareceu. Mas, como também pode ler no meu testemunho,
teve intervenção significativa no início do processo que serve de base a esse testemunho.

Abraço

Maria disse...

Foi uma reunião muito interessante. Aprendi mais. Hoje sei mais do que foi feito no meu país pela Paz do que sabia antes. E deu para refrescar memórias.
Importante seria que se fizessem mais debates sobre este tema, mais alargados, em mais cidades, porue os tempos que se avizinham não são fáceis. E eles 'andem aí'...

Um abraço, já aqui ao pé da lagoa...

Antuã disse...

E a comunicação social muito plural nada.

Sérgio Ribeiro disse...

Meus caros amigos, quando dos 60 anos da NATO, a comunicação social foi convocada e fez grande alarido, e muito mais teremos para a reunião de Novembro, em Lisboa; nos 60 anos do Conselho Mundial da Paz.. não vi nada em lugar nenhum, a não ser no avante!
Pela guerra, tudo!, e mentira...; pela Paz, nada!, e silêncio para as verdades.

Abraçs