Acabados os meses, o manda-chuva ainda tinha mais duas páginas. Uma, esta, quase toda cheia com um artigo sobre agriculturam, "a arte de empobrecer alegremente", que teria perdido esse "monopólio" num país em que o povo parece estar condenado a empobrecer (alegremente?, resignadamente?) por aqueles que nnunca empobrecem... Mas que é um povo que "aguenta", que resiste, e que, de tempos em tempos, tem assomos revolucionários e sacode a canga. De "brandos costumes"? Não se trata disso. De clima aparentemente ameno...
A penúltima página de O Manda-Chuva marca a sua posição de publicação predominantemente voltada para a terra e as gentes, num País ainda com a marca do sub-desenvolvimento gravada pelo não-racional e não-socialmente aproveitamento dos recursos naturais da terra, embora algum se verificasse do mar e da situação geográfica com estaleiros e alguma indústria a começar. Era um País a ser, aqui, com os de cá, aqui. E o 25 de Abril abriu portas para esse País! Portas abertas que parecem servir para que os portugueses abalem da sua terra, sem ser "de salto" como era então (a que, hipocritamente, se fechava os olhos e castigava, e que, hoje, cinicamente, se aconselha e estimula).
Mas essa penúltima página não estava toda cheia. Tinha ainda, além do anúncio às Oficinas Gráficas do "Notícias da Amadora", outro local de luta e resistência, ficando a saudosa lembrança do Orlando Gonçalves - com quem fiz a última viagem até às prisões fascistas, já em Abril de 1974 -, duas citações. Uma de José Marti e mais uma quadra de António Aleixo.
,
2 comentários:
" AS PORTAS QUE ABRIL ABRIU, NINGUÉM MAIS AS FECHARÁ".
Combatemos a resignação. Temos tantos exemplo, entre muitos os citados por esse "Manda-Cunva".
Um beijo.
E ali estava o Aleixo (e um punhado de gente no Manda Chuva) a combater. Com a verdade. E a dose certa de "loucura" que era necessária...
Abraço.
Enviar um comentário