quinta-feira, fevereiro 07, 2013

OUTRA INFORMAÇÃO - Não esquecer!

  • Jorge Cadima 
  • As alianças entre troikas internas e externas têm raízes históricas


Stalinegrado

No dia 2 de Fevereiro passaram 70 anos da vitória do Exército Vermelho em Stalinegrado. Foi o ponto de viragem na II Guerra Mundial. O até então invencível 3.º Reich começou aí o recuo que apenas terminaria com a libertação de Berlim pelas tropas soviéticas. As baixas alemãs em Stalinegrado totalizaram «milhão e meio de oficiais e homens, quase 3000 tanques [...] e 4400 aviões – um quarto de todas as forças inimigas que combatiam na frente sovieto-alemã» (em «A Grande Guerra Patriótica», Planeta Publishers, Moscovo 1985). Ainda vinha muito longe o desembarque na Normandia.
A passagem do tempo acaba por fazer parecer inevitáveis acontecimentos cujo desfecho poderia ter sido diferente. No início da batalha de Stalinegrado, em Agosto de 1942, o nazi-fascismo dominava a Europa, de Lisboa às portas de Moscovo, da Noruega à Grécia. A sua ascensão e expansão contara, desde o início, com simpatia e colaboração activa nas classes dominantes, aterrorizadas com a perspectiva dum desfecho revolucionário para a grande crise que, desde a I Guerra Mundial abalava, sob formas diversas, o capitalismo. Não só em Itália, Portugal, Espanha ou Alemanha, mas também nas «democracias liberais» de França, Inglaterra e EUA, parte importante das classes dirigentes eram filo-fascistas. Apoiavam Mussolini, Franco e Hitler. Em França, chegaram a colaborar activamente na ocupação do seu país pelos nazis, seguindo o exemplo de 1871, quando a França burguesa se rendeu à Prússia (contra quem desencadeara a guerra!) para esmagar o povo e a Comuna de Paris. As alianças entre troikas internas e externas para esmagar o povo têm raízes históricas profundas.
A URSS teve de suportar quase sozinha a investida militar da máquina de guerra hitleriana. O Prof. Adam Tooze escreve no seu livro «The Wages of Destruction» (Penguin Books, 2007): «nunca antes, nem depois, se travou batalha com tanta ferocidade, com tantos homens e numa frente de batalha tão extensa». Se a URSS foi capaz de resistir e vencer, foi porque o seu povo deu provas de uma coragem e espírito de sacrifício inexcedíveis. Porque o seu Partido Comunista e a sua direcção política não fraquejaram nem desertaram (como tantos outros). E também porque, através dos seus Planos Quinquenais, a URSS se havia transformado numa grande potência industrial, capaz de travar uma guerra moderna. Como escreve o Prof. Tooze: «Apesar de ter sofrido perdas territoriais e um desmembramento de que resultou uma quebra de 25% no Produto Nacional total, a União Soviética foi capaz, em 1942, de produzir mais que a Alemanha em quase todas as classes de armas. […] Foi esta superioridade industrial, contrária a todas as expectativas, que permitiu ao Exército Vermelho primeiro absorver a segunda grande investida da Wehrmacht e depois, em Novembro de 1942, lançar toda uma série de contra-ataques devastadores. […] O milagre soviético não se deveu à ajuda ocidental. [Os empréstimos do] lend-lease só começaram a pesar […] em 1943». Deveu-se sim à superioridade demonstrada pelo sistema socialista para mobilizar todos os recursos nacionais para o objectivo supremo de derrotar a invasão hitleriana.
As monumentais trapaças históricas da União Europeia, equiparando fascismo e comunismo, são hoje dogma oficial de burguesias decrépitas que procuram pela mentira esconder o seu filo-fascismo histórico. Mas não conseguem apagar a verdade dos factos. Os povos de todo o mundo devem muito aos heróicos combatentes soviéticos de há 70 anos. Viva o glorioso Exército Vermelho!

2 comentários:

Jorge Manuel Gomes disse...

Relembrar para não esquecer.

Muito bom artigo.

Um abraço Camarada, desde Vila do Conde,

Jorge

Graciete Rietsch disse...

Não podemos esquecer nem Stalinegrado, nem tudo o que devemos ao socialismo soviético.

Um beijo.