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… mas é assim a vida!
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A vida, e as eleições, e a actividade política.
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Nelas estamos. Na vida, nas eleições, na actividade política.
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E começo por insistir na afirmação prévia (e persistente) de que a tal actividade política não se reduz às eleições e respectivos períodos, de trabalho preparatório, de campanha, de voto, de contagem e análise.
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Embora sejam um sinal muito significativo, e actos com efeitos determinantes.
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Mas têm de ser encarados, apenas, como uma parte da democracia, e da democracia representativa.
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Repeti-lo-ei até à exaustão, esperando nunca chegar a esta.
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A democracia, para o ser, tem de ter uma vertente participativa, que vai muito para além do acto de escolher quem nos represente, a nós cidadãos, nas ditas instâncias ou instituições do poder.
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Repeti-lo-ei até à exaustão, mesmo que a voz me doa..., a exemplo da distinção entre o verbo ser e o verbo estar, da “original” definição de juventude (e de velhice).
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E os actos eleitorais (e suas fases) podem até, ao invés de servir e fortalecer a democracia, ser instrumentos que, objectivamente, a combatem e diminuem.
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Escrevi – e sublinhei – “objectivamente” porque isso pode acontecer, ou por vontade (subjectiva) de que assim seja, ou por perversão de boas intenções (ainda que apenas afirmadas e propaladas).
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Confrontamos – todos! –, neste período de preparação das autárquicas, a ilustração do que quero dizer.
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As questões financeiras e a burocracia de que se rodeia esta fase, estendida pela da campanha, têm consequências contrárias a um caminho de democratização, quer representativa, quer participativa.
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São de tal ordem as exigências que se vêm somando, algumas com uma capa de muito saudáveis intenções democráticas, que contribuem para as desigualdades objectivas, a profissionalização não militante, e para a desmobilização.
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A algumas dessas exigências, ou à forma que tomam, só podem responder partidos i) com uma organização militante (com verdadeiros sacrifícios pessoais) muito forte, ou
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ii) grandes máquinas de aparelhos partidários profissionalizados, e com capacidade de acesso a recursos a que raríssimos podem recorrer (e alguns, se pudessem, não deveriam).
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É gritantemente visível a diferença de meios!, basta olhar para as rotundas… e as exigências de controlo financeiro em nada estarão a contribuir para a diminuir, antes quase impedem as forças políticas que não são do «arco do poder (económico-financeiro ou do “arco da velha”)» de concorrer em todo o lado a que poderiam se tais exigências – assim postas – não existissem.
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(ainda esta semana, tive de participar, pessoalmente, na abertura de contas bancárias com todas as deslocações e todo o rol de formalidades que tal exige).
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Mas, para não me alongar demasiado, vou deixar – aqui nos “dias de agora” e onde entenda útil – uma anotação sobre a “questão da paridade”.
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Prezo-me de ter estado sempre (desde os anos 60, pelo menos) na frente de luta contra a discriminação pelo sexo e servindo a exploração do ser humano por outros seres humanos,
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pelo que só posso apoiar as intenções de se criarem condições para que sejam mais mulheres a participar na vida política (representativa ou participativa).
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No entanto, a imposição da regra dita “da paridade”, com a exigência de não haver três candidatos seguidos do mesmo sexo pode ter consequências perversas pelas dificuldades que pode levantar à formação de listas nalguns sítios.
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Poderia abundar em exemplos, até pessoais mas, por agora, fico-me por aqui.
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Com um fundo sentimento de solidariedades para com todos os/as camaradas e companheiros/as que sacrificam a totalidade do fim-de-semana para que amanhã as listas estejam em condições de ser entregues nos tribunais.
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5 comentários:
Pois é, as coisas não aparecem feitas, há sempre quem se sacrifica para que o necessário seja feito a horas! A minha solidariedade para esses também!
(excelente reflexão)
Após umas semanas a trabalhar, em contactos e sobretudo no computador, sem abrir um blog, um mail e por fim para muitos, algumas directas, aqui a tarefa foi levada a bom porto.
A primeira fase está pronta, venha a segunda e outras tantas.
Quanto à lei da paridade é mais uma farsa, eles que a exigiram colocam como seus representantes bibelôs e dizem-se “contra a discriminação feminina”, bluf maior nunca se viu.
Nós sempre trabalhamos sem discriminar homens, mulheres e jovens, quer seja para colocar cartazes, carregar pesados baldes de cola, discutir numa rádio, pintar, escrever em jornais, vender Avantes!, ou discutir numa Assembleia, nunca houve trabalho para homens e trabalho para mulheres, mas essa corja, sabe que dificulta todo o trabalho eleitoral, daí fazerem leis estúpidas, para mulheres que os representam sem nunca abrirem a boca.
BJS,
GR
Após umas semanas a trabalhar, em contactos e sobretudo no computador, sem abrir um blog, um mail e por fim para muitos, algumas directas, aqui a tarefa foi levada a bom porto.
A primeira fase está pronta, venha a segunda e outras tantas.
Quanto à lei da paridade é mais uma farsa, eles que a exigiram colocam como seus representantes bibelôs e dizem-se “contra a discriminação feminina”, bluf maior nunca se viu.
Nós sempre trabalhamos sem discriminar homens, mulheres e jovens, quer seja para colocar cartazes, carregar pesados baldes de cola, discutir numa rádio, pintar, escrever em jornais, vender Avantes!, ou discutir numa Assembleia, nunca houve trabalho para homens e trabalho para mulheres, mas essa corja, sabe que dificulta todo o trabalho eleitoral, daí fazerem leis estúpidas, para mulheres que os representam sem nunca abrirem a boca.
BJS,
GR
Compartilho tudo o que dizes e solidarizo-me também com todos os que, pelo seu esforço, contribuiram
para a formação das listas.
Um beijo.
Eles,e os nababos serventuários alambazados que lhes fabricam,por medida, as leis, não dão ponto sem nó.
Fazer listas da CDU é uma experiência única, ensina-nos quase tudo o que ainda poderia escapar-nos, sobre este regime podre e esta sociedade em decomposição acelerada.
Abraço,
mário
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