DECLARAÇÃO POLÍTICA
Escrevemos, no nosso Jornal de campanha – que poucos terão lido… mas ainda estão a tempo! – que “o curso da História não é uma linha recta. Faz-se com avanços e recuos”.
Difícil seria encontrar momento histórico (e local) em que, na espuma dos dias e das batalhas, tão claramente o pudéssemos ilustrar. Não falamos de vitórias e de derrotas. De vencedores e vencidos. Sublinhamos factos.
A nível nacional, anota-se o simbolismo – que poucos sentirão como este eleito que eu sou – da recuperação de Grândola para a CDU, com o povo a mais ordenar.
Mas não foram só avanços (Loures, Évora, Beja, os aumentos de votos, de percentagens, de mandatos); também tivemos recuos (aqui perto, na Chamusca).
A força motriz da História são as massas, com a informação e a desinformação que lhes é injectada para, em doses maciças e massificadoras, tropeçar e cair. Mas o povo, as massas, vai corrigindo, dá trambolhões de séculos e logo recupera em décadas e milénios.
Mas sejamos ainda mais de hoje e de aqui. De Ourém, no dia 30 de Setembro.
É um primeiro dia do resto das nossas vidas. Depois de uma campanha, que não quero, nem posso, agora esmiuçar, há um facto que re-sublinhamos: somos menos que há quatro anos e estamos pior distribuídos no espaço concelhio, dos recenseados, muitos foram os que emigraram. E não são os que enriquecem com o nosso desemprego e empobrecimento que emigram, são os que empobrecem com o enriquecimento de alguns dos que ficam e colocam os seus patrimónios em crescendo algures, com menos impostos e mais a salvo.
A juntar a tanto voto em branco e nulo e à abstenção de protesto inconsequente porque desresponsabilizadora e até inconscientemente cúmplice, há a acrescentar as abstenções por ausência emigrante. A CDU comprovou-o dolorosamente, apesar das subidas percentuais em quase todo o lado e órgãos; por exemplo, no Zambujal, vizinhos de paredes meias, foram quatro nossos candidatos de há 4 anos que não vieram de Franças e Araganças votar, em Alburitel foi toda uma lista que por lá fora labuta e vive e aqui não vota apesar de recenseada.
Consideramos as eleições como momentos de pare, olhe, escute, e fazemo-lo procurando impedir a desatenção para a nossa luta que não se esgota, de modo nenhum, nestas batalhas, para a nossa “guerra” por uma vida melhor para os que vivem pior, a nossa luta pelo socialismo. Mas, com o calor e a intensidade de algumas batalhas, também é certo que, entre nós, há os que se distraem e se podem perder pelo caminho.
Mas voltemos aqui e agora: Ourém mudou, ou pode ter mudado. O executivo deixou de ter maioria absoluta, o deliberativo ganhou força numérica como órgão de controlo e vigilância do novo executivo sem maioria absoluta, nas freguesias onde houve uma chamada “união” há muito a decidir, a começar pela sede da freguesia.
Ourém mudou, ou pode ter mudado. Assim o saibamos aproveitar para uma real mudança, para um mais democrático funcionamento, para uma maior transparência. Deixemo-nos de tudo “mercadorizar”, com base em “marcas” e “internacionalizações” de fachada.
Sejamos Ourém com Fátima, respeitando credos e quem aqui vive e quem aqui vem, procuremos as melhores soluções no quadro do Poder Local autárquico, abandonemos o engano de menosprezar as freguesias, o concelho, a região na miragem de um reboque com o seu toque miraculoso.
Não temos ilusões. Nem prazos… Continuaremos a nossa luta. Incansavelmente. Pelo que julgamos ser o melhor para as gentes de que somos parte.
a nova Assembleia será formada por
10 eleitos directos da coligação PSD/CDS (mais 6 juntas)
8 eleitos directos do PS (mais 7 juntas)
2 eleitos directos de um "movimento" MOVE
1 eleito directo CDU
num executivo formado por 3PS+3PSD/CDS+1MOVE
(vai ser um "exercício" curioso)
3 comentários:
Parabéns.
Este post não se limita a cantar a vitória que efetivamente tivemos, apesar de algumas pequenos derrotas, mas mostra-nos também que a nossa luta por um Mundo melhor tem que continuar com mais força, mais ânimo, mais esperança.
Estas eleições demonstraram que a luta corajosa e coerente acaba sempre por dar os seus frutos e que o futuro está ao nosso alcance.
Repetindo ARY digo, com confiança, "ISTO VAI MEUS AMIGOS, ISTO VAI".
Um beijo.
Nao sei como se movimenta o MOVE (Estas coisas esquisitas,desorienta-me),mas o voto da CDU vai ser crucial na hora de votacoes importantes.
Um beijo
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