“Todos sabemos, mas é necessário termos sempre
presente, que a Revolução de Outubro foi ponto de partida para a primeira
grande tentativa, na história da humanidade, de construção de uma sociedade
nova, liberta de todas as formas de opressão e de exploração. O impacto e as
consequências planetárias deste acontecimento constituem uma realidade
objectiva que nenhuma ofensiva ideológica conseguirá apagar. E hoje, como
sabemos, essa ofensiva, tendo como objectivo primeiro a criminalização do
comunismo, faz da Revolução de Outubro, da sua importância histórica, do seu
significado, dos seus ideais, um alvo preferencial.
“Percebe-se o
objectivo dessa ofensiva: a Revolução de Outubro foi o primeiro grande acto de
ruptura com o capitalismo e a exploração do homem pelo homem; foi o primeiro
exemplo concreto da aplicação, na construção de uma nova sociedade, da
ideologia do proletariado – nascida e desenvolvida a partir da análise da
história da sociedade e das suas leis objectivas essenciais; foi a primeira
demonstração concreta de que o socialismo é a única alternativa histórica ao
capitalismo. E por tudo isto, porque a Revolução de Outubro mostrou que o
socialismo é, não apenas possível, mas inevitável, o grande capital tremeu… e
94 anos passados, apesar de dominante, continua a tremer. (…)”
Assim começou José Casanova a sua intervenção sobre o 7 de Novembro, na
Quinta da Atalaia a 13 de Novembro de 2011. Depois de uma larga e coloquial
intervenção, terminava assim:
“(…) Por isso, camaradas, o aniversário
que aqui estamos hoje a comemorar é um aniversário com futuro.
Com futuro precisamente devido à
actualidade do ideal de Revolução da Outubro.”
5
anos passaram. E, deste este último, muita falta nos faz o nosso Zé
Casanova. Que não nos falte o seu exemplo e as suas palavras. Como estas, mais
necessárias que nunca, no aniversário das vésperas de centenário da Revolução
de Outubro e quando se avizinha, com preparação meticulosa, a celebração de um outro
centenário, o das chamadas aparições de Fátima.
Ainda
ontem (na véspera de 7 de Novembro!) o senti ao sermos confrontados com o primeiro episódio de uma série,
no canal público (!) da televisão, com o título Fátima e o Mundo, com o
sub-título Fátima a Europa e o Mundo…, que continuará em mais 5 episódios semanais,
em horário nobilíssimo.
Este
primeiro episódio confirmou todos os receios que teria sido possível prever. Sendo
Fátima e as ditas aparições uma questão de fé – e pessoalmente tenho o maior respeito por quem a
tenha –, a longa amostra que foi o primeiro episódio pretendia travestir-se de documento histórico (primeiro de uma "Série Documental"...). Pior:
de contra-fé, de falsificada alegação anti-comunista no estilo mais agressivo
(embora embrulhado em papel de fantasia…), em guerra fria sem pruridos de "direitos humanos", ao
serviço da luta de classes.
Pessoalmente,
mais do que confrontado, senti-me agredido. Decerto porque o testemunho que
tive de meu Pai (presente na Cova da Iria em 13.10.1917, com 19 anos) - e outros - foi bem diferente
do que o Padre Guerra teve dos seus antepassados (de sua avó, através de seu pai). Uma questão de fé e de fenómenos e manipulação de massas… mas a este tema terei, naturalmente, que voltar.
2 comentários:
O controlo hegemónico dos meios de comunicação,abafa qualquer tentativa da maioria dos cidadãos tomarem conhecimento e consciência da verdade histórica sobre todos os
acontecimentos Revolucionários no Mundo.Pior ainda,usam a falsificação da Histótia como arma política.Bjo
Não reparei que algum órgão de comunicação social tenha feito referencia a esta Grandiosa Efeméride.
Para o ano 2017 iremos ser bombardeados com os 100 anos da Revolução de Outubro, a par de um outro centenário a que no teu texto fazes referência. Nem o padre da Lixa nos vale!
Terei cabeça e estômago para ouvir tanto anti comunismo?
É muito importante que haja relatos de quem esteve em Fátima em 1917,para repor a verdade dos factos.
GR
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