do (quase)diário:
Duas súmulas de informação lidas no avante!
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Uma, sobre a
Coreia, com que me “andavam a
provocar” com o plural lembrando as Alemanha(s) e Berlim(s) e o muro, e as
China(s), e os Vietnam(s)… e o Rio Maior e o “governo para o Porto”, esse USAdo
e abUSAdo truque imperialista de dividir em parcelas quando não consegue
esmagar o todo.
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- Edição Nº2317 - 27-4-2018
Paz para a Coreia!
Só a assinatura de um acordo de paz pode pôr finalmente fim à
situação de confrontação e de guerra que se vive na Coreia desde que no final
da II Guerra Mundial este país começou a ser libertado da ocupação japonesa
pelas forças patrióticas dirigidas por Kim Il Sung. A guerra de 1950/53, que
custou a vida a milhões de coreanos, terminou com um simples armistício. As
tropas norte-americanas nunca saíram do Sul da Coreia. Os EUA recusaram sempre
assinar um acordo de paz para pôr fim à situação de guerra. No quadro da sua
política de «contenção do comunismo», convinha-lhe manter na região um poderoso
dispositivo militar dirigido não apenas contra o Norte socialista, mas
sobretudo contra a União Soviética e a República Popular da China. Foi isso que
durante a «guerra fria» tornou a Península da Coreia um foco de tensão tão
perigoso como o criado em torno de Berlim Ocidental.
É importante ter isto
bem presente no momento em que hoje, 27 de Abril, os presidentes da República
Popular Democrática da Coreia e da República da Coreia, Kim Jong-un e Moon
Jae-in, se vão encontrar em Panmunjong e se anuncia para algumas semanas depois
um encontro dos presidentes da RPDC e dos EUA. Encontros que têm lugar num
clima bem diferente daquele que ainda há pouco tempo parecia colocar o mundo à
beira de uma guerra nuclear. De facto, não há alternativa para a solução
política negociada do conflito. Os importantes passos já dados no
relacionamento Norte/Sul e o clima de desanuviamento criado com o abandono da
demencial retórica de «fogo e fúria» geram legítimas expectativas. Mais do que
especular sobre as razões que levaram a este volte face na
questão coreana, em que da aparente iminência de confronto militar se passou
para a mesa das negociações – como por exemplo se «Pyongyang foi vergado» pelo
peso das brutais sanções que lhe foram impostas ou se foram os EUA que se viram
forçados a reconhecer a RPDC como potência nuclear –, o que importa é agarrar
com unhas e dentes a oportunidade que se abre à desescalada da confrontação e
dar passos corajosos para um acordo de paz que ponha finalmente fim à situação
de guerra existente.
Não é um caminho fácil. Já
foi encetado em ocasiões anteriores e fracassou aparatosamente,
fundamentalmente porque o imperialismo norte-americano nunca desistiu da sua
pretensão de dominar, de parceria com o Japão, toda a região; nunca desistiu, à
semelhança do que fez em Seul com o fascista Syngman Rhee, de impor ao povo da
RPDC um regime títere; nunca aceitou retirar da região as suas poderosas forças
militares nem pôr fim a manobras militares que são de facto ensaios de uma
eventual invasão do Norte; nunca aceitou dar as garantias de segurança que a
RPDC reclamou para pôr de lado o seu programa de defesa nuclear. Claro que
ninguém exige que as partes em diálogo reconheçam explicitamente as suas
responsabilidades na perigosíssima situação a que se chegou. Isso ficará para a
História. Agora o que é necessário é o respeito pela Carta da ONU e a
legalidade internacional, é o respeito pela soberania da RPDC, é o
reconhecimento ao povo coreano do direito à reunificação soberana e pacífica da
sua pátria milenar.
Albano
Nunes
1 comentário:
O texto do AN está bom, mas a tua reflexão ainda está melhor!
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