Recebeu-se cá por casa um mail tendo por assunto Belo texto..
Porque assim o achamos, se agradece e divulga!
Les
animaux de la Macronésie
por César
Príncipe
Um tal Emammuel Macron, o pauvre diable
que se senta com ar de monarca no Eliseu, declarou ao Mundo e a Marte que
tem provas do emprego de armas químicas pelo regime sírio. O garçon de
bureau Rothschild dispõe de fontes autorizadas: os Capacetes
Brancos, bandidos angélicos e evangélicos, que actuam como encenadores e
delegados de propaganda médica no terreno dos terroristas; o Observatório
Sírio dos Direitos Humanos, com sede natural em
Londres, donde jorram informações diárias para o planeta e – claro
– possui os seus serviços de intelligence à la carte, aptos a
fabricar evidências à medida de Colin Powell e em tempo oportuno. Macron finge
que acredita em si mesmo e inventou a Macronésie, a fim de
assegurar um lugar que se veja e uma voz que se ouça à superfície do globo.
O pauvre, abarrotado de problemas sociais em casa, oferece-se ao
rambo Trump para ir à caça ao leão pelas estradas e sobretudo pelos céus de
Damasco. E Theresa May, a inventora do fármaco Skripal, disponibilizou-se como
enfermeira de drones.
É esta a parelha que tenta pregar um susto à
Rússia: a ex-Grande França e a ex-Grã-Bretanha. A França, com o pigmeu de tacão
alto Sarkozy, foi até à Líbia assassinar o financiador; a Inglaterra, com
a dama de ferro Thatcher, foi até às Malvinas e obteve meia
vitória militar. E não poderão ir muito mais além. Em termos de definição
global de forças, a França e a Inglaterra esgotaram o potencial hegemónico no
séc. XIX. Mas parece não haver maneira de se capacitarem da sua condição: não
passam de duas fantasias pós-imperiais. Chegaram ao séc. XXI com um superego
que não corresponde às circunstâncias. Não são as exibições de circo mediático
que repõem a paridade geo-estratégica. Por isso, tementes de uma dura
ensinadela (quem vai à guerra, dá e leva) prontificam-se a servir os USA e
deita-fora. Pouco ou nada arriscam sozinhos. Não vá o diable tecê-las.
A guerra, em 2018, não se ganha com fanfarronadas do roy-soleil de la
Macronésie nem bestialidades do hooligan Boris Foreign
Office. Ou será que ninguém os detém até que os seus países se
evaporem num sopro? Poupem o Musée du Louvre e o National
Theatre, meus senhores! Segundo os experts do royal
power, em caso de conflito nuclear, mesmo selectivo, estas duas ufanas
e medianas nações gozam de dez minutos para se benzerem e encomendarem a alma a
Joana d'Arc e a São Jorge. Compete aos franceses e aos ingleses com mens
sana exigir, com carácter de urgência, o desterro do casal Macron-May.
Merkel afastou-se da armada do bidão de cloro . Um
ex-presidente, Hollande, acaba de lembrar ao sucessor que os franceses costumam
decapitar os monarcas. O próprio Pentágono reconhece que não tem provas
credíveis da pulverização. Anda no seu encalço. Só conhece o caso do animal
Assad pela Imprensa e pelas ditas redes sociais. Mas Macron está na
posse da verdade revelada. Mas May convoca o Conselho de Guerra. Mas
multiplicam-se os avisos, os agoiros, as reticências. Se os USA acabarem por
dispensar os guerreiros franco-britânicos, será que estes avançarão de peito
feito às balas, aos mísseis, aos gases, à hecatombe, à capitulação? De qualquer modo, devido ao perigo que representam para a humanidade,
embarquemos Macron para os cascalhos da Córsega e May para os rochedos de
Gibraltar. Estão carecidos de descanso e algum estudo. Um dos manuais poderá
ser de etiqueta. Por exemplo, Como Deverá Comportar-se uma Fera sem
Garras ante um Predador de Grande Porte. La Fontaine, se fosse nosso
contemporâneo, editaria uma fábula à propos: Les Animaux de la
Macronésie.
Nota, 13/Abr/18/10h10: O facto do texto ter sido redigido na véspera
dos bombardeamentos da Síria, não invalida nem uma letra da denúncia e do
alcance da fábula Les Animaux de la Macronésie.
Primeiro: as forças franco-britânicas não passam de chiens de
guerre dos USA. Segundo: a operação de terrorismo aéreo do
triunvirato não se aventurou ao ponto de uma contra-resposta da Rússia.
Terceiro: a tríade não esperou pela chegada a Duma dos especialistas da
Organização para a Proibição de Armas Químicas/OPAQ, que conta com o sufrágio
de 190 países (incluindo os atacantes), e estava prevista para o dia 14 do
corrente. Os amigos da verdade adiantaram-se às conclusões. Já
assim foi no Iraque: mandaram retirar do terreno os inspectores que procuravam
e não encontravam as armas de destruição maciça que existiam nas irrefutáveis
provas de Bush, Blair, Aznar e Barroso e nas ilustres cabecinhas do império
mediático.
3 comentários:
Tinha lido este texto no "Resistir.info",e também o achei soberbo!Bjo
Macaronésia é um nome moderno para designar os vários grupos de ilhas no Atlântico, perto da Europa e da África, e mais uma extensa faixa costeira do Noroeste da África, fronteira a esses grupos de ilhas, que se estende desde Marrocos até ao Senegal.
(Nota de redacção)
Grande texto!
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