quinta-feira, maio 18, 2006

Histórias em cem palavras e 1lustração - 34

Esta é a segunda:

Cultura…

Ele não tem uma base cultural livresca.
No liceu, incomodou-o o exibicionismo de colegas seus que citavam autores e obras que teriam pelas estantes lá de casa, e ele desconhecia.
Hoje, sente dificuldades nos apoios clássicos e nas “competições” eruditas e com citações, em que clássicos e semi-clássicos são trazidos à liça.
Arranjou os “seus clássicos” (para além dos da economia e da política…), aqueles que se lhe agarraram, bem lá por dentro de si. E se estão agarrados, os atrevidos…
Foi selecção não sistemática, e a alguns tem-nos por verdadeiros amigos. Aos autores das obras, não aos homens.

5 comentários:

Anónimo disse...

GOSTEI! Esta até poderia subscrever. eheh! porque será?

Anónimo disse...

Não quer dizer que não goste das outras todas... e que não gostasse de escreve-las assim... simplesmente!! em palavras bem contadas.

Anónimo disse...

Que importa que façam citações, falem blá-blá-blá!
Nem todos mas alguns, não passam de intelectualoides!
Outros, sentem os livros, lutam por eles e escrevem. Falam com os livros e sobre eles, como se de um amigo se tratasse. Apresentam-nos a outros amigos!
Tratam os livros por tu!
Esses são os verdadeiros amantes da cultura!
Esses são intelectuais, como tu!

GR

Anónimo disse...

Tambem nasci longe dos livros mas bem cedo , ganhei o gosto de aprender a ler e escrever .Bem antes de entrar para a escola ,o meu pai Que nunca là andou,já me tinha Ensinado a fazer as letras do abecedário e até a escrever o meu Nome.Alguns anos depois no país de acolhimento,Tinhamos biblioteca e emprestavam -nos livros que deviamos ler. A leitura não era só para os meninos ricos que podiam comprar,
não pois eramos todos iguais...Daí apanhei um vício pela Leitura que não perdia um minuto ;Lia todos os dias no comboio em que me deslocava para o trabalho até que uma vez no regresso, não tendo ninguem conhecido na carruagem em que viajava para me avisar que já tinhamos chegado à estação de paragem como muitas vezes acontecia,acabei por falhar a paragem e ir para a estação seguinte ,apanhar outro comboio para regressar a casa
Mas tenho uma grande vergonha porque até hoje ainda não consegui ler nenhum livro de autor português. É verdade que depois que dixei de ser imigrante,o trabalho ocupa todos os meus tempos Livres mas tenho consciêcia que é uma grande Vergonha.Prometo que um dia destes,vou começar.
Amélia

Sérgio Ribeiro disse...

Ó Amélia, que história tão bonita a que nos conta! Comoveu-me.
Na próxima passagem pelo Zambujal, ofereço-lhe um livro de um autor (se autor é) português com contos (se contos são) com base na vida, na realidade da nossa terra.Õu então mande-me o endereço postal para eu lho mandar... com autógrafo e tudo.
Saudades!