Com a sua lucidez e a sua impressionante limpeza de escrita (é mesmo agradável ler quem tão bem, tão escorreitamente usa a língua portuguesa), Correia da Fonseca reflecte sobre duas intervenções a que a televisão deu larga cobertura e divulgação, do general Garcia Leandro e da SEDES.
Apenas venho reagir, com aplauso de proveito e gozo, ao que acabei de ler, anotando e recomendando.
Termina assim Correia da Fonseca:
«(…) A novidade, porém, poderá situar-se no que surge com o ar de ser, sob a aparente forma de um aviso, uma discreta ameaça: o diagnóstico de “um mal estar difuso” que pode desembocar numa "crise social de contornos difíceis de prever”. A quase simultaneidade na atenção que, seguramente por acaso, os media dispensaram a ambas as intervenções pode, se assim o quisermos, proporcionar-nos uma espécie de fantasista jogo de reflexões.»
Seguramente por acaso, claro…
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
Por acaso, seguramente...
Neste momento (histórico)!
Ora leiam só isto:
"(...) em pleno momento de idílio sórdido do neo-socialismo (desossado de marxismo) com o neo-capitalismo..."
(Dias Comuns 1 - Passos Efémeros, 4 de Junho de 1966)
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Não há dúvida que os momentos históricos duram décadas, não é verdade, Zé Gomes?
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
Qual mataram a tuna...
mas no sábado a Tuna do Zé Jacinto
vai tocar a marcha Almadanim!
"...Ó meus amigos desgraçados
se a vida é curta e a morte infinita
despertemos e vamos
eia!
vamos fazer qualquer coisa de louco e heróico
como era a Tuna do Zé Jacinto
tocando a marcha Almadanim!"
Tenho a certeza que o Manuel da Fonseca também viria!
Mais razões?
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
6ª (e última... destas!) de 6 razões para participar...
É capaz de ser próprio da idade...
O António-Pedro de Vasconcelos escolheu - por mero acaso, claro - aquele autarca, daquele concelho entre Lisboa e o Algarve, e o jornalista só repara nas curvas sinuosas.
Aquele autarca não era um homem íntegro mas o jornalista não reparou porque, se não estava a dormir quando o filme o retrata como um homem pouco íntegro (a partir de conceitos meus, claro), estava só à espera que a Soraia voltasse depressa e o mais despida possível, isto é toda.
O Lar Catarina Eufémia, o enterro de Cunhal na televisão, as bandeiras vermelhas, os velhos militantes com sinais de senilidade, o caixão coberto pela bandeira com a foice e o martelo, não dizem nada ao jornalista como conotações porque ele tem apenas uma conotação na cabeça, porque ele fica de todas as cores quando a Soraia Chaves lhe passa, passou ou vai passar à frente dos olhitos.
A “resistência corajosa ao grande capital” é representada por um sentimentalismo um tanto ou quanto piegas por uns sobreiros, mas o jornalista não se apercebeu porque nessas cenas não entra a call girl no seu esplendor e funções.
Os comunistas, para o jornalista, confundem os conceitos (?!) de corrupção e de paixão, mas ele é que confunde tudo quando vê uma mulher nua: sedução, paixão, sexo, se calhar também amor, é tudo igual e a corrupção um derivado.
Alguns comunistas, como eu, estão velhos – o que não obvia a que gostem muito de ver Soraia Chaves... mas não só como corpo, também como actriz – mas o jornalista parece não ter saído da idade da adolescência e da masturbação.
Terá mesmo maturidade para se apelidar jornalista?
Como se não serve (ou como se agride) a política e a democracia... - 3
- não foi alteração a criação da figura de "presidente estável da União, eleito por um período de dois anos e meio, renovável uma vez" pois o art. I-22º do "Tratado Constitucional" criava essa figura;
- não foi alteração "a possibilidade de os Estados abandonarem a União" pois o artigo I-60º do "Tratado Constitucional" é relativo à "saída voluntária da União" e repete-se como artigo 50º do dito "Tratado de Lisboa";
- foi pura cosmética "o novo cargo de Alto Representante da União para as Relações Exteriores e a Política de Segurança" pois, com as mesmas funções, o "Tratado Constitucional" criava o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros da União, cujo designação poderia ferir susceptibilidades, e punha a descoberto o federalismo de que apenas se quer visível o rabo e o mais curto possível;
- foi recuo a inclusão da Carta Europeia dos Direitos Fundamentais no Tratado de Lisboa, pois esta Carta constituia a Parte II do "Tratado Constitucional" - "Carta dos Direitos Fundamentais da União" - e passou a protocolo anexo, por pressão negocial da Polónia e do Reino Unido;
- e sublinha-se que os negociadores portugueses continuaram a consentir que a "conservação dos recursos biológicos do mar, no âmbito da política comum das pescas" seja da competência exclusiva da União, passando de artigo I-13º para artigo 3º do Tratado de funcionamento.
Como se não serve (ou como se agride) a política e a democracia... - 2
No debate realizado na Escola Secundária de Arganil, dada a introdução feita pela moderadora e, depois, pela presidente do Clube Europeu da ESA, resolvi, após a intervenção da representante do PSD, começar a minha participação dizendo alguma coisa sobre política, partidos e democracia, fazendo a “ponte” para o debate, para o “Tratado de Lisboa”.
Reproduzo o essencial:
Desenvolvi duas ideias:
- que, em vez de se complementarem num sentido lato da princípio democrático, o princípio da democracia participativa é subalternizada relativamente ao princípio da democracia representativa, chegando a formulação dessa subalternidade ao cúmulo de serem “instituições” (nem todas derivadas do princípio da democracia representativas, como é o caso da Comissão e do Banco Central Europeu) que DÃO aos cidadãos a possibilidade de… quando se alguma “coisa” dá algo a outra “coisa” são os cidadãos que dão às instituições a possibilidade de os representar;
- que, no exemplo à vista, os cidadãos deram aos deputados a possibilidade de os representar e estes usam o mandato desrespeitando os seus mandantes, quer não cumprindo a obrigação (e compromissos assumidos pontualmente) de até eles se deslocarem para os informar e debater, quer conquistando esse mandato de representatividade prometendo coisas que, depois, pura e simplesmente, se permitem não cumprir, caso da utilização do referendo enquanto forma de ratificar o que entre eles, representantes, fosse acordado, tal foi o caso dos eleitos do PS e do PSD, o que a representante deste partido acabara de aceitar e até estigmatizar, numa louvável e pouco habitual auto-crítica.
(Ainda haverá mais…)
Como se não serve (ou como se agride) a política e a democracia... - 1
Este blog segue essa consigna. Por isso, é um blog político, embora nem sempre trate (aparentemente) de política. Por isso também, abri um outro blog – o docordel.blogspot.com – onde devaneio, divago, com a intenção de que, por lá, nada seja político… embora tudo seja política.
E, por ter algo de divagação, quiçá de devaneio, talvez esta introdução devesse estar no docordel e não aqui. Mas não…
E não porque o post vai ser mesmo político. Até no sentido restrito da palavra, que a associa, muitas vezes – e todas são demais –, exclusivamente a partidos.
Começo logo por afirmar que considero que nem a política se confina a partidos, e menos ainda a democracia se reduz à existência e à actividade dos partidos.
Mas passe eu ao que aqui me traz.
O meu partido encarregou-me da tarefa de o representar numa iniciativa do Clube Europeu da Escola Secundária de Arganil (ESA), sobre o “Tratado de Lisboa”.
Foi o encargo assumido há umas semanas e, entretanto, fui conhecendo pormenores e recebi o convite-programa, por e-mail. Apoio da ESA e dos Grupos Parlamentares da Assembleia da República, intervenções dos deputados (entre as quais a minha, nessa “qualidade”) do PS, PSD, CDS, PCP e BE, “espaço de debate”, sessão de encerramento e Porto de Honra. E via-se que havia sério trabalho de preparação por parte da “equipa do Clube Europeu da ESA”, que destacou uma sua componente para moderadora do debate.
Lá fui. Com muito gosto, o que não quer dizer sem algum sacrifício pessoal.
Às 14.30 – um pouco antes, um pouco antes… – estava na escola, muito simpaticamente recebido pelo presidente do Conselho Directivo e pela “equipa” do Clube Europeu.
Um pouco de conversa para fazer tempo, e a informação de que o representante do BE telefonara a avisar que não poderia estar, ao que parece por doença. Acontece…
Entretanto chegou uma deputada representante do PSD, e tanto tempo se fez que se esgotou, e aí vão os dois deputados (eu nessa “qualidade”) para a sala, já cheia e algo impaciente, onde alunos, docentes, e mais representantes da Câmara e da Junta esperavam o começo do debate com cinco deputados.
Que se fez, a dois, e foi muito interessante (pelo menos para mim), depois de uma introdução pela moderadora que, de forma suave, lamentou a ausência dos representantes das forças políticas faltosas, e que tinham confirmado a presença, e como essa atitude (em dois casos sem a elementar civilidade de avisar que não iriam estar) contribui para a descredibilização da política e dos políticos.
É verdade, é dolorosamente verdade.
(Peço a atenção para o próximo post sobre o tema)
terça-feira, fevereiro 26, 2008
5ª de 6 razões para participar...
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5. Porque a democracia é também composta de direitos sociais como o acesso à saúde, à educação. à cultura ou à justiça cada vez mais negados à larga maioria da população.
(Avante!, de 21 de Fevereiro de 2008)
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
4ª das 6 razões para...
domingo, fevereiro 24, 2008
3ª de 6 razões para participar...
sábado, fevereiro 23, 2008
2ª de 6 razões para participar...
1ª de 6 razões para participar...
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
O Manifesto do Partido Comunista
Com os estatutos e o programa, os três documentos que os comunistas deveriam - todos - conhecer, estudar, discutir. Para melhor lutarem por uma outra sociedade.
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
A culpa será da "call girl"?!
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De mãos dadas, caminhemos serenos (como dizia o poeta)
terça-feira, fevereiro 19, 2008
E se chover a 1 de Março?
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
Kosovo Livre "à maneira" Koka Kola
domingo, fevereiro 17, 2008
Convoco-vos
Preparem as vozes!
E hoje que escolheu o DN para 1ª página?
Congresso da CGTP?
"CGTP: Carvalho da Silva não votou no Congresso"...
Só é notícia o que possa ser intriga contra os trabalhadores em luta. Mas... se a intriga sem vergonha continua, de uma coisa podem estar certos esses serventuários do capital (onde quer que se posicionem para o servir, como ultra-revolucionários quando oportuno, ou como directores de jornais sempre oportunistas):
a luta (também) continua!
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
Hoje, apenas se exige isto:
domingo, fevereiro 10, 2008
Junta-te a nós!
sábado, fevereiro 09, 2008
Ele há políticas erradas
... mas, desculpem lá,
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
Porque será que não nos dizem tudo?
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Maputo - A visita de Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, a Moçambique, terminou no dia 4 de Fevereiro. Nas suas declarações finais, Zoellick cumprimentou o Governo por a economia nacional estar a crescer muito rapidamente e aconselhou a que se avançasse com a implementação das reformas em curso.