Um dito jornalista quis fazer graça com o que Abílio Fernandes escreveu no Público sobre o filme Call Girl, num textozinho publicado no DN com o título Os comunistas foram ao cinema, e refere o meu nome (e o de Vitor Dias) de passagem. Por desfastio (e só por isso), saíu-me este "exercício":
O “Muro de Berlim” caiu e o jornalista, que ouviu falar desse “evento libertador”, nem sabe de outros muros porque só vê mulheres nuas.
O António-Pedro de Vasconcelos escolheu - por mero acaso, claro - aquele autarca, daquele concelho entre Lisboa e o Algarve, e o jornalista só repara nas curvas sinuosas.
Aquele autarca não era um homem íntegro mas o jornalista não reparou porque, se não estava a dormir quando o filme o retrata como um homem pouco íntegro (a partir de conceitos meus, claro), estava só à espera que a Soraia voltasse depressa e o mais despida possível, isto é toda.
O Lar Catarina Eufémia, o enterro de Cunhal na televisão, as bandeiras vermelhas, os velhos militantes com sinais de senilidade, o caixão coberto pela bandeira com a foice e o martelo, não dizem nada ao jornalista como conotações porque ele tem apenas uma conotação na cabeça, porque ele fica de todas as cores quando a Soraia Chaves lhe passa, passou ou vai passar à frente dos olhitos.
A “resistência corajosa ao grande capital” é representada por um sentimentalismo um tanto ou quanto piegas por uns sobreiros, mas o jornalista não se apercebeu porque nessas cenas não entra a call girl no seu esplendor e funções.
Os comunistas, para o jornalista, confundem os conceitos (?!) de corrupção e de paixão, mas ele é que confunde tudo quando vê uma mulher nua: sedução, paixão, sexo, se calhar também amor, é tudo igual e a corrupção um derivado.
Alguns comunistas, como eu, estão velhos – o que não obvia a que gostem muito de ver Soraia Chaves... mas não só como corpo, também como actriz – mas o jornalista parece não ter saído da idade da adolescência e da masturbação.
Terá mesmo maturidade para se apelidar jornalista?
O António-Pedro de Vasconcelos escolheu - por mero acaso, claro - aquele autarca, daquele concelho entre Lisboa e o Algarve, e o jornalista só repara nas curvas sinuosas.
Aquele autarca não era um homem íntegro mas o jornalista não reparou porque, se não estava a dormir quando o filme o retrata como um homem pouco íntegro (a partir de conceitos meus, claro), estava só à espera que a Soraia voltasse depressa e o mais despida possível, isto é toda.
O Lar Catarina Eufémia, o enterro de Cunhal na televisão, as bandeiras vermelhas, os velhos militantes com sinais de senilidade, o caixão coberto pela bandeira com a foice e o martelo, não dizem nada ao jornalista como conotações porque ele tem apenas uma conotação na cabeça, porque ele fica de todas as cores quando a Soraia Chaves lhe passa, passou ou vai passar à frente dos olhitos.
A “resistência corajosa ao grande capital” é representada por um sentimentalismo um tanto ou quanto piegas por uns sobreiros, mas o jornalista não se apercebeu porque nessas cenas não entra a call girl no seu esplendor e funções.
Os comunistas, para o jornalista, confundem os conceitos (?!) de corrupção e de paixão, mas ele é que confunde tudo quando vê uma mulher nua: sedução, paixão, sexo, se calhar também amor, é tudo igual e a corrupção um derivado.
Alguns comunistas, como eu, estão velhos – o que não obvia a que gostem muito de ver Soraia Chaves... mas não só como corpo, também como actriz – mas o jornalista parece não ter saído da idade da adolescência e da masturbação.
Terá mesmo maturidade para se apelidar jornalista?
13 comentários:
Belo comentário, Sérgio. Dizes tudo e mais alguma coisa do que eu, também visado, gostaria de ter dito, caso tivesse resolvido responder ao palerma que se armou em engraçadinho.
Se conseguirmos apurar quando o rapaz faz anos, talvez pudessemos mandar-lhe uma seleccionada colecção de fotos da Soraia Chaves
das centenas que estão na Net.
É caso para dizer: " mete-te com eles, mete...". Coitado do pseudo-jornalista,ainda por cima a querer fazer humor e do fino.
Campaniça
Belo pedaço de prosa, cheio de ironia e curvas sinuosas...sem descarrilamentos
Muito bem dito!
Li (só agora) o que a besta do moço escreveu. Desrespeito total pelos militantes do PCP, pelos autarcas e pelo PCP. Partido com 87anos de História.
Sérgio,
Quem me dera ter a tua postura, educação, maturidade politica, a tua mestria critica.
Não sei!
Já reescrevi e apaguei uma tantas vezes, este blog merece-me todo o respeito.
Maldito sejam os prostitutos, mercenários do capital.
Mais não digo!
GR
Boa análise, Sérgio.
Alguém lhe devia mostrar o teu texto...
Há, efectivamente, uma grande quantidade de jornalistas que, além de serem lacaios do grande Capital, (pois trabalham para ele...), também são anti-comunistas primitivos, viscerais. Estas duas condições associadas faz de "homens" verdadeiros excrementos humanos.
E, tal como a GR, mais não digo, que é para não dizerem que eu sou mal educada...
É que isto irrita, bolas.
Excelente texto, Sérgio....
Sendo eu da minha terra, achas que poso comentar à moda de Caldas?
Não, é melhor não...
Digo-te apenas (porque o resto está dito) que nós não somos velhos comunistas, estamos apenas um pouco "usados" e (des)(a)gastados com estes palermas....
Se soubreres quando o miúdo faz anos diz-me, posso arranjar um presente da Minha Terra para ele...
Alguem devia explicar a esse "jornalista" que se quer ver filmes pornograficos há certamente melhores opções. Tambem li o texto no pasquim que se tornou o DN e fiquei bastante enojado, mas a sua resposta é de uma subtileza demolidora, parabens
Há grande camarada, há grande amigo!. Velho..tu? Quem escreve assim e dá uma resposta destas a um imbecil, continua em grande forma e cada vez mais jovem.
Só tenho uma dúvida, acho a prosa tão boa, que não sei se o estafermo merecia uma resposta deste nível.
Um abraço.
J. Filipe.
Boa, Sérgio!
Levaste-me a relembrar, no Cravo de Abril, o que, há dois meses, o DN disse sobre o assunto.
Essa gentalha não tem mesmo ponta de vergonha.
Ó camaradas e amigos,
não estou habituado a tantos comentários... e confesso ter ficado contente pela ideia que eles me dão de que acertei na "prosa" e no "prosador". Isto sem prosápias...
Foi um desabafo e pronto.
Ele, o "jornalista", na verdade não merece mais. É um mero escriba serventuário, com um lugar miserável para tarefas menores na luta de classes (ainda que possa ser bem remunerado, enquanto o for que o emprego é precário e sem direitos... mera mercadoria), que se deve rir alarvemente do que não consegue (nem quer) entender.
As nossas respostas têm de ser noutras lutas. No marcha de depois de amanhã, nesse 1 de Março que tornámos tão esperado. A ele iremos, jovens porque com um futuro depois de nós, determinados porque com um passado antes de nós. E será... uma amostra!
Abraços para todos
Costimo dizer, e já o escrevi, os anticomunistas primários são-no apenas, e tão-só, porque o foram treinados desde o berço a sê-lo. Nada mais!
EXCELENTE! Sal, o adolescente deve ter lido este post, uma vez que, ao que parece, soube que o Sérgio foi ao cinema e até o citou. Algum dia ultrapassará essa fase? Pouco importa, enquanto cá estivermos para dizer a verdade.
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