Domingo chovia. Eu bem a ouvia cair, tamborilando nas claraboias, enquanto por aqui punha leituras em dia e "fazia coisas". Entre outras, gravava esta imagem retirada do Avante! e reservava-a para a publicar ontem, com este título e a legenda... nem que chovam picaretas!
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Mas no dia de ontem, com as notícias que iam chegando, senti-me inibido a falar de chuva. Só se fosse para afirmar o respeito e solidariedade pelo sofrimento das vítimas da chuva e das enxurradas. Como agora o faço.
Hoje, para começar o dia, aqui deixo a imagem, como decerto virei a fazer mais vezes, com a lembrança de uma comovente manifestação há uns trinta anos atrás, em que muitos de nós, debaixo de uma chuva que caía e nos encharcou até aos ossos, acompanhámos até ao Alto de São João os corpos de companheiros trazidos do cemitério do Tarrafal.
12 comentários:
Fortíssima imagem, mas ao vivo vai ser ainda mais forte!
Não vai ser o mau tempo que nos desmobilizará. Estamos habituados a temporais... e a raios e coriscos. É o que mais temos.
Campaniça
Haverá pior temporal do que este que desde há tanto tempo nos flagela?
http://www.referendoaotratado.net/
Agora arrepiei-me... pela foto, por teres recordado o cortejo dos restos mortais dos camaradas que vieram do Tarrafal...
Também nesse dia de Fevereiro choveram quase picaretas, e das Belas Artes até ao Alto de S. João ninguém arredou pé...
Em tarefa, no meio dos carros funerários, decidimos não abrir chapéus de chuva. Chegámos lá completamente ensopados....
Resistentes.
A Maria faz referência a que ninguém usou o guarda-chuva “…em tarefa…” permite-me dizer; “por respeito…” a homenagem era tão sentida que a chuva foi um acessório despercebido.
No dia 1 não chove!
Mas se assim for? a chuva refresca e,
ninguém irá notar nas nossas lágrimas de emoção e alegria, quando colocarmos o cartão no ar!
ninguém irá reparar nas nossas lágrimas de felicidade quando o Samuel cantar.
1 de Março todos vamos participar na Marcha!
Nem que chovam picaretas!
GR
A chuva de que fala é chuva de beber
Vou fazer-te uma confissão, Sérgio: de há muito que mantenho um estreito e cordial contacto com o S. Pedro - contacto confidencialíssimo, obviamente...
Acabo de falar com ele que me disse que no dia 1 de Março não haverá chuva.
Pode acontecer, no entanto, que ele me esteja a aldrabar, como já tem acontecido. Nesse caso, lá estaremos, à chuvae ao vento, a gritar pela liberdade e pela democracia - que o mesmo é dizer: 25 de Abril sempre!
E sem esquecer o fundamental: o cartão de militantes comunistas.
Se chover... paciência.
"São as águas de Março
fechando o Verão
e a promessa de vida
no meu coração" (T. Jobim)
Também nos nossos corações haverá promessas de vida!
Comovente o teu texto!
Abraço
Obrigado pelos vossos comentários.
O "ambiente" para o dia 1 de Março está mesmo... reconfortante. Faça chuva ou faça sol!
E, sabem todos uma coisa muito pessoal?, o que mais me está a aquecer por dentro é a vontade de estar na marcha de tantas/os que não têm cartão mas que também sentem a marcha como sua. E é!
Os que têm cartão, com o cartão na mão, os que o não têm dando-nos as mãos... nós só precisamos de uma para erguer bem alto o cartão!
Com ou sem jornalistas não deixaremos de marcar um dia histórico que fará arrepiar qualquer engenheiro...
Com chuva ou com sol tanto faz, o que vier "virá por bem..."pois é nosso "amigo também".
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