domingo, fevereiro 17, 2008

E hoje que escolheu o DN para 1ª página?

Isto:

Congresso da CGTP?

"CGTP: Carvalho da Silva não votou no Congresso"...

Só é notícia o que possa ser intriga contra os trabalhadores em luta. Mas... se a intriga sem vergonha continua, de uma coisa podem estar certos esses serventuários do capital (onde quer que se posicionem para o servir, como ultra-revolucionários quando oportuno, ou como directores de jornais sempre oportunistas):

a luta (também) continua!

4 comentários:

Anónimo disse...

Mas nós já sabemos o que o DN é: a voz do dono, ou seja, do governo que estiver de serviço. E ao serviço de quem? ... ora, ora, já se sabe de quem.

GR disse...

O pior é que não é só o DN,são todos os outros jornais!
Bastava uma palavra, uma voz discordante que todos os holofotes estariam projectados, para essa "estrela", Nada!
Foi um Congresso onde se falou da luta dos trabalhadores, da ofensiva deste desgoverno, das futuras lutas organizadas pela CGTP.
Nada de importante para a comunicação social!

GR

eduricardo disse...

Publicado em 1966, está cada vez mais actual este poema de Joaquim Namorado.
Penso num certo tipo de informação domesticada...

A MÁQUINA DE FAZER NOTAS FALSAS
A máquina de fazer notas falsas
era uma máquina tão falsa
que nem notas fazia...
Mas trabalhava perfeito...
dentre dois rolos saíam,
em vez de notas de mil,
folhas de velhos jornais
com notícias falsas.
(Joaquim Namorado)









Posted by eduricardo at 15:32 0 comments Links to this post

A POESIA NECESSÁRIA

Finalmente encontrei um livro com um poema que procurava há anos.
O poema chama-se «Port-Wine», fazia parte dum disco de Mário Viegas e o autor é Joaquim Namorado.
O livro, que adquiri num alfarrabista do Porto, chama-se «Poesia Necessária».

O Douro é um rio de vinho
que tem a foz em Liverpoool e em Londres
e em Nova-York e no Rio e em Buenos Aires
quando chega ao mar vai nos navios,
cria seus lodos em garrafeiras velhas,
desemboca nos clubes e nos bars.

O Douro é um rio de barcos
onde remam os barqueiros suas desgraças.
primeiro se afundam em terra as suas vidas
que no rio se enterram as barcaças.

Nas sobremesas finas as garrafas
assemelham cristais cheios de rubis,
em Cape-Town, em Sidney, em Paris, tem um sabor generoso e fino
o sangue que dos cais exportamos em barris.

As margens do Douro são penedos
fecundados de sangue e amarguras
onde cava meu o povo as vinhas
como quem abre as próprias sepulturas:
nos entrepostos do cais, em armezéns,
comerciantes trocam por esterlino
o vinho que é o sangue dos seus corpos,
moeda pobre que são os seus destinos.

Em Londres os lords e em Paris os snobs,
no Cabo e no Rio os fazendeiros ricos
acham no Porto um sabor divino,
mas a nós só nos sabe, só nos sabe,
à tristeza infinita de um destino.

O rio Douro é um rio de sangue,
por onde o sangue do meu povo corre.
Meu povo, liberta-te, liberta-te!,
Liberta-te, meu povo! - ou morre.




Joaquim Namorado










Posted by eduricardo at 14:30 0 comments Links to this post
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Anónimo disse...

Mas o Carvalho da Silva votou ou não votou?