Foi com uma satisfação que, enquanto conduzia, ouvi , num noticiário do rádio, o Secretário-Geral do PCP dizer, em resposta a jornalistas, que o seu partido não faz política aproveitando questões pessoais ou profissionais de detentores do poder político, mas sim atacando as políticas que eles levam à prática e que não servem os trabalhadores e as populações, e que essas outras questões devem ser tratadas noutras instâncias, e se for caso disso. Se não assim que disse, e não foi com certeza exactamente assim que disse, foi assim que retive o que ouvi .
E lembrei-me dos ataques a Sá Carneiro por opções da sua vida privada, em que o PCP não participou enquanto o atacava pelas políticas que prosseguia.
Que aqui, em blogs, na comunicação social, em cortejos carnavalescos e outros locais de comentário sem responsabilidades político-partidárias, sem falar "na qualidade de" ou "em nome de", se denunciem situações ou sobre elas se faça sarcasmo a partir de facetas caracterizadoras da personalidade de quem quer parecer o que não épara enganar, ou esconder o que é, para enganar o "povinho", parece-me não só correcto como útil.
Pessoalmente, fiquei muito satisfeito com a afirmação de Jerónimo de Sousa. Assim se dignifica a política, que tão maltratada anda pelos "políticos" que se servem dela.
8 comentários:
Até eles, os do psd, reconhecem que fomos os únicos que não nos metemos nem criticámos a vida privada do Sá Carneiro.
Por isso também somos diferentes, embora iguais, de/a tantos outros...
Gostei de te ler. Gosto sempre.
Falar da vida privada de um político é, uma forma de desviar o que de essencial deveria ser discutido. Uma forma encontrada por muitos responsáveis políticos deste país, para fugir às questões.
Ao PCP interessa e interessou sempre discutir a política económica, social e cultural.
Sim, somos muito diferentes!
GR
O homem mais uma vez mostrou que não "embarca" em facilidades - se calhar nem o deixavam...
Todavia, a honestidade pessoal é denunciadora duma honestidade política
Claro, camarada antuã!, mas não é isso que está em causa. E aqui, e noutros lugares, devemos denunciar as deshonstidades. O que me agradou, e muito, foi que o JS não "embarcasse" em facilidades, como disse a Justine, em manobras de diversão, no que o pudesse desviar do ataque às políticas que é a sua tarefa e responsabilidade.
Todos têm direito à vida privada
desde que a sua conduta
não fira o bem comum
Respeito pela diferença
não deve servir para adocicar
a canalha.
Desculpa lá, ó puma... mas quem é que falou em "adocicar a canalha"?
Há é lugar para tudo. E, no PCP, quem o representa responsavelmente não pode cair em rasteiras e em manobras de diversão. O sentido das políticas, quem elas servem, quem explora a partir delas, esse é o terreno da luta.
O combate político trava-se com armas políticas: se se viciam as armas vicia-se o combate.
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