domingo, março 22, 2009

Deputados europeus

Aproximam as eleições europeias, para as quais o PCP foi o primeiro, no quadro da CDU, a apresentar a sua cabeça de lista, Ilda Figueiredo, apresentação e actividade sequente que a comunicação social (não) tem tratado de forma absolutamente inaceitável sobretudo se confrontada com o eco dado à designação de Vital Moreira pelo secretário-geral do PS como seu candidato e a uma esporádica distribuição de propaganda por Francisco Louçã e Miguel Portas num BE sempre "nas palminhas".
Com essa aproximação, aparecem, inevitavelmente, avaliações dos mandatos dos deputados na legislatura que ora termina. O Expresso fê-lo esta semana, através de Daniel do Rosário. Parte interessada, também pessoalmente, senti-me recuar uns anos, para quando esta análise foi "descoberta" e passou a ser possível nos idos anos 97/98, quando a informática foi instalada entre as usuais ferramentas de trabalho do PE.
Estive 11 anos na tarefa de deputado europeu e inclui-se, nesse longo período, o mandato desta legislatura, de 22 de Julho de 2004 a 11 de Janeiro de 2005, isto é, 5 meses completos, entre eles Agosto e Dezembro o que torna o tempo considerado útil, de trabalho, mais curto. Porque fazia parte do compromisso, para com o Partido e como candidato, saí logo que considerei ter feito trabalho útil e que tivesse justificado o voto para que representasse os portugueses e Portugal, que é isso estar em deputado.
Tive a sorte de "agarrar" um bom relatório, sobre as pescas, de o ver aprovado, embora com muita oposição e reservas de deputados espanhóis, fiz (vi agora) 26 intervenções em plenário e apresentei 13 perguntas, fui substituído pelo meu camarada Pedro Guerreiro, o que, a juntar à enorme tranquilidade de consciência, me deu inteira satisfação pessoal.
Não estou na lista apresentada pelo Daniel do Rosário. Tenho pena. Naqueles escassíssimos meses, fiz tantos e mais relatórios que 7 outros deputados portugueses em 5 anos, tantas ou mais intervenções que 4 outros deputados portugueses em 5 anos, fiz tantas ou mais perguntas que 10 outros deputados portugueses em 5 anos!
Venho dizê-lo não para me vangloriar do trabalho feito,735 mas para juntar estes números aos números dos mandatos de Ilda Figueiredo e de Pedro Guerreiro. Os dois mandatos dos eleitos nas listas da CDU realizaram 13 relatórios, 1398 intervenções e 671 perguntas, o que dá, já que estamos a fazer estatísticas, 6,5 relatórios por mandato, 699 intervenções por mandato e 335,5 perguntas por mandato. Confrontem-se estes números com os de outros mandatos de outras listas que se apresentam a sufrágio!
O que nos remete para a grande questão (estatística): as avaliações dos desempenhos, além de terem em conta o trabalho deputado a deputados, teriam de contribuir para saber que fizeram os eleitos dos seus mandatos, os 12 do PS, os 7 do PSD, os 2 do CDS-PP e o do BE?
Por mandatos, temos que

Como nota, acrescento que, evidentemente, inclui os números relativos a Fausto Correia, que faleceu e foi substituído por Armando França, e os de António Costa, para se candidatar à Câmara de Lisboa, substituído por Hasse Ferreira e não por Manuel dos Santos, que o substituiu, sim, numa vice-presidência do PE atribuida ao PSEuropeu; ainda se acrescenta que as intervenções, quer de António Costa, quer de Manuel dos Santos, estão muito empoladas pois contam como intervenções as vezes que falaram, como vice-presidentes, na condução dos trabalhos.

14 comentários:

Anónimo disse...

Se Juntarmos a estes dados os não contabilizados "ExpressaMENTE" por eles,os contactos directos [ao frio à chuva e ao Sol] com milhares de trabalhadores,pescadores,agricultores,Micro e pequenos empresários e outras vítimas do VITALício(?) [querem eles] capitalismo imposto pela economia de casino made in-USA/UE,afirmamos com confiança, que, para defender a soberania nacional, o voto certo e seguro é na CDU!

Fernando Samuel disse...

Ora aí está: por isso mesmo é que os média silenciam a candidatura da CDU e deitam foguetes às do BE e do PS...

Um abraço.

samuel disse...

É necessário entender os senhores...
Esta actividade da CDU e dos seus eleitos é extremamente "incomodativa" e enervante.

Abraço

Justine disse...

Assim se vê...!!

Maria disse...

Já pensaste bem o que seria se tivessemos eleitos consoante o trabalho que desenvolvemos? Lá e aqui?

:)

Crixus disse...

Cá como lá os deputados do PCP são aqueles que mais trabalho apresentam, e sempre em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo.

cristal disse...

E achas que os "agarrados aos tachos" querem que isto se saiba? Mas ainda bem que tu o dizes e mostras, tal como o fizeste e outros também vão fazendo, dizendo, mostrando. Há silêncios que fazem muito barulho.

Anónimo disse...

A CDU incomoda, sinal que a nossa luta caminha no sentido da verdade.
Parabéns ao blog que denuncia o que a comunicação social oculta.

zemanel disse...

Há outro desafio estatístico interessante: a média - tantas vezes (ab)usada.
como os media gostam de individualizar/personalizar, que se some o trabalho elaborado por cada força política e se distribui pelo númro de deputados europeus dessa força: os resultados são ainda mais espantosos...
Um abraço

duarte disse...

Já restam poucas dúvidas.
Estamos a ser governados por um bando de preguiçosos.
Em Junho lá estaremos.
abraço do vale.

Anónimo disse...

Sérgio, sei que pode ser "chato" mas valia a pena enviares este comentário ao Daniel... que caso tivesse sido obrgigado a fazer esta(e) análise(silenciamento) devia pelo menos ligar-te e deixar-te de sobreaviso. Mas nesse caso não devia estar a escrever no «Expresso»... Dá vontade de dizer uma palavra feia!
Ricardo

miguel disse...

palavras para que?

Anónimo disse...

As comparações mostram a crua realidade: CDU, pelo menos no PE, faz trabalho sério.

Não queria ser mau, mas já viram o trabalho desenvolvido pelo BE? É menos do que o produzido por UM deputado da CDU em MEIO ano. Fora o trabalho de rua que, esse sim, indiscutivelmente não têm.

Daniel Rosário disse...

tenho pena de só agora ter dado com este post.

imagino que já não vá a tempo da discussão, mas cá fica o comentário. ao post e a alguns comentários.

para dizer apenas que não só os comentadores se queixaram de terem sido "expressamente silenciados" pelo trabalho no Expresso.

não houve um único partido que ficasse de fora na lista de queixosos que se sentiram injustiçados por este balanço.

que é apenas isso, um balanço com alguns critérios, devidamente explicados. porque com a quantidade informação mais e menos relevante disponível pode fazer-se balanços praticamnte para todos os gostos. correndo o risco de serem mais ou menos relevantes, claro.

e de continuar a haver quem se sinta "expressamente silenciado".

Daniel Rosário