Neste blog, para fecho destas anotações sobre o Congresso de Ourém, que tanto me “ocupou” por oureense idiossincrasia, retomo a minha abordagem no tema para que fui convidado – o da economia –, e o meu mote: o universal é o local menos os muros (Miguel Torga).
Outros locais, muitos, haverá que podem convocar o mote, mas Ourém é decerto um deles. Como concelho, pode dizer-se que «não se sabe de que terra é» no desordenamento do território em que Portugal insiste em viver. Ou insistem alguns interesses por ele, melhor: por nós, portugueses.
Consensualmente espaço de transição, todas as abordagens sérias o sublinham. O acesso aos fundos e apoios centrais tem condicionado uma tomada de posição reivindicativa de clareza quanto ao posicionamento, potenciando as virtualidades de estar entre o sul e o norte, a faixa litoral e o interior raiano. E, paradoxalmente, assim se desaproveitam, como agora pode ser o caso do PRODER e do PROT-OVT, esses fundos e apoios, como parece ter sido o caso no Congresso em que as referências a tais programas terão sido pouco motivadoras e, talvez, não tenham estimulado a necessária valorização das reflexões estratégicas.
Assim terá sido porque se vive um tempo de desconsideração do aproveitamento dos recursos nossos, naturais ou adquiridos, e a sua consideração valorizaria o local e os seus recursos. Tudo parece submergido pela financeirização, pelo dinheiro, único – e simbólico e falso – recurso que parece existir, e nas mãos universais de quem exige condições (de facilitada circulação e reprodução) para o aplicar localmente.
Isso transpareceu no discurso final do presidente da câmara, que poderia ter sido feito sem que se tivesse realizado o Congresso, discurso que foi marcado pela obsessão da internacionalização, isto é, a economia empresarial voltada para a exportação, e pela situação financeira e como lhe fazer face pela atracção de capitais financeiros externos.
Na semana seguinte, o primeiro-ministro pareceu repetir a “receita”, quando o que se passa é que a “receita” é a mesma, que se repete a partir “de cima”, do universal centralizado ao nível nacional e transcendendo para supranacional e universal, "receita" redutora e que, apesar dos papeis em que é escrita, da cor das tintas com que é prescrita e locais onde é aviada, é a mesma que se repete à exaustão.
Por isso, em todos os discursos que vou ouvindo deste jovem presidente da câmara, com crescente maior domínio na exposição dos temas que repete, reconheça-se, apenas vai tornando mais redutora e fechada a abordagem, pois fala sempre da “aldeia-global”, assim tornando o discurso talvez mais “sedutor” mas decerto mais redutor, e mais fechada a abordagem, pois não é a aldeia que se abre ao mundo mas o mundo que enclausura a aldeia.
Outros locais, muitos, haverá que podem convocar o mote, mas Ourém é decerto um deles. Como concelho, pode dizer-se que «não se sabe de que terra é» no desordenamento do território em que Portugal insiste em viver. Ou insistem alguns interesses por ele, melhor: por nós, portugueses.
Consensualmente espaço de transição, todas as abordagens sérias o sublinham. O acesso aos fundos e apoios centrais tem condicionado uma tomada de posição reivindicativa de clareza quanto ao posicionamento, potenciando as virtualidades de estar entre o sul e o norte, a faixa litoral e o interior raiano. E, paradoxalmente, assim se desaproveitam, como agora pode ser o caso do PRODER e do PROT-OVT, esses fundos e apoios, como parece ter sido o caso no Congresso em que as referências a tais programas terão sido pouco motivadoras e, talvez, não tenham estimulado a necessária valorização das reflexões estratégicas.
Assim terá sido porque se vive um tempo de desconsideração do aproveitamento dos recursos nossos, naturais ou adquiridos, e a sua consideração valorizaria o local e os seus recursos. Tudo parece submergido pela financeirização, pelo dinheiro, único – e simbólico e falso – recurso que parece existir, e nas mãos universais de quem exige condições (de facilitada circulação e reprodução) para o aplicar localmente.
Isso transpareceu no discurso final do presidente da câmara, que poderia ter sido feito sem que se tivesse realizado o Congresso, discurso que foi marcado pela obsessão da internacionalização, isto é, a economia empresarial voltada para a exportação, e pela situação financeira e como lhe fazer face pela atracção de capitais financeiros externos.
Na semana seguinte, o primeiro-ministro pareceu repetir a “receita”, quando o que se passa é que a “receita” é a mesma, que se repete a partir “de cima”, do universal centralizado ao nível nacional e transcendendo para supranacional e universal, "receita" redutora e que, apesar dos papeis em que é escrita, da cor das tintas com que é prescrita e locais onde é aviada, é a mesma que se repete à exaustão.
Por isso, em todos os discursos que vou ouvindo deste jovem presidente da câmara, com crescente maior domínio na exposição dos temas que repete, reconheça-se, apenas vai tornando mais redutora e fechada a abordagem, pois fala sempre da “aldeia-global”, assim tornando o discurso talvez mais “sedutor” mas decerto mais redutor, e mais fechada a abordagem, pois não é a aldeia que se abre ao mundo mas o mundo que enclausura a aldeia.
Mas, sobre Ourém, e os seus problemas – que tantos são – mais um pouco direi na última mensagem em poraqui-porourém.blogspot.com.
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Isto é o que eu vejo, com as leituras que tenho, como a deste livro, para cuja edição em português contribui em 1998.
4 comentários:
"não é a aldeia que se abre ao mundo mas o mundo que enclausura a aldeia"
É muito bom!
Abraço.
Pelos vistos Ourém espera um novo milagre de Fátima vindo não da virgem Maria mas do beato e analfabeto J. de Sousa.
Isto é surrealismo! Ou a tristeza de quem nem sabe o que escreve... desde que sirva para destilar uns certos ódios!
Eis um analfabeto que nem sabe como se chama e nem tem a coragem de assumir o seu analfabetismo.
Ora aí está uma grande verdade: não sei como me chamo e não sei que sou analfabeto.
Obrigado pelo esclarecimento...
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