domingo, janeiro 16, 2011

Sobre o FMI

A questão, no fundo, é a do estádio da relação de forças. E pode a evolução das condições objectivas ter criado a inevitabilidade de uma mudança de rumo e esta não se fazer porque quem a pode fazer, as únicas forças que a podem concretizar efectivamente não se encontrarem, ainda, em condições subjectivas de a provocar. Mas estádio não é estagnação.
Em 1944, ainda não terminara a guerra de 1939-45, realizou-se, em Bretton Woods, uma Conferência Monetária… ocidental. De onde resultou a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).
A guerra encaminhava-se para o fim. Para a vitória dos “aliados”. Mas essa vitória seria, também, claramente, a derrota do "ocidente” numa outra e mais longa e funda “guerra”, por não ter sido derrotada a União Soviética, bem pelo contrário!, e toda uma dinâmica social estar em marcha. Vitoriosa. Alterando a relação de forças. Nalguns lugares provocando rupturas.
Os mecanismos e organismos criados em Bretton Woods, antecipando-se pouco mais de um ano, ao criminoso lançamento das bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaqui, de Agosto de 1945, foram, de certo modo, uma "bomba atómica de AP (acção prolongada)" para terapia do funcionamento da economia (e das finanças) cada vez mais internacional.
Para me actualizar, reli uma notável conferência de A. Ramos Pereira, de 1954, Organismos Económicos Internacionais – de Bretton Woods à U.E.P. (União Europeia de Pagamentos), no Sindicato Nacioal dos Comercialistas.
A que, obviamente, voltarei. Como é tão oportuno, passados 57 anos.

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