quinta-feira, abril 07, 2011

Declaração de economista

O abaixo-assinado, depois de ter ouvido na RDP1, a abrir o noticiário das 13, que "os economistas estão de acordo com o pedido de ajuda externa, e que ela só pecou por tardia", e ser essa notícia avalizada por uma chamada Ordem de Economistas, vem fazer a seguinte

DECLARAÇÃO

O abaixo-assinado licenciou-se em economia, em 1958, no então chamado Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, sindicalizou-se no Sindicato Nacional dos Comercialistas, que acabou substituído por essa dita Ordem de Economistas, doutorou-se em economia, em 1986, no então ISE - e só então porque antes não teria sido possível (como agora também não o seria!) por defender uma tese que se pretendia marxista e baseada em experiência de economista em acções de cooperação em Guiné-Bissau, Cabo Verde e Moçambique, como técnico das Nações Unidas-OIT -,

declara que não está de acordo com este pedido de ajuda externa, antes mesmo de conhecer as condições que a ela se atrelarão, pois culmina um processo de destruição da economia produtiva portuguesa, de "nacionalização" da dívida privada e das consequências desastrosas de actividades especulativas fraudulentas, num rumo que é urgente suster e mudar, e em que se persiste continuar, pois tal pedido de auxílio visa proteger os credores que provocaram o processo e a situação, e reforça o ataque aos devedores que do processo e da situação foram e são vítimas.

Mais declara que só por não ser membro da dita Ordem não se demite dela, declarando também que não se demite de economista e, muito menos, de cidadão português.

Aos 7 de Abril de 2011, no começo de 36º ano da vigência de uma Constituição da República Portuguesa.








Sérgio José Ferreira Ribeiro

19 comentários:

Anónimo disse...

É assim mesmo, Sérgio.
É uma declaração de quem, além de democrata, comunista e patriota, sabe do ofício e conhece alternativas.

Campaniça

Ricardo O. disse...

Com as devidas diferenças, este também, economista não inscrito na Ordem afirma que não está de acordo com o recurso ao FEEF e ao FMI, que não se trata de um pedido de ajuda, que existe uma política PATRIÓTICA E DE ESQUERDA, essa sim a ALTERNATIVA capaz de imprimir o crescimento económico, dinamizar a produção nacional, criar empregos e valorizar salários, pensões e os direitos dos trabalhadores.

E porque também faço esta declaração, no próximo SÁBADO, ÀS 17H30 ESTAREI NA RUA AUGUSTA COM TODOS OS DEMOCRATAS, COMUNISTAS E PATRIOTAS NO COMÍCIO CONTRA A INGERÊNCIA E O DESASTRE.

Sérgio Ribeiro disse...

Mariana - Obrigado. E... já viste?, não podemos estar na Rua Augusta no sábado! Temos muita pena, não é? Mas a luta faz-se onde estamos!

Ricardo - Olá, colega (no bom sentido da palavra!). É imposível estar na Rua Augusta. Bem gostaria de ter ubiquidade. Representas-me, por favor?

José Rodrigues disse...

Eu que não sendo economista (curso de electricista)também não aceito recados e conselhos dessa mal(dita)ordem do pensamento único,e por isso,amanhã vou a S.J.da Madeira debater com o Carlos Carvalhas as nossas propostas para combater a pandilha que arrasta este povo para o desastre nacional.

Abraço

Carlos Henriques disse...

Mas a alternativa à crise do capitalismo é um governo "Patriótico e de Esquerda"?

Mas qual é a base económica deste governo?

É capitalista ou socialista?

Um abraço
Carlos Henriques
Seixal

Sérgio Ribeiro disse...

José Rodrigues - Bom trabalho, camarada.

Carlos Henriques - Não queres mesmo perceber, não é?
Eu repito, por outras palavras.
O PCP luta pelo socialismo, não espera que ele saia de uma eleição a 5 de Junho.
Um governo por que, hoje, aqui e agora, será alternativa não será um "governo socialista", chamamos-lhe patriótico e de esquerda, criando condições, na actual relação de forças, para o caminho a fazer. Para o socialismo.
Sem grandes esperanças, pergunto: ficou claro?

samuel disse...

Deixa lá... eles também não estavam com esperança de que tu pusesses NAQUELA posição... mas pelos vistos, eles gostam.

Abraço.

Antuã disse...

Gostei muito Sérgio. Continua a dar lições.

Fernando Samuel disse...

Deste ECONOMISTA eu gosto.


Um abraço.

Maria disse...

Não sou economista mas subscrevo o que escreveste.
Já não aguento 'ouver' estes gajos.

Um beijo.

Graciete Rietsch disse...

Também não sou economista mas subscrevo inteiramente a tua declaração.
Bem sei que não ganharemos as eleições mas o que eu tenho tentado esclarecer é a importância de uma grande votação na CDU, para que na Assembleia possamos defender, com mais força, a política patriótica e de esquerda que não aceita mais compromissos lesivos do já tão massacrado Povo Português.

Um beijo.

cid simoes disse...

Eles referem-se aos economistas da Escola de Chicago... Chicago, banksters, metralhadoras...

Jorge Manuel Gomes disse...

Ele há economistas e ECONOMISTAS!

Os economistas, ao serviço dos donos, fizeram-nos chegar aqui!
Deposito as esperanças nos "nossos" ECONOMISTAS para nos mostrarem o caminho. Um outro caminho que nos tire deste atoleiro.

Um abraço desde Vila do Conde,

Jorge

eulália disse...

Com as devidas diferenças, Subscrevo.

andre faria disse...

Sérgio, aqui tens mais um economista que está de acordo contigo, eu! (João Silveira Ramos)

sempre avante! disse...

Boa camarada! A luta é o caminho! E somos muitos a estar de acordo.

Unknown disse...

".....fico feliz por ter este economista como Professor de Economia, na universidade sénior!..."

Anónimo disse...

Pela indignação - ora, como se houvesse um único caminho! - e pelo debate/embate/combate democrático...se fosse só por isso, o texto do Sérgio já valeria a leitura.

Anónimo disse...

Não sou economista mas subscrevo e estou solidário com a tua declaração, como sindicalista e cidadão português que como tu me orgulho de ser!