Viajar é preciso. Mesmo que a austeridade limite a possibilidade.
Ora acontece que a possibilidade de viajar pela "blogosfera" ainda não foi coarctada, nem pela austeridade, nem (por enquanto...) por outros meios. E acontece também que não se pode ir a todo o lado ou sempre que se queira. Há que escolher. O que é igual a rejeitar, ou a pôr de lado lugares que importaria visitar.
Nestas "navegações" escolhem-se destinos e caminhos. Mas alguns locais de passagem são-nos atirados à cara, enquanto outros são sistematicamente excluídos. E tenho tropeçado no blog "delito de opinião" (título giro...) que nos é dado a visitar, que é dos promovidos.
Não entro em conversas, muito menos em polémicas estéreis, mas o último "post" que lá vi, ao passar a convite do sapo - aqui -, é uma coisa... paradigmática. Por si e pela multidão de comentários que suscitou. Assusta!
A noção de serviço público foi apagada do... paradigma. Tudo é empresa, e só se justifica se tiver rentabilidade (para quem?, a quê? ao capital investido!). Aliás, para o paradigma, o Estado é uma empresa maior. Os impostos não existem como receita de um Estado para que este cumpra, sem condicionantes economicisto-financeiros, as suas funções sociais, constitucionais. São outra coisa, são óbices ao funcionamento empresarial, à livre empresa, à economia de mercado. A não ser que sirvam para "ajudar" esta. Ao defender que tem de haver uma outra consideração que não a da rentabilidade, acrescento - e sublinho - que tem de haver racionalidade económica na utilização dos recursos e não desperdícios destes.
Por outro lado - ou do mesmo lado -, no mesmo paradigma, o pior que há são os trabalhadores e os seus privilégios, os seus abusos, as suas greves, as suas manifestações, as suas reivindicações abusivas, a sua falta de produtividade, talvez o seu mau hálito, cheiro a suor, "gosto horroroso...". Para quem tiver dúvidas sobre a existência de classes, e do antagonismo entre elas, há alguns estractos intermédios, alguns intelectuais ultra-liberais, que, ao colocarem-se ao lado e ao serviço, ainda que inconscientemente (alguns), de uma classe exploradora e contra os explorados, que até alguns deles serão ou podem ir a caminho de o serem, se tornam radicais. nas fronteiras do desespero. Na raia do que lhes é vizinho e com que se contrabandeia, como outros radicalismos de (aparentemente) sinal contrário. A questão dos extremos que se tocam. Nunca assumindo posições de classe. De tomar partido.
Será este "post" um delito de opinião para o "delito de opinião" (se este acaso lesse aquele...)? Talvez. Sai, aqui e assim, como desabafo. E forte preocupação!
5 comentários:
Por vezes também tropeço nesse "delitro" de opinião...
Abraço.
Essas opiniões é que são um grande delito.
Um beijo.
Incríveis estes pensamentos, estas posições, estas atitudes.
Delito é, ser o Sapo a fazer (exactamente a este blog) publicidade, também não é por acaso.
BJS,
GR
... e o que me preocupam os comentários!
Abraços e saudades para os três
Temos que concordar,que as opinioes de delito nao caem em saco roto,a ver pelos comentários.E eles sabem-no.Assim se vao moldando as mentes.
Abraço.
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