Foi uma "viagem" calma e agradável, encontros com amigos queridos, um jantar "familiar" que revelou desconhecidas qualidades cozinheiras do autor e professor, uma rápida visita à bela casa de João José Cochofel, agora propriedade da Câmara de Coimbra (Casa da Escrita), onde se realizou a sessão de lançamente, numa sala cheia.
E no regresso-balanço, vínhamos cansados mas satisfeiros
Honrado pelo convite, procurei "estar à altura".
Das 24 páginas (em A5) da apresentação, retiro dois trechos:
«(...)
Na contemporânea idade da História da Humanidade há uma abordagem prevalecente para o que se teima em chamar economia.
Para essa abordagem, a economia não é a ciência social que tem por objecto o trabalho que colhe, aproveita, transforma a natureza de que é parte, os seus recursos, para satisfazer as necessidades dos seres humanos, mas seria uma ciência exacta, por usar (e abusar) da matemática como instrumento de trabalho para transformar a expressão material dinheiro da relação social que é o capital em mais dinheiro. Na actual fase, ao observar-se – e ao sofrer-se – a desmaterialização da expressão material do valor, comprova-se que a “ciência exacta” de ciência nada tem e de exacta ainda menos, sendo até ridiculamente errática…
Mas esta consideração está muito bem expressa na nota 44 da página 83 de A Crise do Capitalismo.
E, como economista que sou, a demitir-me frequente e furiosamente dessa profissão ao ouvir os que dela se arrogam, com todo o arrojo e desvergonha, fiquei recompensado por Avelãs Nunes, vindo de outra escola, ter tão bem colocado a ênfase na Economia enquanto ciência social.
(...)
Acelerar a alteração significativa da correlação de forças!
Como?
Quando?
Promovendo, sem hesitações, sem titubeares nem tibiezas, como prioritária, a tomada de consciência da gravidade do momento histórico e a mobilização para a luta, não de desespero e tudo-ou-nada-já, mas a luta consciente da dimensão tempo, da interdependência planetária, de que não somos, euro-atlantico-norte, o umbigo do mundo que já teríamos sido.
Como termina Avelãs Nunes, na já citada penúltima página
“porque a luta ideológica é,
hoje mais do que nunca,
um factor essencial da luta política
e da luta social (da luta de classes)”.
(...)»
2 comentários:
Também fui ao lançamento do livro, aqui no Porto. E gostei muito.
O autor, Avelãs Nunes, foi brilhante nas suas intervenções durante o debate.
Como nós temos "gente boa" aqui no nosso país!!!!
Por onde andam os olhos e os ouvidos deste Povo tão sofredor?!!!!!
Um beijo.
Já te tinha prometido que havia de me habituar a deixar comentários ao que aqui vou lendo e aprendendo. Até já tinha começado a escrever alguns que ainda assim acabaram por não medrar.
Mas este tinha que cá ficar: o que aqui escreveste fez-me crescer mais dois palmos!
Depois explico-te.
JO
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