quarta-feira, abril 11, 2012

Fazendo negócios em Portugal


"Doing Business in Portugal" é o título de um dossier de 4 páginas que o Financial Times dedica ao País, em que publica análises a sectores como a construção, a banca, a nergia e o turismo, e às privatizações, e à situação laboral. E que mereceu grande eco comunicacional


pois!...

O título do primeiro artigo é "Decididos a fazer reformas", em que o FT escreve que "os objectivos estruturais estão a ser atingidos", sublinhando, no entanto o "custo enorme" dessas reformas (presume-se que social!).

No segundo, o FT atreve-se a afirmar que as dificuldades do país "não diminuíram o entusiasmo [dos portugueses] pelo euro" e afirma que "há sinais positivos que começam a surgir", não conseguindo nós encontrar nem o tal entusiasmo nem vislumbrar os tais sinais positivos, apesar de cá vivermos e muito atentos estarmos

Em "Bancos esperam melhoras rápidas”, o FT garante que a primeira coisa que um funcionário bancário diz a um potencial cliente é que o sector financeiro português "é muito diferente dos da Irlanda e da Grécia" (nem se atrevendo a lembrar o da Islândia).

Outras informações claramente “troikadas” com a realidade dizem que "o País se prepara para vida depois da dívida" e relevam a importância das privatizações, em que o governo já teriam conseguido arrecadar perto de 10 mil milhões de euros, estando mais 7mil milhões. E assim se fazem negócios em Portugal...

Pode ainda ler-se que as pressões externas promovem as mudanças, e que, em Portugal, "pela primeira vez, há uma vontade de fazer reformas estruturais”, o que é evidentemente falso, mesmo que apenas se entenda por reformas estruturais o que ataque e procure destruir o que foi conquistado económica e socialmente nos pouco mais de 400 dias que se seguiram a Abril de 1974!

No final do "dossier", dedicado sobretudo aos sectores do turismo e da energia, o FT afirma ser Portugal “uma nação dedicada ao mar" (já foi!, já foi!...) mas, ao que parece, não com aproveitamento dos recursos e das condições e localização geográfica mas apenas no que se refere ao turismo vindo do exterior, para os velhos reformados em busca de areia e sol,,, apesar do contratempo "do aumento do IVA”.

Na energia, o FT, tal como resto, toma para si as dores do governo e preocupa-se com o défice tarifário e os contratos existentes.

Assim se ajuda a fazer (e faz) negócios em Portugal.

4 comentários:

Antuã disse...

Estes gajos são umas bestas e ignorantes.

cid simoes disse...

É barato freguês... é barato são os restos de uma fábrica que faliu.
Isto já não é um país é uma feira.

Graciete Rietsch disse...

Como se compreendo o que FT descobrisse tanto sucesso na evolução de Portugal, quando se vive já uma situação tão difícil!!!!!E piores dias estão para vir!!!!
E porque é que o nosso mar só serve para deleite dos turistas?

Um beijo.

Olinda disse...

Tantos monstros com as patas em Portugal.E estes Cabrais a reinarem com a gente.Até quando?
Temos que os atirar pela janela!

Abraço