terça-feira, fevereiro 26, 2013

Uma espécie de retrospectiva de/requiem para um governo - 3

Não tinha a intenção de estender estas notas sobre um balanço e para um requiem por um governo - e em particular para o seu "emblemático" ministro das finanças. Mas a trajectória de Vitor Gaspar é meteórica e, por isso, aliciante quanto baste, e alguns comentários sobre ela suscitam novas notas.
É o caso do bloco de notas de João Vieira Pereira que, para mais, cita Bento de Jesus Caraça e a sua frase no busto do edifício do ISEG na Rua Miguel Lupi, da escola onde fui colega de Vitor  Rabaça Gaspar, onde depois também teria andado o filho, este Vitor Gaspar com outro apelido no meio:
"Se não receio o erro,
é porque estou sempre pronto a corrigi-lo"
(aquele "só" da citação de JVP estará a mais...)
Sou de opinião, no entanto, que nem VG "corrige o erro da previsão" nem se trata de um "erro da política".
VG não aceita sequer que tenha errado, como pode corrigir-se?
VG acusa a realidade de não ter cumprido as suas previsões. Foi a realidade que errou.
Por outro lado, o que estamos a viver não resulta de uma política errada, ou com erros, é o resultado de uma política "de classe", de uma política que apenas não se consegue impor tal como o procuram fazer os seus próceres e servidores porque a realidade - onde se inclue a suportabilidade social, no estádio da luta de classes - não o consente. 
Segundo VG, o excel estaria certo, os números que representam (mal) a realidade é que estariam errados. E tudo isto lhe(s) parece muito complicado porque há instituições de cariz democrático que os constrangem, porque há vanguardas partidárias e sindicais "de (outra) classe", há acções organizadas, há movimentos espontâneos de massas. Chatices...
Noutros tempos, em outros contextos internacionais, as coisas resolviam-se de outra maneira.

2 comentários:

Jorge Manuel Gomes disse...

Mas este (des)governo não errou!!!

Estas políticas têm objectivos claros:
- a diminuição dos salários;
- a diminuição dos direitos;
- o encolhimento do Estado nas suas funções sociais;

E claro, estão a esticar a corda até onde nós deixarmos.
Só a luta organizada pode travar estes canalhas!

Um abraço desde Vila do Conde,

Jorge

samuel disse...

Gaspar está absolutamente certo! A realidade é que teima em "errar"...

Abraço.