- Edição Nº2373 - 23-5-2019
Campanha Alegre
A Campanha Alegre, do Eça, regressa ao País com as eleições. Ei-las, de novo.
O PS procura gabar-se de «cumprir as contas do défice» e da distribuição de algumas melhorias arrancadas a ferros por insistência do PCP, enquanto a falta de investimento nos meios humanos e materiais na Saúde, no Ensino, nos transportes, na administração pública, nas forças de segurança ou nos tribunais continua a atazanar os portugueses, pela tal ausência de investimento público, que o Governo de António Costa e Centeno desloca para a banca, enquanto não corta nas PPP ou taxa devidamente as grandes fortunas e os monopólios.
O anedotário galopa com o PSD, onde o cabeça de lista Paulo Rangel resolveu transformar-se em one man show a dar espectáculo onde quer que vá. Ora brada do palanque com voz de tribuno anasalado, batendo o punho e espetando o dedo ao infinito enquanto insulta e responde aos adversários, ora reúne cordatamente com os jornalistas e perora, como um velho sábio, sobre «o PS que anda muito nervoso» e tem «um cabeça de lista que tem medo da rua», enquanto ele se passeia couraçado com a entourage à volta. O homem corre diariamente as quatro estações, aqui virulento e agreste como o Inverno, ali nostálgico e plangente tipo outonal, além pipilante e primaveril, mais tarde remansoso em estio alentejano. Uma maravilha sempre a rodar.
O que Rangel não consegue explicar é o que tem feito pelo País, nos 10 anos que já leva de Bruxelas, para além de granjear fama de ser «influente» nas instâncias de Bruxelas – seja lá isso o que for.
Aí, nada disse o prolixo Rangel, que «também é Paulo, mas não Paulinho das feiras», como ele próprio se apressou a esclarecer, quando lhe apontaram a campanha nas feiras. Sempre invectivo, o guerreiro de salão.
Falta o burlesco do CDS e do seu cabeça de lista, o indómito Nuno Melo, outro guerreiro de salão que até considera que o novel partido fascista Vox, em Espanha, «não é de extrema-direita», podendo concorrer ao PPE.
Julgando-se, provavelmente, um Maria da Fonte de calças – consta que o homem é minhoto – o Melo encasquetou agora que o CDS «é o 25 de Novembro» que está contra «o 11 de Março» do PCP e do Bloco de Esquerda, numa confusão histórica que nem sabe que o BE não existia nesses tempos, além de fingir ignorar que o CDS foi o «partido do táxi», por nele terem cabido os seus eleitos na Assembleia da República, não os da sua representação europeia…
Isto após uma primeira fase da campanha em que o Melo mais a chefe Cristas atribuíram ao Governo a responsabilidade de todas as maleitas e catástrofes, só faltando incluir a da seca, que por aí anda.
A direita não tem argumentos. O voto na CDU é o mais sério, seguro e urgente.
Henrique Custódio
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