O título da própria
nota é elucidativo: “Sobre o recuo do PSD e do CDS na consagração do tempo de serviço”.
Apesar de tanto Assunção Cristas como Rui Rio terem evitado assumir um
volte-face, o PCP não se deixou convencer com os argumentos que os dois líderes
apresentaram. “PSD e CDS aprovaram na
Comissão Parlamentar um texto que voltaram a defender na sexta-feira. O recuo
agora assumido pelo PSD e pelo CDS confirma, como já haviam revelado no debate
em comissão, a sua recusa em consagrar a valorização
remuneratória devida aos trabalhadores“, pode ler-se.
E como há eleições
daqui a três semanas, o comunicado dos comunistas não deixa de fora a campanha,
onde a estratégia para se demarcar do PS tem sido evidente. “A mudança de posição do PSD e do CDS, mais
do que uma cedência ao ultimato do Governo do PS, testemunha a
convergência de posições com o PS sempre que é necessário para
a manutenção de cortes”.
Atirar com o argumento da austeridade para cima do PS, do PSD e do CDS tem sido
também parte da estratégia comunista para este ano eleitoral.
As posições assumidas
este domingo quer pela líder do CDS, primeiro, quer pelo presidente do PSD,
mais tarde, são para o PCP a prova de que houve um recuo que volta a colar os
partidos de direita ao PS e traça a linha que separa aqueles que querem travar
os cortes daqueles que os querem “manter”. Do primeiro lado da barricada, estão
os comunistas, que neste comunicado falam ainda para o seu eleitorado. “O PCP prosseguirá de forma coerente a
intervenção e o caminho para a solução que dê resposta a essa e outras
aspirações dos trabalhadores e do povo, não se deixando condicionar por
pressões”. E repete o argumento que tem vindo a proferir desde a
intervenção de António Costa, na sexta-feira: “Não
são aceitáveis os ultimatos e pretextos inconsequentes do PS para a demissão do
Governo“.
Esta é a primeira
reação oficial de um partido depois de CDS e PSD terem anunciado que vão voltar
atrás em relação às propostas que aprovaram quinta-feira na Comissão de
Educação em conjunto com o Bloco de Esquerda e com o PCP.
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