sexta-feira, maio 24, 2019

Reflectindo (sempre!)-1

em resposta a

Região de Leiria:
“Concorda que a idade mínima de voto em Portugal seja aos 16 anos?”
Quanto a mim, é uma falsa questão. Ou melhor: é uma questão falsa. Das ditas fracturantes. Estaria, evidentemente, de acordo com o voto aos 16 anos… desde que a formação cívica, aos 16 anos, fosse minimamente habilitadora de consciência social! Como não é… tenho dúvidas. E repugnam-me cálculos partidário-eleitoralistas!

Jornal de Leiria:
Por que é que os portugueses dão pouca importância
às eleições europeias?
Por deficiente, manipulada, falta de informação. Não culpo a comunicação social… manipulada por interesses que impõem, sob capa da democracia do voto mal informado, ficções da realidade. Os povos iludem-se, desiludem-se, desconfiam, rejeitam o que se lhes apresenta insistente mente como política. Não se cumprem promessas de níveis de vida “europeus”, importa-se o que se pesca no nosso mar, compra-se lá fora o que se podia produzir cá (e produzido foi), pagam-se empréstimos para que tanto contribuí serem tão baixos os salários pelo que temos uma dívida insolúvel! 
No PE houve/há quem lute!

No Notícias de Ourém:
CARTA AO DIRECTOR
As “europeias”
As campanhas eleitorais servem (deveriam servir!) para ajudar os cidadãos-eleitores a informarem-se para que o seu voto seja consciente, responsável. INFORMADO.
Sabem os que no dia 26 vão escolher os seus representantes no Parlamento Europeu que mandato lhes vão dar? Sabem minimamente para que serve o PE, que consequências tem o seu acto de votar (ou o seu não-acto de se abster…)?
Sobre as “europeias”, que informação se dá aos eleitores?  Há uns que sabem e não querem, outros que quereriam mas não sabem, muitos que não sabem nem querem, alguns que sabem e querem. Eu, que estive nesse parlamento nos mandatos de 1989-94, 1994-99, no final do mandato 1999-2004 (para substituir um camarada doente) e no início do mandato 2004-09 (que deixei, para voltar de vez ao Zambujal, depois de ter cumprido o meu dever face a compromissos com quem me elegera) sei alguma coisa e já pouco posso. Mas com esse pouco quero contribuir.
(Mesmo sem explicitar quem apoio… o que é conhecido, pelo que é dispensável!)
Para aula aberta na “cadeira” de cidadania da Universidade Sénior e para falar sobre o seu mais recente livro – os caminhos da social-democracia europeia –, convidei o professor Avelãs Nunes (catedrático jubilado, ex-vice reitor da Universidade de Coimbra) e pus-lhe 3 questões:
1.     na pág. 64 citas Dominique Strauss-Kahn  “fizemos a Europa, agora é preciso fazer os europeus”… “fizeram”?..., e como é que se “fabricam” cidadãos?... o livro ensina?;
2.     o partido português com a designação social-democrata, PSD, no PE está no grupo PPE (Partido Popular Europeu), e o Partido Socialista está no grupo S&D (social-democrata)… são os dois social-democratas?, um portas adentro, outro na dita Europa?
3.      o “Estado Social” dos social-democratas tem alguma coisa a ver com estado socialista e/ou com socialismo?
Espero que quem esteve na aula aberta tenha ficado mais (embora pouco, claro…) informado, em condições melhores (embora insuficientes…) de saber como votar. Sem se ter feito campanha…

Ao ler o NO de 17.05 soube que candidatos estiveram no concelho, em campanha. E o nosso semanário puxa para título o Brexit. Ora as informações dos candidatos e actuais deputados são mais que tendenciosas, manipuladoras, até enganadoras. Sabem os leitores deste jornal, ou foi-lhes lembrado que o Reino Unido só entrou para o processo de integração em 1972, década e meia mais tarde que os 6 iniciais Estados-membros, sempre com condições especiais, com “opting-out”, nunca com dois pés dentro. Como se reforçou em 1992 no Tratado de Maastricht, que mudou a “Comunidade” em “União”; como em 1999 não entrando para a moeda única (tal como Dinamarca, Suécia); como, há 3 anos no referendo em que os cidadãos-votantes do Reino Unido votaram pela saída da União Europeia, terminando um arrastado processo de um-pé-dentro-outro-fora?
Não que eu considere que cada cidadão deva ser um especialista. De modo nenhum! Mas cada cidadão deve ser informado com verdade do essencial que é objecto do seu voto.
Da minha experiência, considero ter a obrigação de dizer as razões por que estive contra o euro, razões hoje reconhecidas por muitos que então as atacaram, de explicar porque julgo essencial a defesa da pesca, como aprendi como autor de relatório aprovado em 2005, de lembrar a esquecida coesão económica e social por que tanto lutei e as prometidas transeuropeias ferroviárias, de falar do trabalho sobre património e, como eleito para a direcção do PE entre 1994 e 99, na moralização da tarefa, de que não retirei benefício pessoal, em centavos (ou cêntimos…).
E de tanta mais coisa importante para o nosso viver português.
Sérgio Ribeiro

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... e vivó velho!...

1 comentário:

Olinda disse...

Uma contribuição que só enriqueceu o NO.E quem leu a carta,claro,alguma coisa lá ficou!Bjo