04.12.2019
(...)
Sempre, sempre a aprender,
muito me deu para estudar a matéria que me foi fornecida pela última campanha
eleitoral, e uma frase então lida e ouvida tem vindo a impor-se no meio do magma
dos slogans e palavras de ordem, pela sua validade intrínseca e fundamentada e pelo
seu potencial de comunicação:
O CAPITALISMO NÃO É VERDE
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Também pelo respeito que me
merecem os muito jovens ao serem manipulados e instrumentalizados, quando em particular
são vítimas inocentes e ingénuas, quando os transformam em falsos juízes e servem
para dar sentenças inúteis e mistificadoras.
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Disse tudo e, por isso, não
digo mais:
O CAPITALISMO NÃO É VERDE!
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Embora ainda deixe o meu
conforto por ter visto o partido que tomei (o Partido…) ter conseguido
manter-se à margem de ingreta questão
que tanto ocupa o espaço mediático (bem ao contrário da irritação e ou zanga
que me provocam o silêncio ou a desvirtuação que são dadas às nossas posições).
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Mas não era isto que trazia
da cama e do sono para dizer, e fui apanhado pela lava larvar em terreno por
lavrar como se fosse sementeira de salvação quando é estrume envenenado.
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Por isso, cala-te boca!, que
não é a altura de te abrires.
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Ou melhor, fala do que
tinhas para dizer que começa a ser bem tempo.
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E assim é que, nas invasora
referências aos 70 anos de uma coisa chamada OTAN (porquê NATO, em inguelix?),
me indigno que baste e barafusto… em susto!
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Vi, ouvi e li que faz 70
anos e está com problemas, porque cada um dos cúmplices notórios e notáveis está
para seu lado, porque corre risco a sua sobrevivência, porque é preciso lutar
para que assim não seja, que é indispensável preservar a organização em nome da
defesa do que (dizem…) é essencial.
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… defesa? A OTAN/NATO que sempre foi agressora e nunca defensiva?
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… e do que é essencial? Mas ninguém dos seus arautos e fautores clarifica
o que é o essencial?, a civilização ocidental?, princípios e valores que
mereçam o nome de humanos e… essenciais?
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Como dizia ontem Putin
(veja-se lá quem estou a citar… por tão bem o ter dito em frases curtas e
certeiras), a OTAN/NATO nasceu (em 1949, há os tais e ora festejados 70 anos)
agressora, na “guerra fria”, para atacar a União Soviética, a qual, cinco anos mais
tarde (em 1954) criou – como resposta, para se defender… – um Pacto (de Varsóvia),
que já não existe (nem o tal Pacto, nem até mesmo – e sublinhou-o Putin… – a União
Soviética).
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A questão essencial, essa
sim essencial!, é que a OTAN/NATO tem necessidade de um inimigo
para existir, para unir os desavindos cúmplices, que só cúmplices serão se
tiverem um inimigo comum a ameaçá-los.
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Seja esse inimigo os que se
querem donos do que é seu – do ouro e da prata, ou do petróleo (ouro negro e
prata viscosa) ou o lítio (minério branco) –, seja os que melhor e mais crescem
que eles e que, por isso, lhes ameaça a supremacia, seja sobretudo – e isso é
que é essencial – o trabalho, que tem de
ser mercadoria e única força criadora de valor a apropriar.
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Seja os Povos!
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E apetece (apetites insaciáveis
são estes) escrever mais e por aqui ficar a especular sobre a necessidade do
inimigo, a necessidade metafísica, as necessidades animais e humanas por
satisfazer, as
necessidades … mas não pode ser.
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O CAPITAL – COMO RELAÇÃO
SOCIAL QUE É – TEM NECESSIDADE DE IR CRIANDO INIMIGOS COLATERAIS PARA COMBATER
O SEU INIMIGO, QUE É O TRABALHO
3 comentários:
Uma verdade inegável e que não é de hoje.Bjo.
Há uma cor diametralmente oposta ao verde? Então é essa a cor do capitalismo
Eu acho que o capitalismo não tem cor nem pátria. É um polvo com milhões de tentáculos e por isso tão difícil de destruir.
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