Cada Congresso é momento definidor do Partido. Não para escolha do líder, medir forças entre f(r)acções, ser centro da manipulada informação.
Somos diferentes porque somos de/da outra classe.
Congressualmente, em colectivo debatemos os passos dos caminhos, escolhemos quem terá tarefa de nos dirigir no cumprimento do decidido por todos.
Foi assim na clandestinidade. Congresso a congresso. Aprovando o rumo à vitória; depois, a conquista do possível; depois ainda, a sua defesa, nunca perdendo de vista o aparente impossível não utopia.
Este é o XXI, o 14.º depois do VII, extraordinário porque 1.º em liberdade, e mais dois o foram porque só em congresso se altera o decidido em congresso.
Respeitamo-nos!
Militante há mais de 60 anos, acompanhei os 14 em liberdade, nalguns com tarefas. Este será talvez o primeiro em que, com contributo nas fases anteriores, não estarei no acto final. Terei pena… é a vida!
Aqui, anoto umas reflexões:
Relevo a metodologia, a partir do CC, para chegar à resolução-proposta a apresentar aos delegados que vamos escolher, o esforço para abertura e debate: situação nacional, situação internacional, luta de massas e a alternativa patriótica e de esquerda, o Partido.
A análise de situações e questões decorrentes produziu texto que assusta leitor de calhamaços; 80 páginas a 2 colunas no Avante! seriam mais de 300 em livro de leitura difícil porque de estudo sem saltos de página; escasso número de militantes terá lido as Teses.
Com realismo, sem alterar o processo, há que reflectir sobre formas de informação que a evolução das forças produtivas trouxe, roubadas do uso útil para serem mercado e mercantilmente manipuladas; ao mesmo tempo, a militância acresce em tarefas necessárias, decresce em formação ideológica.
A luta de classes – que somos os únicos a afirmar, todos praticam, alguns têm consciência e escondem – é cada vez mais ideológica, só consciencializando trabalhadores podemos avançar.
Vivemos tempos complexos; com as Teses, sublinho que a pandemia não trouxe crise, veio agravar a crise do capitalismo, é vital recuperar serviços públicos e nacionalizar sectores-chave da economia para a pôr ao serviço das populações.
O Congresso tem de decidir o rumo justamente preconizado, mas tem de alertar para que o cumprimento de formalismos não seja falho de conteúdo; o centralismo democrático é nossa regra mas a democraticidade é diminuta por a participação ser escassa, o que enfraquece a capacidade mobilizadora.
Sérgio Ribeiro
2 comentários:
Obrigada, Sérgio. Sempre!
Um abraço.
Também li o teu valioso contributo para o próximo Congresso.Bjo.
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