Aos anónimos “guardiões da liberdade”
Vós que, do alto do vosso magistério, e melhor se diria do vosso império, tão atentos estais aos riscos que corre a liberdade, aqui e na Venezuela de Chavez, não estareis confundindo o que não permite confusões?
É que liberdade não é a liberdade de explorar os outros, não é a de fazer circular libertinamente os capitais, não é (só e em exclusivo) a livre empresa e o livre mercado, a liberdade de de tudo fazer mercadoria, abolindo direitos que perturbem essas libertinas liberdades.
Não!
Liberdade é o que Éluard aprendera nos seus bancos de escola e nos ensinava (… Et par le pouvoir d’un mot/je recommence ma vie/je suis naît pour te connaître/pour te nommer:/liberté) e que nós, os que dela estávamos privados, decorávamos, repetíamos, cantando e chorando de emoção (e de esperança de a conseguirmos com a nossa luta, soma de muitas pequenas lutas).
Vós, guardiões dessas vossas “liberdades” e da vossa liberdadezinha privativa, não sabeis o que é a liberdade, a verdadeira, a cidadã, a de homens e mulheres solidários e condicionando a sua liberdade à liberdade de e para todos, dispostos a porem em risco a sua liberdade para ajudarem a que todos sejam livres.
Vós – eu compreendo-vos, tolerante que sou até ao pesar de assim ser – não sabeis o que é a liberdade porque nunca dela estivestes privados, ou porque vos era indiferente que ela não fosse de todos ou porque já nascestes depois dela ter sido precariamente conquistada quando se abriram as portas das prisões que privavam este País nosso de ser livre.
A vós, só vos pediria, se acaso valesse a pena, um pouco de respeito e que, quando argumentásseis (?) com a invocação da União Soviética o não fizessem como papagaios sem cor nem graça, e que, quando apontásseis o dedo libertário e já acusador a Chavez por se atrever a querer para os venezuelanos o que é da Venezuela, tivésseis um pouco de pudor e olhásseis para vós próprios e para o que vos rodeia, sobretudo para os outros que também são gente, para as gentes que todos somos.
É que liberdade não é a liberdade de explorar os outros, não é a de fazer circular libertinamente os capitais, não é (só e em exclusivo) a livre empresa e o livre mercado, a liberdade de de tudo fazer mercadoria, abolindo direitos que perturbem essas libertinas liberdades.
Não!
Liberdade é o que Éluard aprendera nos seus bancos de escola e nos ensinava (… Et par le pouvoir d’un mot/je recommence ma vie/je suis naît pour te connaître/pour te nommer:/liberté) e que nós, os que dela estávamos privados, decorávamos, repetíamos, cantando e chorando de emoção (e de esperança de a conseguirmos com a nossa luta, soma de muitas pequenas lutas).
Vós, guardiões dessas vossas “liberdades” e da vossa liberdadezinha privativa, não sabeis o que é a liberdade, a verdadeira, a cidadã, a de homens e mulheres solidários e condicionando a sua liberdade à liberdade de e para todos, dispostos a porem em risco a sua liberdade para ajudarem a que todos sejam livres.
Vós – eu compreendo-vos, tolerante que sou até ao pesar de assim ser – não sabeis o que é a liberdade porque nunca dela estivestes privados, ou porque vos era indiferente que ela não fosse de todos ou porque já nascestes depois dela ter sido precariamente conquistada quando se abriram as portas das prisões que privavam este País nosso de ser livre.
A vós, só vos pediria, se acaso valesse a pena, um pouco de respeito e que, quando argumentásseis (?) com a invocação da União Soviética o não fizessem como papagaios sem cor nem graça, e que, quando apontásseis o dedo libertário e já acusador a Chavez por se atrever a querer para os venezuelanos o que é da Venezuela, tivésseis um pouco de pudor e olhásseis para vós próprios e para o que vos rodeia, sobretudo para os outros que também são gente, para as gentes que todos somos.
4 comentários:
Bonito texto, Dr. Sérgio Ribeiro.
Estou de acordo com tudo o que diz, inclusivamente com as limitações daquela "liberdadezinha" suportada na exploração e no mercado.
Acho, no entanto, as suas considerações demasiado abstractas, formais.
É que não me tranquilizou relativamente às minhas questões: que garantias me dá que a sociedade que defende não me vai trazer uma espécie de escravatura generalizada sob o domínio da tal nata?
Mas quem sou para dar garantias a vocência?
Ou, de outra forma, quem é vocência para me pedir garantias?
E fico preocupado por a sua tranquilidade estar condicionada por garantias que não lhe posso dar mas que, ao que parece, vocência encontra na sociedade em que vivemos.
Valha-lhe a sinceridade, Dr. Sérgio Ribeiro.
Pelo menos afirma que, na sociedade que deseja para nós, não me pode garantir este bocadinho de liberdade de que ainda gozo na sociedade em que vivemos.
Quem sou eu? Alguém com os mesmos direitos que vocência
Ao menos um bocadinho, mas um pedacinho que seja, de espírito de humor.
Você é mesmo obstinado. Já conheci alguns assim...
Começo a ficar, não incomodado, mas farto!
Goze lá a sua liberdadezinha que, isso posso garantir-lhe, na sociedade por que luto não seria minorada se não prejudicasse a liberdade dos outros, de todos, e até, se não me engano nas contas em que o presumo, seria acrescida.
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