domingo, fevereiro 04, 2007

Sobre liberdade

Queria responder, com um comentário, a um senhor de nome anonymous que deixou dois comentários no anterior post... mas não sei que acontece que o "meu" blog não aceita comentários meus. Decerto por inépcia minha... Por isso, aqui deposito a resposta que queria dar a esse senhor.
De liberdade, da luta por ela para mim e para todos, com os limites que a liberdade de todos impõe à liberdade de cada um, posso falar com conhecimento de causa. Cá por coisas...
E não estou nada nervoso, senhor anonymous. O que não aceito é que me ponha questões desse género, com essa pesporrência, como inquiridor ou inquisitor.
É uma das facetas da minha concepção de liberdade.
Decerto diferente da sua... que se deve sentir "em liberdade".
Pois a minha é mais exigente e acho de má qualidade a liberdade em que vivemos, com privilégio absoluto para a liberdade de empresa, de mercado, de explorar... livremente. Livra!
E, a propósito, o que isto tem a ver com o dr. Pinho?

5 comentários:

Anónimo disse...

Não é por nada, mas "encanto-me"e fico "emocionada" com a "coragem" dos anónimos.Por que será, pergunto eu, que se esconde este anónimo? Será por timidez? Não me parece. Mas também, que importa a opiniâo de quem não tem coragem de assumir as suas opiniões de corpo inteiro.

Anónimo disse...

O gajo é anónimo, não tem coragem de estar de corpo inteiro, a opinião não conta, mas já aí vem o batalhão todo para lhe dar resposta apesar de ele não a merecer. Até a Campaniça!
Dr. Sérgio Ribeiro, que liberdade há para além das da iniciativa privada, da empresa, de expressão, da imprensa, da escolha política e até do mercado? Pode você garanti-las todas na sociedade que defende? A questão é só esta. O seu passado de luta pela liberdade é importante, não deve ser esquecido, estou-lhe grato por ele, mas não chega. Preciso da sua garantia de manutenção da mesma liberdade na sociedade socialista, na tal da ditadura de proletariado.
Decerto sabe que há muitas críticas ao que se passou na URSS. Já não falo nos milhões de mortos do Staline, do que fizeram ao Trotsky, nos deportados para a Sibéria, da Hungria, do vosso comportamento na Primavera de Praga – e isto é importante para um ortodoxo como teima em confessar-se. Falo nessa nata de que tanto gosta e vem ao cimo do leite. Como me garante que se não separa da base, que continuará a vir dela? Como me garante que o seu socialismo não é mais que um capitalismo de Estado dirigido por essa nata que não passa de uma burguesia de estado?
Estou a ser insultuoso, pesporrente? Dr. Sérgio, assuma a coragem de responder directo já que nunca o fez, já que sistematicamente se refugia no seu passado pela luta pela liberdade em Portugal e omite aquilo que tem preparado para nós - que sabemos que esta sociedade tem defeitos, mas que gostamos da liberdade em todos os aspectos e por isso queremos melhorá-la – caso um dia venha a ser poder.

Campaniça, deixe lá de armar em polícia para saber quem sou. Que interessa isso? Que interessa se me chamo António ou Manuel ou Carlos se também não a conheço nem tenho especial prazer em que isso aconteça? Tenho o direito de vos deixar estas dúvidas e elas aqui estão, se quiserem responder, façam favor...

GR, o que apresenta como defeitos desta sociedade, deste governo, é verdade, tem toda a razão, mas o que interessa é como vai impedir que eles se repitam sob outra forma e, por vezes, sob uma forma mais feroz na sociedade cujo modelo defende. Vamos, mostre-me que o seu paraíso pode ser habitado por pessoas que, por vezes, discordam, que têm opiniões diferentes da tal nata!

Sérgio Ribeiro disse...

Depois de ter deixado um longo post a que não resisti, li este comentário. Que (re)comentar? Como ripostar a esta visão da URSS e do que foi a revolução soviética de que este anonymous tem a cabeça feita?
Que quererá ele que lhe diga em resposta directa de que me acusa não ter a coragem de assumir?, que lhe dê a garantia de que a luta que sempre travei - pela liberdade e a democracia - a quero continuar até ao fim da minha vida? Que o tento provar na minha vidinha quotidiana? Que lhe dê a palavra de honra que o futurio será como luto para que seja? E a ele porquê? Para passar a votar no PCP?
E a ele, que garantias lhe devo pedir? A de que reveja a sua limitadíssima concepção de liberdade que não vai "para além das da iniciativa privada, da empresa, da expressão da imprensa, da escolha política e até do mercado"? Que pobreza de liberdade! Já teria ouvido falar, este anonymous, de exploração do homem pelo homem? Considerará ele compatíveis os mercados da saúde e da educação com os direitos à saúde e à educação?
Por mim, continuarei a ser gente e estou convencido que, nos últimos anos da minha vida, nada me fará passar a fazer parte da nata da sociedade em que, ao que vejo, ele se compraz. Paciência...

Anónimo disse...

Não, não, Dr. Sérgio, “nata” foi termo seu para designar aqueles que, da efervescência da luta, se destacavam para passar a dirigir.
Tem toda a razão, a concepção de liberdade de que lhe dei algumas manifestações é limitada, mas é uma base mínima.
Mercado e direito à saude e à educação? Acha que não é possível, Dr. Sérgio? Então para que serve o Estado? Qual é a diferença entre um serviço de saúde ou de educação me ser fornecido por uma empresa ou pelo Estado? Se os privados estiverem em melhores condições para os fornecer por que não o deverão fazer? E ao Estado só competiria pagá-lo ou comparticipá-lo a um preço justo sem cambalachos nem aldrabices.
Chavez quer para os venezuelanos o que é da Venezuela? Acho justo... E o que não é? Por exemplo, as unidades de extracção de petróleo que outros lá instalaram? Também... mas depois de pagar o custo que isso teve para quem lá o implantou. E se o povo o aprovar. E se o povo puder continuar a escolher o Presidente

Maria Manuel Coelho disse...

Olá Sérgio,
Como estás? E a Zé?
Já sei que começei mal para o dito anónimo por mostrar que sou tua amiga e, já agora acrescento, que gosto muito de ti.
No entanto compreendo que ele queira ser anónimo e goste deste estatuto. Qualquer pessoa teria vergonha ou no mínimo embaraço, em se auto definir como "primário". Esta definição comporta uma ignorância e um radicalismo que eu compreendo que custe a assumir. ~
Sabes que não partilho o ideário comunista mas sempre gostei de falar contigo de forma aberta, profunda e numa troca de argumentos salutar.
As banalidades que a dita criatura diz são tão gastas que não se chega a perceber exactamente o que ele pensa.
Por isso usa a tua habitual compreensão e percebe que ele tem de ser mesmo "anonymous".