O senhor dr. Manuel Pinho foi à China dizer aos investidores chineses que Portugal oferece a vantagem comparativa dos mais baixos salários da chamada Europa.
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O homem é franco, frontal. Pragmático.
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Parece que corresponde a esta esquerda modernaça, do socialismo de fronha humana com benefícios para todos (desde que não sejam trabalhadores) a que faz jus o dr. Pinho, esta coisa salazarenta de serem os salários baixos uma… vantagem comparativa.
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Mas não disse, o dito Pinho, que em Portugal é ministro – e da economia e de um governo “socialista” –, que os ministros portugueses poderiam também ser uma vantagem comparativa para o investimento externo, seja ele amarelo ou de uma outra cor, apesar do dinheiro – diz-se – não ter cor, por terem, eles os ministros, dos ordenados mais baixos de toda a chamada Europa.
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Assim como não disse que a IVA (e outras alcavalas) é inferior ao espanhol,
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e que os bancos em Portugal parecem sanguessugas a sugar o sangue das pequenas e médias empresas (não das grandes, das transnacionais de que fazem parte, ou de que são parte),
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e que a burocracia portuguesa é quase tão perniciosa como os ministros que temos de ouvir dizer coisas daquelas,
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e ainda não disse muitas outras coisas porque o homem, apesar de ministro (e de governo “socialista”) não é mentiroso.
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No entanto, não se ficou por aí o Pinho que é ministro.
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Em resposta às esperadas (não por ele, que ele não espera nada e nada dele se pode esperar) reacções de quem acha que os salários baixos não podem ser argumento ou “arma” na “guerra” da competitividade e do aliciamento ao capital que deambula pelo mundo na procura das melhores localizações e deslocalizações, o se. Pinho não se ficou pelo já dito.
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Em vez de ripostar, contrito, que fora uma lapso de língua, com esta a fugir para a verdade, e que dissera o que não deveria ter dito, pelo menos para evitar a eventual publicação nos jornais que os trabalhadores e sindicalistas e outros portugueses podem (ainda) ler – mesmo que seja esse o seu pensamento e teoria – reagiu disparado e disparatado.
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E com aquele seu ar de não partir um prato e de pedir desculpa por ter metido o dedo no nariz, veio duro, frontal, brutal, etiquetar os sindicatos (e quem a ele está ligado ou liga) de “forças de atraso”.
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Tomem lá que já almoçaram… se o salário chegar.
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Ora esta das “forças de atraso será versão “espinhosa” – ou dos “pinhões” do bolo do “socialismo moderno” – das cavacais “forças de bloqueio”.
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É a “cooperação estratégica”, ou lá o que chamam ao que, no antigamente, se dizia ser a promiscuidade sem vergonha.
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Vão dizer-se socialistas para o raio que os parta!
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E vá lá… que hoje estou com tento na língua,
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e não estou como esse senhor Pinho que foi à China no cargo e encargo de ministro do governo que temos.
3 comentários:
A liberdade, GR!
A possibilidade de, apesar de tudo, escolher!
Vocês podem garantir que a manteriam?
Ou fariam como Chavez está fazendo?
Ao anonymous (nome giro, tão giro que muito usado nos actuais batismos ou crismas...),
gostaria que nos dissesse - para nossa, de todos!, informação - o que é que o Chavez (julgo tratar-se do presidente eleito da Venezuela, não é?) está fazendo?
Grato,
o Sérgio Ribeiro,
que não se quer crismar, embora goste de usar heterónimos que não deixam de o identificar!...
Fala-se em liberdade e ficam logo nervosos.
Compreende-se, o passado não abona muito em termos do legado da URSS...
E a questão foi apenas: "vocês podem garantir que a manteriam?". E, mesmo anónimo, mantenho a questão: vocês são capazes de garantir a diversidade de opiniões na vossa sociedade e a sua tradução em partido? Ou deixa de fazer sentido?
Quanto ao Chavez, estou aqui para ver...
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