Muito se fala, muito se escreve, sobre mudança a propósito dos resultados do referendo. De mudanças no que tem sido um certo sentido do voto. Algumas houve que se reflectem nos resultados, e muito me congratulo com isso. mas não falemos, nem escrevamos delas, das mudanças, em termos quase eufóricos e como se fosse algo em que se possa confiar e partir para outra, para outras lutas noutro ambiente social.
É verdade que foi muito importante o que aconteceu, mas também é verdade que serviu de distracção para o que ia continuando a ser, como era e como vai continuar a ser, a luta de sempre, agora com a luta acrescida (e ainda bem!) para que os resultados do referendo tenham tradução no nosso viver em sociedade.
E sabemos todos que há quem estava já, e a estar continua, a tudo fazer - mesmo o ilegítimo, mesmo o ilegal - para o impedir, como o ilustra a questão da ausência de força vinculativa dos resultados. Digam o que disserem, os resultados são, politicamente, mais que vinculativos. São uma exigência para serem levados à prática social.
E há a campanha para sobrevalorizar os "movimentos", que importantes foram, como forma de desvalorizar os partidos, talvez sobretudo a partir de um partido que se traveste de movimento quando é oportun(ist)o, e faz o inverso quando oportun(ist)o lhe parece, assumindo-se como partido.
Em resumo, a luta continua... e continuou durante o aparente hiato de uma outra luta que à luta de sempre se deve juntar.
1 comentário:
Temos todo o direito à revolta. Ao menos, berrando, isto é, blogando aos berros.
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