domingo, setembro 30, 2007

E um cursinho de civismo?...

... para as pessoas (melhor diria, as gajas e os gajos) que se sentam num banco de espera (na Rodoviária, por exemplo) ocupando o espaço a que teriam direito e mais os adjacentes... não pelo volume do corpo, não por qualquer deformidade, mas pelos volumes que depositam ao lado, pelo modo como distribuem o corpo pelos assentos, em suma, por desrespeito pelos outros;
... para as pessoas (melhor diria, as gajas e os gajos) que param os carros nos lugares de estacionamento parecendo que o fizeram procurando que, daquela maneira – e só daquela –, o seu carrinho tome o espaço em que caberiam três... não pelo tamanho da viatura, nem por dificuldade de manobra, mas por “comodidade”, por imbecilidade, em suma, por desrespeito pelos outros.

4 comentários:

Anónimo disse...

Tens razão. Parece que há cada vez menos pessoas e, na razão inversa, vamos ficando rodeados de "gajas e gajos", que se julgam os donos do mundo ou pelo menos, que o mundo gira em torno dos seus umbigos (se é que os têm... às vezes suspeito que não nasceram de mãe nenhuma!!!). O problema é que são destes, os que tomam os poderes. Sem educação, sem escrúpulos, sem valores, sem nada a não ser a cupidez e a arrogância. Vão estragando todo o mundo, o dos outros primeiro, o deles também mas, são tão ignorantes, que acho que nem chegam a dar-se conta disso...

GR disse...

Na realidade o civismo hoje em dia, ultrapassa o selvagem.
Há desrespeito em todas as idades, não! não só são os jovens a prevaricar na educação!
Aqui para estes lados, quando alguém tem direito ao banco (comboio), ou se depara com o tal condutor comodista e egoísta ninguém se cala, é via directa, o que se sente lesado profere umas palavras em “português suave!”, mas por vezes nem assim!

GR

miguel disse...

fruto provavelmente do contexto social em que vivemos, em que o individualismo é a nota dominante da convivência.

a sensibilidade para os outros também advém da educação e da filosofia dominantes.

e essas são as da classe dominante... portanto, está tudo dito. é uma pena.

curiosidade: um camarada uma vez contou-me sobre uma experiência sua na República Democrática da Alemanha. Contava o camarada que à entrada das escadas do metro era comum ver-se mães empurrando carrinhos de bebés pararem no topo dessas escadas.
Essas mães esperavam naturalmente a próxima pessoa que, sem excepção, pousaria as suas malas ou pastas e seguraria na frente do carrinho ajudando a mãe a descer as escadas. sorrisos e conversa, claro. mas nunca era necessário pedir. o próprio facto de ali estar parada no topo das escadas indicava ao próximo trauseunte que aquela mãe precisava de ajuda. de seguida, o ajudante tornava a subir a escadaria para ir buscar as coisas que ali tinha deixado de forma a poder pegar o carrinho.

diferente, hein? cultura de classe dominante...

Sérgio Ribeiro disse...

Estou inteiramente de acordo contigo, pedras contra canhões.
É isso; a cultura de classe dominante... domina. Por fora e por dentro de nós.
Quem vê televisão, quem ouve rádio, quem lê jornais, bebe o leitinho da cultura da classe dominante. O individualismo impera, a competitividade marca as relações entre explorados, a produtividade é a medida na escala lucros para o capital investido ou só especulativo.
Àquele meu desabafo (que não renego, que reitero bem como à necessidade dos tais cursinhos) faltou-me a dimensão que tu lhe deste.
Obrigado.