Regressado de uma longa viagem, com o sol já de verão (finalmente!) a aquecer o carro sem ar condicionado (só aos poucos me vou habituando a novidades... que já estão longe de o serem), chegámos espapaçados!
Ela, foi descansar, até porque fizera a "despesa" da condução; eu, vim ver os blogs, pôr-me "em hora", deixar um "post" sobre os resultados na Irlanda, sentar-me espreguiçado no sofá, "ouver as últimas".
Apanhei a "sic-notícias", o programa "opinião pública" (parece-me que pela primeira vez...), o jornalista com um convidado, "professor do ISEG" ("olha um colega meu... o que irá sair dali?", pensei seu).
Cheguei numa altura em que se estava a dar a palavra aos ouvintes. E ouvi duas reformadas, um agricultor (transmontano de sessenta e tal anos), um estudante, uma professora universitária, e mais uns tantos. Todos mostrando o seu contentamento pelo resultado. Cada um dizendo coisas certíssimas, acertando em alvos que têm estado móveis e enevoados.
Grande opinião pública!
Pausa. Voltou-se ao convidado. E o que saiu dali? O "meu colega" (salvo seja) veio, meio encabulado, fazer o discurso da "elite", dos "políticos", dos "representantes" que afinal não representam ninguém. Muito sensato, muito cordato, muito "europeu", muito "necessidade de encontrar formas de". Com luvas de pelica e pézinhos de lã...
Estava para me vir embora mas ainda apanhei mais umas chamadas da dita "opinião pública", e a primeira delas logo a pôr o "senhor professor" no seu lugar, ao pedir-lhe, concretamente, que dissesse que benefícios da tal União Europeia, do tal euro, para a maioria da população, para as gentes. E deu-me ganas de telefonar e perguntar "e a que prazos" o que tivesse sido benefícios para alguns ou muitos.
Mas já estava já cansado. Há muito que não aguentava tanto tempo com os olhos e os ouvidos no pequeno écran... sem ser para um filme. E dei-me por satisfeito. Satisfeito!
Vim com mais força para trabalhar um bocado.
7 comentários:
Pois eu ainda tentei telefonar, mas não consegui, tal a raiva com que eu estava com o "limpinho".
Apetecia-me partir o telefone... não posso porque é meu e paguei-o.
-Ou eu estou a delirar ou estamos muito perto de uma situação politica idêntica aos meses em que se antecedeu ao 25 de Abril de 74.Só que a nível europeu para não dizer mundial.-Todo me perece um pouco idêntico a esse tempo, os Povos já não crêem nos seus governos olham para eles como se fossem de outra galáxia. E os governantes o que é mais extraordinário agem como tal.
-Mas isto sou eu a delirar!
a.ferreira
Eu também assisti até me aborrecer o servilismo do tal "professor". Como pensei que estavam a prolongar a "conversa em família" para não dar hipótese aos tele.espectadores que estavam a ser incomodativos, deixei-os a falar sozinhos.
Passar directamente da "nossa viagem" para a televisão é no mínimo uma violência, dada a enorme amplitude (não sei bem do quê) que o cérebro tem de suportar...
Abraço
Ouvi também, não tudo.
O Prof. estava ainda abananado com os resultados.
Apercebi-me que na generalidade a população sabe que este Tratado está minado, é mau para o cidadão, para a Soberania Nacional. Algumas intervenções dos ouvintes foram bastante interessantes. Quem esteve a mais no programa foi o Prof.
Agora sim, podemos dizer: “ A coisa aqui está preta!”
Mas ainda estou a saborear a Vitória do Não!
(maravilhoso passeio)
GR
Estimo em saber que chegaste bem...
O "Não" da Irlanda, mais do que ter o efeito imediato de impedir a implementação do Tratado de Lisboa, tem outra consequência inevitável, e que, parece-me, está já a acontecer, que é pôr as pessoas a pensar e a falar sobre o conceito de democracia. E isso pode trazer benefícios à dita!
Mas isto sou eu a dizer...
beijinhos
Esse povo, quando o deixam falar sem explicação, sem lhe ensinarem a liçãozinha "em família", pode ser tramado...
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