Dividindo o e cooperando no trabalho(*).
Se cabe aos seres humanos o papel essencial na formação das forças produtivas, pois são eles que criam os meios de produção para prolongar o seu corpo, esse processo de criação e de evolução das forças produtivas não se faz isoladamente.
Não é um homem ou uma mulher, isolados, que o inicia e o continua, em qualquer momento histórico. O trabalho começa pela partilha de experiências, de conhecimentos adquiridos e, depois transmitidos. No espaço e no tempo. No processo de trabalho, essencial para o processo de produção, os seres humanos entram – naturalmente! – em comunicação uns com os outros. O trabalho tem uma natureza social, pelo que, sendo o trabalho social, a produção também é social, e cada vez mais! Porque combina trabalho social cristalizado, acumulado em milénios, com trabalho social vivo.
A ficção de Robinson Crusoé… é ficção literária. E mesmo assim, o “homem só” ficcionado por Daniel Defoe teria vivido 30 anos numa ilha deserta e nela construiu uma casa, trabalhou a terra, criou gado e fez artesanato mas utilizou, para isso, instrumentos de trabalho que encontrou no navio naufragado e dispôs de grãos e sementes, que já tinham sido trabalho de outros, além de ter conhecimentos (ou competências) que qualificavam a sua força de trabalho. Para não falar do seu relacionamento com a cabrinha e o papagaio e, evidentemente, de que o autor não foi capaz de prescindir de lhe arranjar um Sexta-feira que, tenham-se os preconceitos racistas (e outros...) que se tiverem, foi um companheiro com quem Robinson dividiu trabalho e com quem cooperou no aproveitamento dos recursos da natureza para satisfazer as suas (e as dele, Sexta-feira) necessidades.
Passando da ficção verosímil para o materialismo histórico, os seres humanos começaram a dividir o e a cooperar no trabalho entre si… e entre si começou, por ter sido a partir do que os distinguia naturalmente, biologicamente: o homem e a mulher.
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(*) – foto de Sebastião Salgado
Se cabe aos seres humanos o papel essencial na formação das forças produtivas, pois são eles que criam os meios de produção para prolongar o seu corpo, esse processo de criação e de evolução das forças produtivas não se faz isoladamente.
Não é um homem ou uma mulher, isolados, que o inicia e o continua, em qualquer momento histórico. O trabalho começa pela partilha de experiências, de conhecimentos adquiridos e, depois transmitidos. No espaço e no tempo. No processo de trabalho, essencial para o processo de produção, os seres humanos entram – naturalmente! – em comunicação uns com os outros. O trabalho tem uma natureza social, pelo que, sendo o trabalho social, a produção também é social, e cada vez mais! Porque combina trabalho social cristalizado, acumulado em milénios, com trabalho social vivo.
A ficção de Robinson Crusoé… é ficção literária. E mesmo assim, o “homem só” ficcionado por Daniel Defoe teria vivido 30 anos numa ilha deserta e nela construiu uma casa, trabalhou a terra, criou gado e fez artesanato mas utilizou, para isso, instrumentos de trabalho que encontrou no navio naufragado e dispôs de grãos e sementes, que já tinham sido trabalho de outros, além de ter conhecimentos (ou competências) que qualificavam a sua força de trabalho. Para não falar do seu relacionamento com a cabrinha e o papagaio e, evidentemente, de que o autor não foi capaz de prescindir de lhe arranjar um Sexta-feira que, tenham-se os preconceitos racistas (e outros...) que se tiverem, foi um companheiro com quem Robinson dividiu trabalho e com quem cooperou no aproveitamento dos recursos da natureza para satisfazer as suas (e as dele, Sexta-feira) necessidades.
Passando da ficção verosímil para o materialismo histórico, os seres humanos começaram a dividir o e a cooperar no trabalho entre si… e entre si começou, por ter sido a partir do que os distinguia naturalmente, biologicamente: o homem e a mulher.
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(*) – foto de Sebastião Salgado
8 comentários:
"Isto" cada vez está mais bonito porque cada vez mais claro
Como não podia deixar de ser deixas um ponta de "suspense" para o próximo capítulo.
Diferenças entre homem e mulher, sim senhor... então e o matriarcado?
A "intriga" aumenta. Esperemos por 3ªfª. Mas até lá...que tal levantar uma pontinha do véu.
Campaniça
Ó Campaniça!
Assim não vale... Como vou sair desta secretária uns dias, o próximo "episódio" já está escrito e postado à espera de 3ª feira. E é, precisamente, sobre a divisão "natural" do trabalho e o matriarcado. A pontinha do véu já tu levantaste!
Fizeste-me começar muito bem o dia.
Obrigado, grande amiga.
Mais tarde os homens, nomeadamente por intermédio das religiões, encarregaram-se de enquadrar e perpetuar essas "diferenças".
Então setôr
Estamos na etapa nómada?
Ai que lá vem chumbo!
Mas estou a gostar, apezar de dizerem que burro velho, não aprende linguas, eu sinto que ainda estou novo, ainda aprendo!
Olha que, não leves a mal estas brincadeiras, porque eu estou a levar isto muito a sério, e depois é tua obrigação como professor, teres paciência com os alunos!
abraço
Respondendo directamente ao poesianopopular: se vires bem nómada para o elemento masculino, mas não muito até porque só tinha as pernas para andar, e sedentária para o elemento feminino. Isto para começar... e para simplificar.
Stôr, desculpe ter chegado atrasada, mas o trânsito, sabe...
Achei a aula de hoje muito estimulante e completa, porque relaciona a teoria materialista com a literatura, a fotografia(e que fotografia!), dando-nos assim uma visão abrangente e clara das questões. Muito bom. Ansiosa, espero a próxima aula!
O trabalho ao longo dos tempos foi alterando o comportamento da sociedade, com a disparidade entre sexos, para dificultar sempre o trabalho (e a existência) da mulher. Verificando-se hoje, que as mulheres têm as mesmas profissões, sem excepção (!) dos homens, com a diferença injusta e inexplicável nos salários.
GR
Dividindo o e cooperando no trabalho(*).
“Se cabe aos seres humanos o papel essencial na formação das forças produtivas, pois são eles que criam os meios de produção “
Desculpem lá camaradas, mas gostaria de pôr algumas questões
-”são eles seres humanos que criam os meios de produção.”
1º -Tudo bem, “os seres humanos que criam os meios de produção.”
-Há aqui qualquer coisinha que me faz uma certa confusão, pois penso que quando se inventou o arado ou a sachola não foi uma invenção colectiva ou foi? - De resto estou de acordo que qualquer que seja a obra do ser humano ela só se torna útil quando é desfrutada pela generalidade da humanidade pois caso contrario perde o seu valor social.
Os camaradas desculpem a minha ignorância, não sou uma pessoa de muitas letras, mas adoro pensar. E há coisas que me intrigam!
a.ferreira
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