A aldeia (a cidade, a nação) politicamente organizada não dispunha daquele recurso, daquela matéria-prima, quando o produto dela resultante começou a ser indispensável para a produção e distribuição dos valores de uso que satisfaziam as necessidades dos vizinhos (cidadãos, nacionais).
Foi criada uma organização para importar a matéria-prima, a tratar, a tornar acessível, até para amortecer oscilações de preços por forma a não perturbar as outras actividades cada vez mais dependentes daquela matéria-prima e produto.
O mundo (a nação, a cidade, a aldeia) deu voltas, e nessas voltas a importância da matéria-prima foi crescendo desmesuradamente. E interesses poderosos conseguiram apropriar-se da organização, pois tão poderosos e espalhados eram os interesses que até provaram, como justificação, que havia que combater monopólios e restaurar – em todas as áreas – a livre e sadia concorrência. Assim os vizinhos iriam beneficiar. Logo, logo.
O facto facto é que, agora, o privatizado monopólio que trata a matéria-prima antes de a distribuir pelo mercado, faz uma gestão ao contrário. Muito profissionalmente, com os meios de que dispõe ou que de todos são e a que tem acesso, compra a matéria-prima quando o preço começa a subir (indirectamente promovendo a subida, ou até, com congéneres, promovendo-a directamente), armazena quanto pode, e vende, mais tarde, o produto tratado como se o tivesse comprado ao preço do momento, isto é, compra por 10 e vende como se estivesse a comprar por 10+X[1].
Mas os distribuidores, entre si concorrentes, não se amofinam com isso. Em "livre mercado", podem vender ao preço que lhes der lucro, a partir do preço a que compram. E lá o acertam entre eles, explícita ou tacitamente. Os vizinhos que paguem…
A aldeia politicamente organizada tem “entidades” para ver se tudo corre nos conformes, se o monopólio (privado) não faz especulação, se os distribuidores não acertam os preços entre si.
Foi criada uma organização para importar a matéria-prima, a tratar, a tornar acessível, até para amortecer oscilações de preços por forma a não perturbar as outras actividades cada vez mais dependentes daquela matéria-prima e produto.
O mundo (a nação, a cidade, a aldeia) deu voltas, e nessas voltas a importância da matéria-prima foi crescendo desmesuradamente. E interesses poderosos conseguiram apropriar-se da organização, pois tão poderosos e espalhados eram os interesses que até provaram, como justificação, que havia que combater monopólios e restaurar – em todas as áreas – a livre e sadia concorrência. Assim os vizinhos iriam beneficiar. Logo, logo.
O facto facto é que, agora, o privatizado monopólio que trata a matéria-prima antes de a distribuir pelo mercado, faz uma gestão ao contrário. Muito profissionalmente, com os meios de que dispõe ou que de todos são e a que tem acesso, compra a matéria-prima quando o preço começa a subir (indirectamente promovendo a subida, ou até, com congéneres, promovendo-a directamente), armazena quanto pode, e vende, mais tarde, o produto tratado como se o tivesse comprado ao preço do momento, isto é, compra por 10 e vende como se estivesse a comprar por 10+X[1].
Mas os distribuidores, entre si concorrentes, não se amofinam com isso. Em "livre mercado", podem vender ao preço que lhes der lucro, a partir do preço a que compram. E lá o acertam entre eles, explícita ou tacitamente. Os vizinhos que paguem…
A aldeia politicamente organizada tem “entidades” para ver se tudo corre nos conformes, se o monopólio (privado) não faz especulação, se os distribuidores não acertam os preços entre si.
Já viram. Corre tudo bem!
Tudo corre no melhor dos mundos possível, com a mãozinha invisível a regular, os salários a não aumentar, o endividamento a crescer, e as gentes a aprender. Devagar.
Ah! e os gestores do monopólio privado indignados porque não se reconhece a benemérita acção da gestão em prol da aldeia e seus habitantes.
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* - quaisquer semelhanças com produtos, artes factos e personagens da vida real e actual (não) são pura coincidência.
Tudo corre no melhor dos mundos possível, com a mãozinha invisível a regular, os salários a não aumentar, o endividamento a crescer, e as gentes a aprender. Devagar.
Ah! e os gestores do monopólio privado indignados porque não se reconhece a benemérita acção da gestão em prol da aldeia e seus habitantes.
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* - quaisquer semelhanças com produtos, artes factos e personagens da vida real e actual (não) são pura coincidência.
3 comentários:
A história é moral, mas o assunto é completa e raivosamente imoral.
Brilhante!
Excelente!
Excelente!
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