segunda-feira, agosto 25, 2008

Express(o)amente cruel!

Não tenho nenhuma ligação p’rá vida (para o bem e para o mal) com o Expresso, mas é verdade que há muitos anos o leio (quase) fielmente. E que me dá, semanalmente, muito mais irritações que satisfações.
Às vezes, reajo publicamente às irritações e quase nunca às satisfações (informativas!). Não é justo, embora estas raras sejam.
Na última edição, de 23 de Agosto, as páginas 2 e 3 do caderno Economia deram-me satisfação. São verdadeiramente cruéis para o governo. Não me deram satisfação pela crueldade (não intencional) mas pela informação que veiculam que, ela sim, é cruel!
Na página 2, em apenas duas meias colunas que ensanduícham um quarto de coluna fazem-se contas ao emprego. Dois extractos:
«O primeiro-ministro foi a Santo Tirso inaugurar o centro de atendimento a clientes da PT, referindo inclusivamente que estavam a ser criados 1200 postos de trabalho qualificado. E aí destacou o ‘feito’ de terem sido criados, até ao segundo trimestre deste ano e de acordo como Instituto Nacional de Estatística (INE), 133,7 mil empregos desde o primeiro trimestre de 2005, altura em que assumiu a governação. Chamou-lhe “o dado económico mais relevante dos últimos anos”.»
(…)
«O objectivo
(criação líquida de 150 mil empregos) foi definido por Sócrates em Novembro de 2004, com base no que o então secretário-geral do PS dizia ter sido a destruição de 150 mil postos de trabalho pelos anteriores governos liderados pelo PSD. No entanto, no período em causa o que aconteceu foi que ficaram sem emprego 6300 pessoas e não foram criados empregos para 133,9 mil, que entretanto passaram a fazer parte da população activa. Houve um aumento de 140,3 mil desempregados, mas essencialmente à custa da não criação de emprego para os que chegaram ao mercado do trabalho.
Uma das questões que toda a gente coloca é onde estão afinal os 133,7 mil empregos que o Governo, com base em indicadores do INE, diz terem sido criados. É uma resposta que ninguém consegue dar nesta fase.(…)»
O transcrito não está no avante!, nem foi estudo de um comunista. Reproduziu-se de “Emprego: é fazer as contas”, em o Expresso, da autoria de Ana Sofia Santos e Anabela C. Campos!
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Da página 3, reproduzem-se apenas os títulos:

«Call centers» são emprego qualificado?
Salários dos novos trabalhadores estagnados
ou a cair desde 2000

3 comentários:

Maria disse...

O Expresso é cruel para o PM, mas os dados (e os responsáveis pelos mesmos) são cruéis para o nosso povo...

Sérgio Ribeiro disse...

Exactamente!

GR disse...

Nada mais cruel que os milhares de “empregos” de verão. Onde durante três meses, trabalham muito e ganham pouquíssimo.
Nada mais cruel que o duro desemprego, onde a maioria é velha para arranjar um novo emprego e muito nova para ir para a reforma.
Nada mais cruel que um pequeno país tenha um tirano chamado, Sócrates.

GR