segunda-feira, março 23, 2009

Deputados no Parlamento Europeu - explicando-me melhor

Porque podem ter surgido dúvidas na leitura do meu "post" abaixo, venho (tentar) tornar tudo mais claro:

Agrupando por partidos (ou coligações) e mandatos, com os 12 mandatos que o PS obteve nas eleições de 2004, que foram cumpridos por 14 candidatos nas suas listas (por substituição de António Costa por Hasse Ferreira e de Fausto Correia por Armando França) foram feitos, na legislatura de 5 anos (e até agora) 37 relatórios, 1667 intervenções e 501 perguntas; com os 7 mandatos que o PSD obteve foram feitos 37 relatórios, 637 intervenções e 100 perguntas; com os 2 mandatos que a CDU obteve, cumpridos por 3 candidatos nas suas listas (por minha substituição por Pedro Guerreiro, mas contando apenas como um mandato para a legislatura porque nunca estivemos em deputado ao mesmo tempo), foram feitos 13 relatórios, 1398 intervenções e 671 perguntas; com os 2 mandatos obtidos pelo CDS-PP foram feitos 3 relatórios, 891 intervenções e 382 perguntas; o mandato do Bloco fez 1 relatório, 41 intervenções e 13 perguntas.
Em quadro, pode ver-se que a CDU, com apenas dois mandatos, fez mais intervenções no plenário que o PSD, com sete, e teria feito mais que o PS se não contassem as vezes que os seus vice-presidentes (primeiro António Costa e, depois, Manuel dos Santos) falaram na condução das sessões como intervenções, e fez quase sete vezes mais perguntas que o PSD e mais que o PS:

Depois, para que seja directamente comparável, há que dividir as "prestações" pelos mandatos obtidos, e é daí que resulta o quadro por mandatos, em que a vantagem dos que estiveram e estão no PE eleitos nas listas da CDU é absolutamente esmagadora:

E não se argumente com a maior facilidade de intervenção ou de ter relatórios (sobre perguntas nem se pode pôr a questão) por se fazer parte de um grupo mais pequeno pois os tempos são partilhados proporcionalmente ao número de deputados de cada grupo e os relatórios distribuídos por forma a que o peso de deputados dos grupos é muito condicionador e determina pontos que funcionam como quotas. Só com muito trabalho é que se lá vai...

Se a estes dados estatísticos se somasse a actividade no País haveria que perguntar se, sendo cada voto é igual a cada voto, aqueles que elegem os que mais trabalham não se sentem mais (e melhor!) representados.

8 comentários:

samuel disse...

Pronto... já fiz a imprescindível "adenda" no meu post.

Abraço.

Anónimo disse...

Agora, depois dessa analise quantitativa, restaria uma analise qualitativa. Seria interessante comparar algumas dessas intervenções. Mas prevejo um PS(D) a abdicar dos interesses nacionais em prol da "europa" (perceba-se: colonizados).

Anónimo disse...

obrigado camarada pela tua contribuição de trabalho...! a tua, do "manel", do "jaquim", da "maria" todos os que fazemos este grande partido (há 88 anos!)

"é por causa destas e doutras" que no dia 23 de maio...EU VOU!

abraços

Anónimo disse...

Depois do meu comentário acima, fui pesquisar. Após vários minutos perdido no site da UE, dei com este link:

http://www.europarl.europa.eu/members/public/geoSearch/search.do?country=PT&language=PT

Pode ajudar a quem interessado, a aceder aos relatórios, perguntas, pareceres... dos deputados europeus.

Sérgio Ribeiro disse...

A indicação do Bruno é óptima... mas também se deve consultar a lista dos deputados cessantes que estiveram na legislatura e que fizeram relatórios, intervenções e pergunta e que foram # António Costa, Fausto Correia e eu próprio, que têm de ser somadas.

Anónimo disse...

Assim trabalha o PCP. dia 23 de Maio é tempo de luta.

Anónimo disse...

Até parece que estás a falar dos deputados ao Parlamento Europeu de Portugal. São só dois, trabalham imenso e ainda por cima são sistematicamente silenciados pela nossa querida comunicação social.

Inês Teixeira disse...

Desculpem a minha imperdoável omissão - eu estava a referir-me aos de putados dos Verdes!