Depois de ter (a)postado na mensagem anterior, fiquei eu numa perplexidade.
É que fui folhear, rever com alguma atenção, o livr(inh)o referido
e fiquei sem saber que fazer. Como me não é habitual. Porque me atiro, quase sempre, para "o que fazer". «Não temo o erro porque estou sempre pronto a corrigi-lo» (Bento de Jesus Caraça).
Mas, desta vez, fiquei hesitante, a patinar...
Talvez, sei lá..., talvez reproduzir algumas das 40 fichas que compõem esse livro, editado em Junho de 1997, resultado de trabalho para apoiar dezenas de acções de esclarecimento sobre o que estava em causa na criação e adesão à moeda única, tal como se estava a realizar, "arrumação" para melhor poder continuar na luta (colectiva, partidária) para chegar aos outros. Explicando porquê dizíamos (e dissemos) Não à moeda única, denunciando quais seriam as suas consequências, tal como estava a ser criada. Consequências que, agora, se vêem perplexamente (?) "descobertas", ignorando as causas, desconhecendo quem as atempadamente preveniu, aqueles (indivíduos e/em colectivos, que um só o foi) sumariamente retirados do arquivo como "velhos do Restelo".
Por agora... talvez começar por transcrever um parágrafo do prefácio ao livro de 1997:
- Esta batalha está, evidentemente, inquinada pelo facto de ser desequilibrado, desleal, batoteiro, o acesso aos grandes veículos da comunicação social, o que faz com que o que se consegue dizer a escassas dezenas de co-participantes ou ouvintes de colóquios, entrevistas, debates, seja contrariado pelos minutos e horas e dias em que passam as mensagens que chegam a milhões, dizendo da moeda única e do seu processo de criação o que só, e como só, a publicidade e a propaganda sabem fazer cada vez melhor. E com mais meios. E, quase sempre, travestidas de informação inócua ou de esclarecimento paternalista.
Publicidade e propaganda de classe! Mesmo quando tem de confirmar o que, quase década e meia antes, foi dito que iria acontecer e porquê.
7 comentários:
É frustrante ter razão à posteriori, não é?
É e não é. É. E não é porque se lutou e luta pela razão que se teve (e tem) e a realidade comprova.
O que é (pode ser) frustrante é não sermos capazes de bem aproveitar as nossas "armas". As "armas" da razão comprovada pela realidade!
Ter razão, seja quando for, está a tornar-se muito cansativo. Antes, porque é preciso uma luta danada (e muitas vezes inglória) para não passar por tolo, ou velho do Restelo; depois... porque os "descobridores" da verdade já apagaram esses avisos da memória...
Abraço.
Ter razão, mesmo à posteriori, é o que sempre tem acontecido ao PCP.
É frustrante mas é também um bom indício de que os problemas são estudados e apresentados com consciência e rigor.
Um grande abraço.
Já falámos sobre este tema - ter razão à posteriori. Mas não sei, de todo, como se luta contra o preconceito...
Beijo.
Graciete - foi a Justine que trouxe essa questão d razão à posteriori. Parece-me mais correcto dizer que a posteriori se comprova a razão que se tinha. Isto para dizer que não passámos a ter razão. Já a tinhamos antes... Minudências da/na exposição...
Maria - Como se luta contra os preconceitos? Com a força dos conceitos. Mas tem de ser sempre. E sem tibiezas... ou com dúvidas, ou medo de ir errar, ou de ficar sozinho temporariamente.
Abreijos
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