terça-feira, março 08, 2011

8 de Março - dois apontamentos para o fim do dia

Do caderno de O Militante





retiro estas duas notas, que me parecem muito interessantes e adequadas para acabar o dia 8 de Março:

  • «(1) É também muito provável que, à semelhança dos chimpanzés actuais, já existisse uma ligeira divisão sexual do trabalho que posteriormente se veio a acentuar: machos e fêmeas teriam uma dieta ligeiramente diferente com os primeiros a consumirem mais proteína animal proveniente da caça e as fêmeas da recolha de insectos. Esta divisão teria sido favorecida pela selecção natural devido à fisiologia reprodutora dos mamíferos. Cabia sobretudo às fêmeas o investimento parental mais directo(*). As fêmeas estariam mais dependentes das técnicas extractivas de processamento de alimentos embora os machos também fizessem uso das mesmas. Tais técnicas implicam a utilização e a construção de instrumentos, ainda que pouco complexos. (Nota das Edições "Avante!".) »
  • «(...) O facto de o ser humano conseguir alimentação suficiente em todas a estações do ano - armazenando-a com segurança - e de se poder aquecer, tem, por exemplo, esta consequência importante: pode gerar e pôr no mundo crianças em todas as estações do ano, não tendo assim, como muitos outros animais, um período específico de procriação.»
(*) - não gosto desta do "investimento parental mais directo"...
porque não "função maternal" ou outra qualquer?!
(nota anónimo sec.xxi)

2 comentários:

samuel disse...

Infelizmente, ainda não estamos tão longe assim, do tempo em que o termo "investimento parental" era o mais certeiro.
Filhos faziam-se em quantidades descomunais, para que os poucos sobreviventes ajudassem no trabalho, ou fossem vendidos em troca das mais variadas mercadorias... chamassem a isso dote, ou outra coisa qualquer.
Mesmo ainda hoje...

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Desigualdades naturais específicas, sempre existiram . Mas o aproveitamento dessas desiguladades que, esporadicamente ,poderão criar uma maior fragilidade, é que não pode gerar exploração, às vezes mascarada de ajuda.Só que essa ajuda traduz-se em sobrecarga nos trabalhos domésticos e total dependência. E estes são os casos mais benignos de exploração da mulher pelo homem.

Um beijo.