A vida, a política que é a vida em colectivo, em sociedade - e não há vida que o não seja (até Robinson Crusoé, até nas Pasárgadas das ficcionadas fugas individuais) - tem vertentes personalizadas, em que a fulanização é senhora e mestra.
"Pois é... mas não gosto do gajo, não me merece qualquer confiança!",
ou
"'Tá bem... no entanto, ele (ou ela) é-me simpático(a), acredito que está bem intencionado(a)!",
são frases-reacções que podem pontuar factos e políticas objectivamente semelhantes ou paralelos.
Saltam-me estas reflexões para as teclas, nesta manhã pós-demissão de José Sócrates, e confronto-a com outras demissões de outros ex-primeiros-ministros portugueses, protagonistas de políticas contra as quais lutei, como cidadão activo que quero ser, por serem contrárias ao que defendo, em colectivo, para o povo que sou.
E a demissão de Sócrates, ontem, provocou-me um sentimento demasiado subejctivo para meu gosto (como o discurso, cheio de raivinhas e ressentimentos pessoais, de Manuela Ferreira Leite). O homem, pela sua postura, é-me antipático, e sempre mais. Não queria que o fosse, queria que me fosse indiferente, e só o avaliar pelas políticas que protagoniza.
Por ser um contumaz mentiroso? Acho que não. Há mentirosos que até são... "engraçados". Não se acredita neles mas fazem-nos sorrir. Este, não. O que me provoca é repulsa e desconfiança. Sempre. Tem sempre - ou desconfio que tenha - "coisas na manga".
Por isso, se a demissão de um primeiro-ministro - que nem é tratada como sendo a demissão de um governo em consequência do conteúdo das suas políticas e medidas - representa um resultado desejado, porque contra essas políticas se lutou e luta, e se a queda deste senhor me dá satisfação, esta é relativa. Porque desconfio, em particular dele...
A luta continua. Como sempre! Mas não só contra o que está a desenhar-se como alternância (que já cansa!...), mas também contra o que ainda está, e não desarma, não desiste e pratica maquiavelismos de trazer por casa.
A ver vamos.
"Atenção aos quimbóios..."
1 comentário:
A luta tem que continuar porque se desenha uma alternância, também fulanizada,muito negativa.
Um beijo.
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