sábado, abril 30, 2011

35º aniversário da Constituição da República Portuguesa - 7

Teria sido, a Constituição da República Portuguesa, uma tentativa, talvez histórica, de consagrar a correcção da historicamente idiossincrática postura portuguesa no mundo.

Esta vocação nossa de abrirmos caminhos, de nos atirarmos ao trabalho, enquanto povo e Estado, de vivermos do ouro do Brasil num mercantilismo “bullionista”, dos fundos comunitários para não produzirmos, enquanto outros aplicavam ouro em processos de acumulação primitiva, e aproveitam o vazio criado pela nossa não-produção, pelo não aproveitamento dos nossos recursos, para encherem esse vazio com o(s) produto(s) da sua vocação outra, de financiamento para a acumulação.
Dir-se-á o mesmo de outro modo ao dizer-se que temos o (mau) hábito de viver, ancestralmente e, de tempos em tempos, abusivamente, acima das nossas possibilidades, ou melhor, dos nossos merecimentos ou direitos. Corroboraria, com a reserva peremptória de que nem todos, que a maioria não, e que não é uma fatalidade ou um fado.


(pgs. 37 a 39 de 71 páginas A5

- algumas apenas com uma frase)

35º aniversário da Constituição da República Portuguesa - 6

O financiamento do Estado, em qualquer abordagem, apenas se pode encontrar no que sobra do consumo, na poupança, interna ou externa, e se torna investimento.



• Onde existe, onde se pode ir buscar, onde se pode criar?




Nas relações sociais em que vivemos, no que consideramos o seu inexorável caminho de contradições sempre agravadas, apenas se pode encontrar poupança (ou mobilizar, ou potenciar) nos estratos da população que podem poupar, isto é, em quem lhe sobra do consumo, da satisfação das suas necessidades (reais, sociais ou artificialmente criadas).
Não se pode encontrar (ou mobilizar ou potenciar) nos estratos a quem os rendimentos do trabalho ou das pensões não chegam para a satisfação das suas necessidades (reais, sociais ou artificialmente criadas), e por isso se endividam, aliciados pelas entidades cuja actividade é a de captar poupanças, e/ou de conseguir crédito para conceder crédito, e fazem dessa actividade o seu negócio.




(três de 71 páginas)


Intervalo

As pessoas - há pessoas... - que me vêm dizer, como cumprimentando, quase me dando os parabénas "... ontem. vi-o (ou vi-te) na televisão...".

E nem repararam que esu estava a dizer coisas e que as coisas que estava a dizer não foram retransditas. Viram-me na televisão e pronto. Tão bom. Para mim. E para elas.

Se fosse num concurso, que importava se sabia ou não quem é o autor de D. Quixote de La Mancha! Estava lá e era uma mnagem... era o que importava. E então se ganhasse uns milhares de euros seria ouro (ou euro, o que não é o mesmo mas é igual) sobre azul (que é a cor mais usada nos cenários).

sexta-feira, abril 29, 2011

35º aniversário da Constituição da República Portuguesa - 5

«Voltemos, claro, a Portugal (de onde nunca sai) e à revisita à nossa Constituição de Abril (de 2 de Abril de 1976) já tão "novembrada" a posteriori, mas com 35 anos… e não com maior ou menor idade. Levantando algumas (im)pertinentes questões.



  • A Constituição da República Portuguesa existe?
    • O que se jura é para se cumprir?
    • Quando incompatível com um direito dito comunitário, qual prevalece?
    • Respeita-se, na organização económica, o que ela diz quanto à articulação de sectores, ao favorecimento dos desfavorecidos, à subordinação do poder económico (e financeiro) ao poder político democrático?


  • É admissível que, neste quadro de partida, se coloque sequer a hipótesede adopção de regras orçamentais com quantificação de lomites para o défice, e com estatuto constitucional?


  • Como se adapta o necessário financiamento do Estado ao espírito e às regras constitucionais?»

(páginas 24 e 25 de 71 páginas A5 que li

e, por vezes, entrecortei com comentários)

Casem-se lá, porra!

35º aniversário da Constituição da República Portuguesa - 4

«O que me parece evidente é que na situação actual, na sua correspondente representação super-estrutural, na sua inteligenciação, se esquece ou se menospreza a visão total, quer no funcionamento da economia, quer para fora dela enquanto ciência social, numa globalização planetária “às fatias” espaciais e temporais, saltando da multi-nacionalidade empresarial de há décadas e em confronto com uma alternativa visível e em “guerra fria”, para a trans-nacionalidade financeira, em que o crédito e a moeda sem base metálica se foram tornando avassaladoramente dominantes. Em clara desmesura para além do papel do circuito monetário e creditício no funcionamento da economia, enquanto área de racional utilização dos recursos da natureza (de que o ser humano é parte) para satisfação das necessidades sociais através do trabalho, sempre mais cristalizado e sempre mais podendo dispensar o trabalho vivo.»




(página 22 de 71 páginas A5 - alguma só com uma frase - que li


e, por vezes, comentando)

quinta-feira, abril 28, 2011

35º aniversário da Constituição da República Portuguesa - 3

«Cada um de nós terá as suas referências, mas a Constituição de Abril é, para mim, um dos marcos do orgulho de ser português e do que considero um privilégio ter nascido aqui e quando, e de ter nascido, por uma segunda vez, ao sair da cadeia de Caxias, a 27 de Abril de 1974 (faz hoje, precisamente, 37 anos)»


(página 4 de 71 páginas A5 - algumas apenas com uma frase - que fui lendo
e completando com comentários)





muito obrigado, G (de grande amiga e camarada) R!






Reflexões lentas e anexas

A par (e passo) do que aqui for publicando sobre a iniciativa do Tribunal Constitucional, e a minha intervenção, vou deixando umas reflexões.

Não tendo podido ler, atempadamente, o texto do governador do Banco de Portugal por forma a poder, seriamente, comentá-lo, acompanhei a sua leitura (e acrescentos) pelo texto que me chegara na véspera, e sublinho três aspectos. Para reflexão.



  1. Há, em toda a evidência, uma campanha para se incluir, em textos constitucionais, ou de textos que a constituição se assemelhem, uma regra que imponha um limite máximo, expressso num número, para o défice orçamental. O que, na minha concepção (leiga) de texto constitucional, é um perfeito absurdo. Que se diga, em texto constitucional, que se deve procurar um equilíbrio orçamental e se exija transparência nas contas públicas, parece-me certíssimo, mas que, aqui e na Alemanha e na França e em Chipre e onde for, se constitucionalize, para todos, um mesmo número (de 3%) é quase ridículo.


  2. Por outro lado, são os maiores defensores do neo-liberalismo que o defendem, contraditoriamente com a sua cega (mas com evidentes contradições com a realidade) defesa da "livre iniciativa" e da regulamentação mais flexível, ou tão flexível que nem exista.


  3. Por último, nesta reflexão a partir do que ouvi ao mesmo tempo que lia, acho muito significativo que o texto do governador do BP não use a palavra trabalho, trabalhadores, povo, cidadãos, mas que escreva e fale de eleitores e contribuintes. Ao fim e ao resto, aquilo a que nos querem reduzir, tirando uma "nata" de decididores e seus servidores.

35º aniversário da Constituição da República Portuguesa - 2

Não vou deixar ficar isto assim...


Muito (e útil) trabalho me deu esta participação no colóquio promovido pelo Tribunal Constitucional, e vou aproveitá-lo para o pôr à prova de outros... para comunicar.


Como, em conversa com o presidente do TC, que foi quem me convidou, tive a oportunidade de o informar, o PCP assinalou a data com uma iniciativa do maior significado, e no dia 2 de Abril, numa sessão que teve três intervenções de grande qualidade: dos camaradas António Filipe, Manuel Gusmão e Jerónimo de Sousa (que se podem ler - e ouvir - no avante! e site do Partido... e muito útil seria se o fizéssemos).


Por alguma razão (e democrática, e patriótica!), teríamos sido os únicos a fazê-lo, além desta iniciativa do TC.


A CRP é o documento base de toda a estrutura institucional, e a Constituição de Abril, apesar de todas as malfeitorias que já lhe fizeram, resiste como resultado de um momento exaltante da História de Portugal.


Ontem, antes de sair do TC, ainda ouvi parte da intervenção que, depois do intervalo, se seguiu à minha, e achei significativo que o "orador" estivesse a centrar a sua intervenção na demonstração que a "actual" Constituição era a transformação, por revisões sucessivas, de uma Constituição conjuntural, imposta, uma "constituição marxista", que essas revisões tinham corrigido, "limpo" e transformado numa peça do edifíco do "Estado de direito" em que vivemos. Colhi a requentada tese de que se transformara um documento ideológico, marxista, num documento adequado a uma democracia.


É tudo resumir, falseando, chamar marxista à Constitituição de 2 de Abril de 1976. Na minha intervenção, chamei-lhe Constituição de Abril, em cuja redacção participaram constituintes que seriam marxistas (em 250 deputados, havia 30 eleitos pelo Partido Comunista), mas foi elaborada e aprovada por uma uma esmagadora maioria de não-marxistas ou, até, anti-marxistas.


No entanto, se a Constituição, ou qualquer documento legislativo reflecte a realidade que se está a viver, se reflecte a relação de forças sociais existente - e a Constituição de Abril reflecte-o -, qualquer documento se pode dizer que é marxista... Não há um "modelo marxista" de constituição! Aliás, o marxismo, tal como o assumo, marxista que me quero, é a negação de modelos.


Estas reflexões (lentas) irão continuar à volta desta comemoração dos 35 anos da Constituição (e dos 37 do 25 de Abril). Vou reproduzir alguns trechos do que li e que, eventualmente, virá a ter outra divulgação. Para me ajudar a aproveitar trabalho feito. Procurando torná-lo útil.


Aqui. Assim. Conversando.

quarta-feira, abril 27, 2011

35º aniversário da Constituição da República Portuguesa - 1

Participei no colóquio com que o Tribunal Constitucional quis assinalar o 35º aniversário da Constituição, porque o Presidente desse Tribunal me convidou para fazer contraponto à posição do Governador do Banco de Portugal. Assim o quis fazer, e assim o fiz. Apesar do senhor governador não me ter feito chegar, em tempo útil, a sua comunicação. Como me fora prometido.

Foram, evidentemente, duas posições. Se mais mérito não teve a minha intervenção, teve a de mostar, inequivocamente, que não há um pensamento único.

Estava lá a televisão. Gravou as duas intervenções, fez perguntas aos dois interl0cutores, ou seja, a Carlos Costa e a mim.

Agora, no intervalo do Real Madrid-Barcelona, mudei de canal, e caí na reportagem do evento promovido pelo Tribunal Constitucional. Apanho com um longo resumo, bem seleccionado, da intervenção do senhor governador, vejo-me de fugida, num grupo e a falar na mesa, mas não ouvi uma palavra que tivesse dito. A SIC pensa unicamente, ou melhor, exclui os pensamentos que não sejam únicos.

Se estou surpreendido? Nada!

Mas voltarei ao que foi dito no Palácio Ratton.

35º aniversário da Constituição de Abril

O convite para participar na iniciativa do Tribunal Constitucional de um colóquio comemorativo do 35º aniversário da Constituição da República Portuguesa "obrigou-me" a várias coisas. Boas (quase todas...) porque úteis. Sobretudo, a de estudar com outro cuidado documentos por onde costumo passar os olhos, a de procurar fazer desse estudo útil comunicação.



E, neste dia 27 de Abril, 37 anos depois de ter saído da prisão de Caxias (tivemos mais umas boas horas de "bónus" até nos abrirem as portas... pelo lado de fora) sinto, como individuo e como português, alguma (chamemos-lhe...) excitação por ir cumprir responder a este convite.



Cada um de nós é como é e como as circunstâncias que o vão fazendo.



.



Depois conto. É que tenho andado um pouco "desorbitado" da blogosfera...






terça-feira, abril 26, 2011

Reflexão ao findar o dia - falsos consensos e confiança no povo

Foi mesmo um DIA GRANDE. À medida do 25 de Abril.

Durante a viagem a caminho de Lisboa, parámos numa estação de serviço e olhámos os títulos das primeiras páginas expostas. Estaríamos mesmo no dia 25 de Abril, ou estaríamos enganados?

Não. Enganados não estávamos no dia, mas no ano estariam os jornais enganados. Atrasados 38 anos. Deveriam ter mandado as suas primeira página à censura. Como o faziam nos 25 de abris de 1973 e antes. Na amostragem que tive debaixo dos olhos, apenas o i dava destaque ao dia (deste ano posterior a 1974), mas com uma chamada para a primeira página de uma frase de uma entrevista que deveria estar lá nas páginas de dentro, em que Otelo Saraiva de Carvalho dizia que o seu principal inimigo tinha sido Álvaro Cunhal.

Palavra que fugi da banca...

E fiquei com esta atravessada. Nem sei se como (ainda...) alguma surpresa, se como repulsa pela confissão tardia.

Depois, foi um almoço entre camaradas. Em convívio fraterno no Centro de Trabalho Vitória, com uma intervenção bem à medida do DIA GRANDE. Do Jerónimo de Sousa. A "jogar em casa", com a sua gente.

Uma excelente intervenção no dia de celebração do "golpe militar que o povo, junto com o MFA, transformou em revolução" e numa altura em que a "confiança no povo" é a unica resposta para este "tempo inquietante" de "troika mandante e de troika obediente". Com a afirmação de que, nas eleições que se aproximam "a grande novidade é a CDU".

E, a seguir, a grande festa dos encontros e dos abraços na nossa avenida da liberdade.

No regresso a casa, em viagem dormida no "expresso", um outro reencontro com a "informação" que temos. Com uma irreconhecível Avenida da Liberdade, para quem a viveu nossa, com grande relevo (e comentaristas de serviço em profusão) sobre o dia de hoje em Belém, num espaço de falsos consensos, de uniões nacionais (ou com outros nomes) que são, efectivamente, esforços de ataque à soberania do povo, de exclusão do povo da soberania que é sua, de menosprezo pela gente que é o 25 de Abril! De 1974 e depois.

segunda-feira, abril 25, 2011

Esta é a manhã dos dias

25 DE ABRIL

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo




Sophia de Mello Breyner Andresen

37 anos passados, este é.......................... nosso 38º 25 de Abril!



domingo, abril 24, 2011

Leitura de domingo de manhã (de Páscoa)

«11 de Junho (de 1968)


O Raúl José ofereceu-me A Batalha de Leninegrado de Dmitri V. Pavlov. Abri-o e logo no prefácio, do americano Harrison E. Salisbury, leio, com arrepio de cólera, que durante esse cerco pavoroso (o maior da história das guerras de todos os tempos, pois durou quase dois anos) morreram de FOME mais de um milhão de pessoas.

Fechei o livro com desgosto.

E, enquanto tomava banho, meditei nesta banalidade, que muita gente hesita em pôr na balança quando se debate a posição soviética no mundo pré-revolucionário actual do Ocidente: o humano desejo de um pouco de conforto, depois de meio século de sofrimentos indizíveis...»




José Gomes Ferreira,

Dias Comuns - V - Continuação do Sol




(recentemente oferecido por M.F.)

sábado, abril 23, 2011

Sábado... e 23 de Abril e de Páscoa!

Aqui estou, atarrachado à cadeira e servindo-me do trabalho de tantos e tantos antes de mim que me facultaram estes meios e instrumentos (livros, computador) e o que os enche de informações e saberes.




Passem um bom fim-de-semana que 2ª feira é

DIA GRANDE!

sexta-feira, abril 22, 2011

Nos 35 anos da Constituição da República Portuguesa

Com alguma surpresa, o Presidente do Tribunal Constitucional convidou-me para, neste colóquio comemorativo, ser o comentador da exposição do governador do Banco de Portugal sobre o financiamento do Estado. Lá irei... Tomo esse comentário como mais uma tarefa, e procurarei inserir a minha intervenção nas que venho fazendo em bem diferentes circunstâncias... e companhias.


35 ANOS DA CONSTITUIÇÃO
COLÓQUIO COMEMORATIVO
REVISITAÇÃO DO CONSENSO CONSTITUCIONAL
PROGRAMA


Dia 27 de Abril:
15.00 h Abertura
Intervenção: Rui Moura Ramos
15.30 h Financiamento do Estado
Intervenção e Comentário: Carlos Costa/Sérgio Ribeiro
17.15 h Direitos Económicos e Sociais
Intervenção e Comentário: Paulo Otero/D. Manuel Clemente



Dia 28 de Abril:
9.45 h Representação Política
Intervenção e Comentário: António Barreto/Marcelo Rebelo de Sousa
11.30 h Direitos, Liberdades e Garantias
Intervenção e Comentário: António Vitorino/Teresa Beleza
15.00 h Transconstitucionalidade
Intervenção e Comentário: Marcelo Neves/Paulo Rangel
16.45 h Conclusões
Intervenção: José Carlos Vieira de Andrade
17.15 h Encerramento

Para parar, escutar, olhar e reflectir

Há uns três anos, com Ourém, na era PSD, nos últimos dias catarinos, participei numa Assembleia Municipal em que um "artista convidado" veio "dar uma aula" sobre parcerias público-privadas, como quem traz a mensagem do saber aos ignorantes.

Irritou-me. Tudo: o convite, a pesporrência do "professor", o tema, a paupérrima exposição, a sua longura e inadequação ao lugar. Mostrei-o com a clareza possível e, lembro-me, até tive de corrigir a acta da sessão, apresentada na reunião seguinte. Era ainda, então, um tempo em que, aqui, "no interior", se fazia a apologia cega e a prática nefasta das PPP, forma expedita e habilidosa de fugir a constrangimentos democráticos .


Lembrei-me deste episódio, ao ver este didáctico vídeo.






Que exige atenção e muita cautela (na eventual motivação partidária... ao centro!), mas que tem rigor e informação da maior utilidade.

De "dias de agora"

Pequeno extracto de uma espécie de diário "dias de agora", que se segue a "dias incomuns", "os primeiros dias" e os "primeiros dias seguintes":




(...)


Se o capitalismo não fosse o que o capitalismo é, não tinha nada contra o capitalismo.


&-----&-----&


Mas o capitalismo não é o que alguns querem que seja, ou que alg(uns)outros querem que muito(s)utros creiam que o capitalismo é.


&-----&-----&


Por isso, e assim sendo, sendo o capitalismo o que é, tomei partido contra o capitalismo, e pela classe que o capitalismo fez nascer das suas entranhas, pelo proletariado.

quinta-feira, abril 21, 2011

O nosso compromisso

















25abril-Sempre




Está marcado para as 15h00 de segunda-feira, 25, o início do desfile popular, em Lisboa, de comemoração do 37.º aniversário da Revolução de Abril. A concentração é no Marquês de Pombal e o desfile termina no Rossio. No Porto, no Largo Soares dos Reis tem lugar o início do desfile, marcado para as 14h30 – termina na Avenida dos Aliados, com concertos. Nesse dia, às 13h00, realiza-se um almoço no Espaço Vitória, em que participa Jerónimo de Sousa.


Cuba - o final do Congresso do PCC

Emocionante!





não para todos, decerto...

Ontem, tertuliou-se...

... na Biblioteca-Museu República e Resistência, a pretexto de 50 anos de economia e militância.


Contra-veneno - Cuba




Atiraram-se ao VI Congresso do Partido Comunista de Cuba como "gato a bofe". Aquele congresso viria confirmar-lhes "teses" repetidas e requentadas.
Afinal não foi bem assim! Até se pode dizer... bem pelo contrário. Que desmentiu essas e outras "teses" em que persistem e se alimentam.

E mais: o congresso foi discussão larga e prolongada (um congresso de comunistas começa muitos meses antes do "dia do congresso"), assunção das situações, transparência, participação efectiva do povo cubano, dos militantes e, no momento próprio do processo democrático, dos delegados ao congresso. Democracia que os "democratas" não conhecem nas práticas.


Leia-se, aqui, esta crónica do Ângelo Alves, no avante! que saiu ontem.


É outra informação.

quarta-feira, abril 20, 2011

Contra-veneno





Quem bem te avisou...

A arrumar papéis antigos, encontrei esta "brincadeira" de amigos, antes mesmo de estar "instalado" o €uro.



Quantos dizem, hoje, o que há mais de uma dúzia de anos foi dito?

FMI-expressões verbais e gestuais

... uma página de uma espécie de diário em que desopilo:



Tertúlia

Será hoje.


E sinto-me muito satisfeito por ter motivado, com livro meu, esta conversa com livros.


E com estes companheiros de dinamização de tertúlia!

terça-feira, abril 19, 2011

Esvaziando a irritação...

Este blog é da responsabilidade pessoal de um militante do PCP. Que, por ser do Comité Central do PCP, muito valoriza estoutra responsabilidade, de onde decorre particular cuidado com o que escreve, para além do cuidado que sempre tem tido com o que diz ou escreve.


Por isso, fique muito claro, para que não haja ambiguidades, que este blog não é do PCP, que tem sítios seus (e, portanto, também meus), e tudo que neste blog sai é da estrita responsabilidade de quem assume o que escreve com o seu nome por baixo, sem aceitação de recados ou de encomendas.


Fique também claro que há questões que só se podem discutir em locais próprios, e um blog não é o lugar para discutir algumas questões. Nunca se espere que se dêem, aqui, "palpites" que nos tais locais próprios poderiam e deveriam ter sido dados.


E, se me permitem, confirmo-o dizendo que sou praticante de uma modalidade chamada centralismo democrático.

Sempre o mesmo alvo...

«FMI
quer legislação laboral mais flexível
e idade de reforma aos 68 anos »

... é - em toda a evidência - a luta de classes!

A propósito de...

A propósito de ditos "subsídios de férias e de natal", como se fossem benesses que o capital vinha generosamente concedendo aos assalariados e aos pensionistas:


Começaram por promessas de outros viveres (em covergência...), de que mostravam as rosadas e risonhas faces, as sonhadas casas com muitas confortáveis e lindas assoalhadas mais casas de banho e cozinha que outros salões de bem-estar semelhavam, televisões a cores e cabo por todas as divisões, as telecomunicações por suas auto-estradas, os telemóveis de gamas sempre últimas, telegenia, telepatia, tel-e-coisas várias e micro-ondas, as redes de auto-estradas de outras comunicações (com centenas de quilómetros em SCUTs), as viagens de férias a inacessíveis e paradisíacos lugares. Saúde e educação como mandava a Constituição. E tudo o mais que a imaginação pudesse almejar
Tudo seria tranquilidade, mel e incenso. E, para lá chegar, a "Europa connosco", moeda única, crédito fácil e juros baixos se os salários não chegassem.
Depois, os travões. O "acima das possibilidades". A acusação e a culpabilização. Mas não dos fautores e feitores e aproveitadores. Mas sim das vítimas das ilusões criadas e alimentadas. As vítimas, réus. Os algozes, acusadores. O hipócrita discurso, deles consensual, da necessidade do sacrifício de todos, mas para ser feito só pelos que não têm mais para sacrificar além das ilusões em que foram sendo enredados.
Agora, o cerco. O garrote. O "apertar o cinto". O frigorífico vazio. O salário e a pensão, que não davam para poder ter férias, que ficarão sem o que ajudava a recuperar um pouco da escassez do salário e da pensão; o salário e a pensão, que não davam para fazer compras no natal, ficarão sem o que ajudava a recuperar um pouco da escassez do salário e da pensão (*).
Dizemos Não! ao cerco, ao garrote, ao "apertar o cinto", ao frigorífico vazio, ao telemóvel sem carga, ao automóvel sem combustível, ao salário consumido em juros de empréstimos que cresceram e em IVAs que se aumentam e se escondem no agravamento dos preços, agravando-o.



Só muitos e unidos prosseguiremos o caminho que está nas nossas mãos. Para ser caminhado pelos nossos pés.
Tendo de dar, antes, alguns pontapés... Na sorte e não só!
------------------
(*) – Recebendo 100 por mês em 14 meses, passar-se-ía a receber 100 por mês em 12 meses, isto é, de 1.400 anuais passar-se-ía para 1.200, uma baixa de 14,3% no salário ou na pensão anual.

segunda-feira, abril 18, 2011

Contacto com FMI/UE/BCE - Declaração de hoje, de Jerónimo de Sousa

Nota do Gabinete de Imprensa:


Declaração de Jerónimo de Sousa,

Secretário-Geral do PCP,

sobre o desenvolvimento do processo de intervenção externa,

designadamente o contacto com o PCP

por parte do FMI/UE/BCE




1. O PCP foi hoje contactado para um encontro com o grupo do FMI, União Europeia e BCE, executor de uma ilegítima intervenção externa em Portugal. Arvorando-se já em mandantes do país, este contacto integra e insere-se no processo de ingerência, roubo e desastre dirigido contra o país que o PCP rejeita e combate. Um processo que, não resolvendo nenhum problema do país, constituirá um novo e mais grave factor de agravamento da exploração dos trabalhadores, de ampliação da injustiça e desigualdades sociais, de declínio económico e de dependência externa.

2. Perante este rumo desastroso e num momento crucial para o país, o PCP diz Não! a este caminho de afundamento e de comprometimento do futuro de Portugal. Há alternativa. O PCP diz Sim! a uma política patriótica e de esquerda, que no imediato impõe a renegociação da dívida externa (prazos, juros e montantes); a diversificação das fontes de financiamento; a acção convergente com outros países vítimas da especulação financeira e do Euro; a aposta na produção nacional (produzir mais para dever menos); a redução das importações, a par do aumento das exportações e a diversificação das relações comerciais.

3. Em coerência com esta posição, essencial à defesa dos interesses nacionais, o PCP rejeita o seu envolvimento num processo que constitui uma inaceitável atitude de abdicação e submissão nacional. Reafirmando a sua determinação de intervir a todos os níveis na defesa dos interesses do país e colocando a exigência de informação, a que institucional e politicamente tem direito, o PCP transmitiu já a sua recusa à reunião proposta.

4. Esta mesma posição foi expressa pelo PCP ao Primeiro-Ministro com inteira clareza, afirmando a sua frontal rejeição a uma intervenção externa, em si mesmo comprometedora do futuro da vida dos portugueses, do país e das suas perspectivas de desenvolvimento soberano. Rejeição que não anula a exigência e direito do PCP de ser informado pelo Governo português do conjunto de dados e elementos sobre a real situação financeira, económica e orçamental do país, os seus concretos compromissos e as disponibilidades e recursos próprios. Informação que, para lá de qualquer dimensão negocial que em absoluto rejeitamos, constitui um direito inalienável e inquestionável que não pode nem deve ser comprometido pelo posicionamento por parte do PCP no sentido de se opor a um processo e a uma intervenção que só contribuirá para manietar o país, aprofundar a sua subordinação ao capital internacional e justificar mais exploração, injustiças e pobreza. Informação que, mesmo no quadro das suas funções de gestão, só o Governo e as instituições nacionais vocacionadas para o efeito devem dar e não qualquer entidade estrangeira ou supranacional sem legitimidade.

5. Perante o contacto hoje recebido que contraria estes pressupostos de relacionamento, que o PCP não pode aceitar, reafirma-se a exigência da informação que é devida, hoje mesmo reiterada junto do Governo.

6. Perante esta intervenção externa e o que lhe está associado – roubo nos salários, cortes nas prestações sociais, redução das funções sociais do Estado, privatizações, apoios à banca e aos grupos económicos, recessão, alienação de importantes parcelas da soberania nacional – o PCP reafirma ao povo português que pode contar com a sua luta e intervenção para lhe fazer frente e a derrotar. Perante esta afronta ao povo português, é preciso haver quem diga Não!. É essa atitude que o PCP assumirá.

18.4.2011

Portugal vs Chile

A 26 de Março, o Expresso editava o seu terceiro "países como nós", depois de o ter feito com a Bélgica e o a República Checa.

Achei interessante acompanhar a série, publiquei comentários sobre essas duas comparações e separei as páginas para continuar a fazê-lo. E a isso estou. Mas muito atrasado porque, depois deste Portugal vs Chile, já foram publicadas páginas de Portugal vs Irlanda, Finlândia e Grécia, comparações que muito mais nos interpelam que a que aqui trago com o Chile. Logo estes três... tão nas nossas preocupações deste momento. Histórico.

Por isso, passarei a correr pelo longínquo (em quilómetros e anos...1973) Chile como nós, para ver se algum tempo recupero para os "europeus", antes de partir para a Nova Zelândia (pelo Expresso...).


Pois do Chile deixarei dito que o estudei, e que anotei duas ou três observações




  • mais população (17 milhões vs 10,6 milhões) e menor PIB por cabeça (6,9 mil vs 15,8 mil)


  • um endividamento público muito menor (22,1% do PIB chileno vs 82,8% do PIB português)


  • um endividamento das famílias (em percentagem do rendimento) também muito menor (59% vs 129%)


  • uma enorme dispersão na distribuição de rendimentos herdada da ditadura, e pouco corrigida (o rendimento médio dos 20% mais ricos seria 15,7 superior ao rendimento médio dos 20% mais pobres, enquanto essa relação, em Portugal, seria de 1 para 6, das maiores na nossa "região").

Estas páginas merecem o meu interesse, citam as fontes habituais e são, notoriamente, trabalhadas por uma empresa (pwc) em parceria com o semanário. Sublinho que o comentador de serviço, Diogo Freitas do Amaral, escolheu (?) o título "melhor que nós na educação" (!) mas não se sabe muito bem a partir de que indicadores, decerto da percentagem de licenciados entre os 30 e os 34 anos, que em Portugal é de 21,%, e não do facto do Estado chileno apenas despender 2,7% das suas despesas com educação enquanto Portugal gastaria 5,3%.


No entanto, no IDH (do PNUD), em que os indicadores económico-financeiros são ponderados com indicadores de saúde e educação, o Chile está perto de Portugal (é o 45º vs 40º),estando acima da média da sua região, nessa anotação das Nações Unidas.


Tudo exige estudo. E sério!



Os cravos

Na semana passada, uma jornalista da France-Press telefonou-me, fez-me umas perguntas, conversámos um bom bocado de tempo (bom!). Depois, teve a amabilidade de me mandar o seu trabalho.Traduzo-o:


Portugal:

37 anos depois,

os cravos da revolução murcharam

LISBOA, 14 avr 2011 (AFP)

Trinta e sete anos após o advento da democracia em Portugal, os cravos murcharam: “Se tivesse sabido, não teria feito a revolução”, afirmou Otelo Saraiva de Carvalho, estratega do “movimento dos capitães” que derrubou a ditadura em 25 de Abril de 1974. Com 75 anos, “Otelo”, como o chamam os Portugueses, julga hoje que “os objectivos da revolução não foram atingidos”, quanto Portugal é forçado, pela terceira vez desde 1974, a pedir ajuda internacional para evitar a falência. “Este povo, que viveu 48 anos sob uma ditadura militar e fascista, merecia outra coisa que os dois milhões de Portugueses que vivem na pobreza”, declarava quarta-feira numa entrevista à agência Lusa. Pesadamente endividado, Portugal é um dos países mais pobres da União Europeia, com um rendimento anual médio por família de 9.000 euros, de acordo com a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento económicos (OCDE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê, além disso, uma contracção da economia de 1,5% do PIB este ano e que o desemprego continue a aumentar para atingir os 12,4% no próximo ano.

“Não teria feito o 25 de Abril se tivesse sabido que iriamos chegar à situação actual”, afirmou “Otelo”, condenado a 15 anos de prisão em 1987, depois amnistiado em 1996, pela sua participação no movimento clandestino de extrema-esquerda FP-25, implicado em 66 atentados que têm feito 17 mortes entre 1980 e 1987.

“Ter-me-ia demitido do exército. Se adivinhasse, teria feito que fazem os jovens agora, teria partido para o estrangeiro ", disse o antigo capitão, que vive hoje da sua reforma de coronel., disse o antigo capitão, que vive hoje da sua reforma de coronel.

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“Pois teria sido uma pena, mas a revolução ter-se-ia feito na mesma! ”, assegurou à AFP, dando uma gargalhada, “o comandante” Mário Tomé, antigo companheiro de armas de "Otelo”. “Terminar com o fascismo e a guerra colonial bastava para justificar o 25 de Abril”, afirma “o comandante” Tomé, que tinha aderido o Movimento das Forças Armadas (MFA) contra a guerra colonial, após dez anos passados ao frente na Guiné-Bissau e em Moçambique. “O povo, que esperou tanto do 25 de Abril, está desiludido, mas o povo tem também a ver com o que se passou”, sublinha quem, aos 71 anos, permanece um militante activo do Bloco de Esquerda (BE, extrema esquerda).

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Sobre os muros dos velhos bairros de Lisboa, numerosos graffitis e slogans “MFA”, “Abril sempre” chamam ainda “aos valores” da revolução dos Cravos. No entanto, confirma Luís Cilia, cantor comprometido contra a ditadura de Antonio Salazar, “a decepção é enorme”. “Os cravos murcharam. Pode-se dizer que Portugal tem um enorme futuro atrás de si", disse à AFP este artista marginalizado, muito tempo exilado em França.

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Para o economista Sérgio Ribeiro, antigo deputado europeu e membro do Comité central do Partido Comunista Português, “só quem se ilude se pode desiludir!”. A 25 de Abril de 1974, Sérgio Ribeiro estava na prisão, desta vez por “ter colaborado” com correspondentes de imprensa estrangeira, após já ter estado encarcerado quase dois anos em 1963 e 1964, por “suspeita” de pertencer ao Partido Comunista na clandestinidade.

“Estou muito grato, pessoalmente e como português, a Otelo pelo seu contributo mas, contrariamente à ele, luto por objectivos, não por ilusões”, disse. “37 anos é nada na nossa História”, acrescenta, reconhecendo ao mesmo tempo que “é verdade que os cravos fenecem, faz parte do ciclo natural… mas, assegura este eterno militante, reflorescem em cada primavera! "

Convite (endosso)


domingo, abril 17, 2011

Voltando ao que importa e directo ao assunto


«(...) Dramatizam e instrumentalizam as reais inquietações e preocupações sentidas pelo povo em relação à degradação da dívida externa, onde pesa de forma substancial a divida privada e não a pública que é sempre sobrevalorizada com o claro propósito de diabolizar o Estado e os serviços públicos e favorecer o seu projecto privatizador das funções sociais, das empresas e serviços dirigidos à satisfação das necessidades das populações e defender o país e salvaguardar a soberania nacional. Divida que usam igualmente como elemento de chantagem para favorecer uma conformada aceitação das novas medidas de austeridade que preparam e negoceiam entre si.(...)»
Excerto da intervenção de Jerónimo de Sousa no encerramento do Encontro Nacional do PCP sobre as eleições, que gostaria que fosse sentido como de leitura obrigatória mas que me contento em recomendar que seja lido aqui, embora não integralmente pois J. de S. acrescentou uns oportuníssimos àpartes de improviso, apenas susceptíveis de serem ouvidos, eventualmente, na gravação.

As contradições que os homens vivem e Um tiro em quatro pés


Regressado do Encontro da CDU, num estado de espírito de grande tranquilidade e satisfação, de um encontro em que prevaleceu o sentido colectivo na procura de posições e comportamentos ao serviço dos trabalhadores e de todos os portugueses, apanho com um sr. Fernando Nobre como "rosto da polémica", no centro da vida política. Um homem completamente... desabusado, tomado pela ambição/missão de, "livre" e a partir da sua individual (e insólita) intervenção, "salvar o país".

Em termos da política partidária eleitoral, só me apetece dizer "um tiro nos quatro pés" (isto sem ofensa porque se trata de dois homens...)!

Em termos de bom senso, um perfeito absurdo! Um homem anacrónico em situação desjustada ou vice-versa, isto é, um homem desajustado em situação anacrónica.

É hoje!

... e, depois da acção em Alverca, lá vamos. A caminho. Que é a andar que ele se faz!

sábado, abril 16, 2011

Elucidativo

Servindo-me de trabalho e envio de amigo (que muito agradeço, ZéSanta!):

Fernando Ulrich (BPI) 29 Outubro - "Entrada do FMI em Portugal representa perda de credibilidade" 26 Janeiro - "Portugal não precisa do FMI" 31 Março - "por que é que Portugal não recorreu há mais tempo ao FMI"


Santos Ferreira (MBCP) 12 Janeiro - "Portugal deve evitar o FMI" 2 Fevereiro - "Portugal deve fazer tudo para evitar recorrer ao FMI" 4 Abril - "Ajuda externa é urgente e deve pedir-se já"


Ricardo Salgado (BES) 25 Janeiro - "não recomendo o FMI para Portugal" 29 Março - "Portugal pode evitar o FMI" 5 Abril - "é urgente pedir apoio .. já"


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Portugal - palavra usada segundo as conveniências bancárias (dos banqueiros...), de acordo (coerentemente...) com as conjunturas, ou as tendências dos mercados, ou as notações "ratingadas", ou o raio que os parta...

Tudo isto é miserável!

E o que gente séria estudou, e previu, e preveniu, e para que apresentou oportunas alternativas... para rupturas urgentes num caminho desgraçado para os portugueses?

Sobre... Os vampiros

Vale a pena ser lida, aqui - e melhor ainda no avante! -, esta

de Jorge Cadima, de que colho um parágrafo:



Durante décadas venderam ilusões.

Foram destruindo a nossa indústria, agricultura, pescas;

a nossa cultura, democracia, apoios sociais;

a nossa soberania.

Diziam que era moderno e inevitável.

Mas era tudo mentira.

Um colossal e interesseiro embuste.

sexta-feira, abril 15, 2011

Acções...

... ao portador, ou ao domicílio...

(Ex)citação

BRICS avisam dólar, FMI e Banco Mundial

Os BRIC transformam-se ontem em BRICS juntando a África do Sul

e avisam que querem nova ordem monetária internacional

e mais poder nas instituições internacionais.

O mundo vai ter de se habituar à nova sigla

Jorge Nascimento Rodrigues (http://www.expresso.pt/)

Sexta feira, 15 de abril de 2011

A necessidade de um novo sistema monetário internacional menos dependente do dólar americano e em que a relação de forças dentro das instituições saídas do velho acordo de Bretton Woods (como o FMI e o Banco Mundial) e da ordem do pós 2ª Guerra Mundial seja alterada a favor das novas realidades geoeconómicas foram as duas tónicas principais de mais uma cimeira dos líderes dos quatro BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China - que, desta vez, agregou formalmente a África do Sul, e passaram a designar-se formalmente de BRICS (incluindo, no final do acrónimo, a primeira letra de South Africa, a designação em inglês). Os BRICS pretendem claramente afirmar-se como uma "plataforma" e avançar "pragmaticamente", lê-se no comunicado final. FMI (que, na mesma altura, se reunia em Washington), Banco Mundial e Conselho de Segurança das Nações Unidas são destinatários da posição conjunta destes cinco países do chamado mundo "emergente". Durante este ano, estes cinco países estarão presentes no Conselho de Segurança e prometem agir articuladamente. Agora reunidos em Sanya, na ilha chinesa de Hainão (que fica no Mar do Sul da China), um dos mais populares destinos turísticos na zona, os BRICS rebelaram-se, também, contra a especulação financeira nas commodities, exigindo uma maior regulação nesta área cuja volatilidade tem um impacto arrasador no campo alimentar e da energia, induzindo inflação importada e miséria em largas camadas da população. E, segundo os líderes dos BRICS, podem colocar em risco a retoma da economia mundial em 2011 e 2012. Estiveram presentes nesta première formal dos BRICS, o presidente chinês Hu Jintao, o primeiro-ministro indiano Manmohan Sing, a presidente brasileira Dilma Rousseff, o presidente russo Dmitry Medvedev e o "novato" Jacob Zuma, presidente da África do Sul.

Plano de ação detalhado

Reafirmaram o papel do G20 como fórum mundial de cooperação económica e apoiaram a decisão da Rússia de se candidatar a organizar a cimeira do G20 em 2013. Apresentaram inclusive um detalhado "plano de ação" de 23 pontos em 4 grandes rubricas. Entre outros pontos: reuniões formais periódicas dos representantes nas organizações internacionais em Nova Iorque e Genebra; reuniões dos ministros das Finanças e dos governadores dos bancos centrais em todas as ocasiões de encontros do G20 e de instituições como o FMI e o Banco Mundial; estudar a possibilidade de um acordo de agências "antimonopolistas"; cooperar no que designam por "economia verde"; estabelecer relações mais estreitas entre bancos de desenvolvimento; e criar um grupo BRICS dentro da UNESCO. Aproveitando a ocasião, os bancos de desenvolvimento dos BRICS aprovaram o estabelecimento de linhas de crédito mútuas denominadas nas moedas locais, e não mais no dólar americano. O diretor do Banco de Desenvolvimento da China (BDC), Chen Yuan, avançou que poderá emprestar até 10 mil milhões de renminbi (a moeda chinesa), cerca de € mil milhões, aos parceiros do "clube". Os russos do VEB - o banco de desenvolvimento do país - manifestaram interesse, desde logo, em recorrer a essa linha de crédito.

O que é o FMI?

O QUE É O FMI

Instituição monetária internacional, foi criada como uma “caixa (ou mala) de (primeiros) socorros”: todo o Estado em dificuldade poderia obter um empréstimo de divisas, em função da sua contribuição para o fundo.

O FMI foi criado em 1944 pelos acordos de Bretton Woods, que reestabeleceram o sistema de padrão-ouro, numa modalidade padrão-ouro-dólar, e na base de 35US$=1 onça de ouro, convertíveis.
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Em 1944, a 2ª Guerra Mundial ainda não tinha terminado. Mas já era claro que o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) tinha perdido, e que os Aliados (Estados Unidos, União Soviética, França e Inglaterra) tinham ganho. Por isso, embora o conflito militar continuasse (o criminoso lançamento das bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki mancha a Humanidade), os governos já discutiam o pós-guerra. E um dos principais problemas era como organizar a economia que, entretanto, mais se internacionalizara. Com o objectivo de discutir o funcionamento da economia no pós-guerra, 44 países promoveram uma grande reunião, em Bretton Woods, nos Estados Unidos. Na abertura da Conferência, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, falou da "criação de uma economia mundial dinâmica, na qual os povos de cada nação terão a possibilidade de realizar suas potencialidades em paz e de gozar mais dos frutos do progresso material, numa Terra abençoada por riquezas naturais infinitas". Por trás dessas belas palavras (mas falsas e carregadas de ideologia reaccionária), estava o interesse dos Estados Unidos em garantir o "livre comércio", sem barreiras para seus produtos, num momento em que era o único país “ocidental” em condições de dele beneficiar. Ao mesmo tempo que, assim, se facilitava os seus investimentos no estrangeiro e o acesso às fontes de matérias-primas e de energia, ditas infinitas. Os dois principais intervenientes na Conferência de Bretton Woods foram os Estados Unidos e a Inglaterra (delegação chefiada por Keynes), numa espécie de passagem de testemunho da segunda para os primeiros. No dia 22 de Julho de 1944 foi assinado o acordo de Bretton Woods, com três áreas: i) sistema monetário internacional, ii) regras comerciais, iii) planos de reconstrução para as economias destruídas pela guerra. E, a partir dessa conferência, foram criadas duas instituições: o Fundo Monetário Internacional (FMI), que começou a ter existência efectiva a 1 de Março de 1947, e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (mais conhecido como Banco Mundial), instalado em 27 de Dezembro de 1945. Segundo as afirmadas intenções, o Banco Mundial criado para financiar projectos de recuperação e construção de infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento económico, e o FMI teria a função básica de facultar recursos financeiros, como “caixa, ou mala, de primeiros socorros”, àqueles países que apresentassem défices nas contas externas, resultantes de conjunturas internacionais adversas, com o direito de acompanhar a gestão financeira do Estado em questão na execução de medidas julgadas necessárias pela instituição, ou seja, por quem nela comanda, medidas objecto de “cartas de intenções” pré-acordadas para se anexarem aos pedidos, e outras formas sofisticadas (e não raro capciosas) de ingerência nos assuntos internos desses Estados “em dificuldade”. Na prática, tanto o FMI como o Banco Mundial ganharam importância com a crise da dívida externa, nos anos 80, quando emprestaram ou autorizaram empréstimos apenas para os países que se dispuseram a adotar programas de ajuste de claro corte neoliberal. Quer o FMI, quer o Banco Mundial, são dirigidos por um "Comité de Governadores". Teoricamente, os governadores elegem o presidente do Banco Mundial e o director-geral do FMI, mas, na prática histórica, o presidente do BM é sempre dos Estados Unidos, escolhido pelo governo norte-americano, e o director do FMI é tradicionalmente um europeu... ocidental. O actual director do FMI é um francês, Strauss-Kahn, da área do Partido Socialista francês, muito badalado como candidato nas próximas eleições presidenciais. Os fundos do FMI vêm dos 182 países-membros. Dentro da lógica do sistema capitalista, manda quem tem maior quota.

FMI: distribuição de votos por países membros: EUA - 17,8%; Alemanha - 5,4%; Japão - 4,2%; Inglaterra - 6,2%; França - 4,5 %; Outros países desenvolvidos - 17 %; Rússia e outros países ex-socialistas - 7,1%; Países em desenvolvimento - 37,8% (deve sublinhar-se que a China já vai nos 2,9%, e a sua posição de maior detentora de reservas monetárias mundiais - de muito longe - alterará inevitavelmente esta percentagem, com todas as consequências inerentes!)


Os objectivos dos acordos de Bretton Woods tornaram-se evidentemente polémicos com a Guerra Fria, e é um facto que o FMI apoiou ditaduras militares favoráveis aos interesses das empresas e capitais dos Estados Unidos e da Europa ocidental e contra movimentos populares e de independência nacional, e os trabalhadores e seus direitos. Há argumentação falaciosa a favor do FMI dizendo que a estabilidade financeira é precursora da democracia (no seu conceito de classe), embora a História demonstre, com vários exemplos, que democracias ocidentais, ou países obrigados a seguir o “modelo”, não só não se desenvolveram como não conseguiram estabilidade financeira-monetária depois de receberem os empréstimos do FMI. Por exemplo, no Brasil, o FMI e o BM apoiaram, nos anos 60 do século passado, o governo da ditadura com dezenas de milhões de dólares de empréstimos e créditos que tinham sido negados negados a governos anteriores eleitos democraticamente. E este quadro (retirado da Wikipédia e relativo a 2000) parece elucidativo:

Vamos conversar?


quinta-feira, abril 14, 2011

40º aniversário da CGTP-IN

Recebido da direcção da União dos Sindicatos de Santarém:


SESSÃO COMEMORATIVA 40º ANIVERSÁRIO DA CGTP-IN LANÇAMENTO DO LIVRO “Contributo para a História do Movimento Operário e Sindical

– das raízes até 1977” 14 de Abril de 2011 – 18 horas

Sala de Leitura Bernardo Santareno - Santarém Inserido no Programa das Comemorações do 1º de Maio

Dia Internacional dos Trabalhadores


a USS/CGTP-IN, promove uma sessão comemorativa do 40ª aniversário da CGTP-IN no dia, local e horário acima indicados, estando já garantida a presença das seguintes personalidades:

Manuel Carvalho da Silva Fernando Gomes Kalidás Barreto Emídio Martins Daniel Cabrita Américo Nunes Sérgio Ribeiro Moita Flores

Na sessão de apresentação do livro “Contributo para a História do Movimento Operário e Sindical—das raízes até 1977”, usarão da pala-vra – além do Coordenador da USS/CGTP-IN - Sérgio Ribeiro e Manuel Carvalho da Silva. Pelas 20 horas, na Estação Zootécnica Nacional, no Vale de Santarém, realizar-se-á um jantar onde além das personalidades convidadas, irão participar dezenas de dirigentes e ex-dirigentes sindicais—alguns do processo fundador da Intersindical, da resistência ao fascismo e da fundação do regime democrático. Numa altura em que parece existir uma certa apetência em contar a História na perspectiva dos algozes, esta é uma excelente oportunidade para se constatar que a História é escrita pelos explorados e que a evolução das sociedades é o resultado das lutas pela dignificação do Trabalhador e, naturalmente, contra a ganância, a opressão e a exploração capitalistas. A sessão e o jantar são abertos à comunicação social.

A Direcção

Hoje, em Santarém

. . . . . . . Lá vou. A caminho...

Lutar, lutar sempre

A revolução não acontece! A revolução não tem data, dia, hora. Para se fazer, ou para ter sido feita. A revolução faz-se. Dia a dia. Hora a hora. Semeia-se, ao espalharem-se sementes; planta-se, quando se enraiza na terra, raiz a raiz, bolbo a bolbo. Conversando-se e informando-se, homem a homem, mulher a mulher. Por isso, não acontece revolução… mas acontecem momentos revolucionários em que tudo pode mudar, começando novos caminhos. Que se farão caminhando. Porque não aconteceu uma revolução. Criaram-se, revolucionariamente, condições para que a revolução continue por caminhos novos. Revolucionários. Como escreveu (mais ou menos…) José Gomes Ferreira- que era poeta e militante - as revoluções perdem-se quando os revolucionários desistem de lutar pelo aparentemente impossível, ou de alcançar a inacessível estrela, como cantava (em francês... e mais ou menos) Jacques Brel.










«... Et puis lutter toujours


Sans questions ni repos...»

Surpreendido... mas não confuso

Isto é a dialética! Salvo seja... É quando, e de onde menos se espera, saltam surpreendeentes (como é que lhes hei-de chamar?...) surpresas (não encontrei melhor, desculpem). Assim como preparar-se um cidadão para os malefícios do tabaco e apanhar com os benefícios do charuto. Aliás, como dizia o Rubem Fonseca - e logo no título -, deste mundo prostituto só guardo saudades do meu charuto.

Pois. "Zappingava" eu, e eis que apanho em amena cavacada, perdão cavaqueira, o meu velho professor Jacinto Nunes (de que guardo boas recordações de quando entrei para Económicas e o tive como docente), o que fez rejuvenescer e reganhar expectativas de ainda poder vir a ter algum tempo de antena dado que ainda tenho muitos anos à minha frente, o Joaquim Letria, outro velho conhecido (e de boa convivência) do Diário de Lisboa e outros sítios, um Torres Couto, com quem muito viajei Lisboa-Bruxelas-Lisboa, Lisboa-Estrasburgo-Lisboa, e outros polémicos lugares como O Jornal, o dr. Rui Machete, que era presidente da comissão parlamentar da AR onde se discutia o orçamento e outros documentos económicos e tinha muito respeito pelos deputados do PCP que lá tarefavam (muito justamente mais, muito mais, pelo Octávio Teixeira que por mim, que por lá passei só cerca de um ano em trânsito para o PE), mais um outro dr. economista, para mim só reconhecível pelo nome, Alípio Dias, porque nunca o conheci de perto nem mais mais magro nem menos careca.

Foi inesperadamente giro. E assustador.

Não se fala mais nisso - para além de três ou quatro apontamentos que não resisti a tomar... e a trazer para aqui. Disse o velho professor "Estamos há 10 anos a gastar mais 10% do que produzimos!", e eu pergunto Quem? e pergunto, também, não estamos há 10 anos a produzir, e a pescar e a semear, e outras coisas, bem menos que 10% do que podíamos? , e mais pergunto não aconteceu que, nestes 10, os que mais consumiam passaram a consumir muito mais relativamente aos que menos consumiam e muito menos consomem? Também achei piada aquele exemplo do Jaquim Letria de, nas primeiras vindas do FMI (apresentadas como um insomensurável sucesso pelo dr. Alípio, um "espectáculo"), em Belém se ter passado a servir vinho do Porto em vez de whisky! Boa... Ah!, é verdade, dr. Alípio, a propósito daquilo que não percebi muito bem dos generais, do Patton em particular, lembre-se que não foram os "americanos" que chegaram a Berlim mas foram os soviéticos. Os "americanos" nem tiveram tempo de bombardear Berlim antes de lá chegarem os seus "aliados" soviéticos, como fizeram em Dresden. Mas, sobre tudo o mais, é sobretudo um "encanto" ver e ouvir o Torres Couto a emergir como um grande pensador, prenhe de valores e princípios! E que bem fala o homem...

Para o que estávamos guardados...

quarta-feira, abril 13, 2011

JÁ agora...

Ao almoço, no reestaurante vizinho e hospitaleiro onde me actualizo em Correio da Manhã, estive... a almoçar e a actualizar-me.

Da edição de ontem, recortei esta "chamada" da 1ª página:


... e se ele fosse mandar nas finanças da Mátria em que parido foi?!

(isto dito com todo o cuidado para não ofender a Dinamarca e, muito menos, a mãezinho do distinto técnico, como se comprova pelo estilo redondo-literário que é usado!)

Ajustamentos estruturais

Nas décadas de 60/70 do século passado, ganharam triste notoriedade as intervenções do FMI nos novos países, saídos da situação de colónias através de lutas de independência nacional.

Chamavam-se "ajustamentos estruturais"(*), e configuravam, claramente (para quem queria ver...), formas de manter os novos países, alguns deles em rota de não-alinhamento e de estruturação socio-política não-capitalista, na órbita do capitalismo, em condições de neo-colonialismo económico com fachada de independência política.

Assim continua sendo, nesta fase de capitalismo, e sempre com endereço às periferias. às de sempre (geográficas), às de então (políticas), às novas (económicas e sociais).

De maneiras talvez mais sofisticadas, mais... eufemísticas!

Há alternativas! Há que continuar a luta contra o(s) colonialismo(s)!

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definição (eufemística) de ajustamento estrutural - "Conjunto de medidas de política económica destinadas a corrigir os desequilíbrios mais profundos de um país, dotando-o de estruturas, de mecanismos de funcionamento e de um sistema de preços idêntico ao do mercado mundial, tendo em vista a alteração, a longo prazo, das medidas adoptadas no domínio da produção e do investimento."

Reflexões lentas... a partir de "notícias"

Depois de dois dias na Covilhã, em que se mesclou de forma diria comovente um reencontro com uma amizade nascida há mais de 40 anos, em momento inapagável de vida e de luta política, com acção de comunicação e informação talvez um pouco atípica (para quem a promoveu e acolheu e para mim, que a ela fui convocado), aqui regresso, de passagem a rotinas que nunca rotineiras se tornam.

Actualizo-me, leio as "notícias", mastigo-as, algumas "agarram-me":

Banca deve menos dois mil milhões ao BCE Marta Marques Silva 13/04/11 00:05 ________________________________________


É a primeira queda mensal desde Novembro de 2010. Os bancos nacionais cortaram a factura junto do Banco Central Europeu (BCE) em dois mil milhões de euros, no mês de Março. De acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal, a instituições portuguesas devem agora 39,1 mil milhões de euros, naquela que é a primeira queda mensal desde Novembro. O BCE é, desde há quase um ano, a principal fonte de financiamento dos bancos portugueses mas Jean-Claude Trichet, presidente da instituição, já sinalizou por várias vezes a necessidade da banca diminuir a dependência do financiamento comunitário. Nos últimos meses, os bancos portugueses têm diversificado as fontes de financiamento, principalmente através do recurso à venda de activos com acordos de recompra e da titularização de carteiras de créditos. Em Janeiro, os bancos nacionais tinham 7,9 mil milhões em venda de activos com acordo de recompra, o que compara com 5,2 mil milhões no mês homólogo e 1,6 mil milhões em Janeiro de 2009.


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Paro para pensar.


Reflictamos um pouco.


Comecei por conhecer e usar - e, depois, estudar - os bancos como os locais, entidades, instituições, que substituíam os "pés-de-meia", os "fundos-de-colchão", as "gavetas-das-sobras", os sítios onde se depositavam as nossas "economias", para ficarem mais seguras. Também para desses depósitos do que era nosso, recebermos umas pequenas retribuições, variáveis segundo o tempo que possibilitávamos a essas entidades de usarem o que nosso era nas suas actividades. Ou seja, para emprestarem a outros o que a elas emprestávamos, recebendo também uma retribuição pelo que, sendo nosso, emprestavam a outros - ou a nós mesmos... -, isso sendo a sua vocação, disso fazendo o seu negócio.


Estou a escrever sobre "spreads", sobre movimentos que têm, agora, nomes esquisitos. Porque as coisas se foram complicando, como as denominações, como a vida, como as relações sociais. Mas não deixaram de ter essa matriz, de se fundarem no que é nosso, fruto do que tudo cria, do nosso/humano trabalho, e que, sendo nosso, outros usam em seu proveito e em nosso desfavor!


Por aqui fica, por agora, a reflexão.


terça-feira, abril 12, 2011

No centro do vulcão/pesadelo

Acontece acordarmos de pesadelos. Mas, hoje, está a acontecer-nos o contrário, ou uma coisa diferente. Não tivemos nenhum pesadelo durante o sono, mas acordámos para um pesadelo.

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Numa solarenta manhã, com uma vista esplendorosa sobre a Serra da Estrela e a cidade da Covilhã, cometi a imprudência de ligar a televisão do quarto. Para melhor acordar. E acordei. Para o pesadelo.

O noticiário inundou-me com a chegada a Lisboa dos técnicos do FMI (mais/ou da CE e do BCE). E um senhor, daqueles que está sempre a dizer-nos coisas, cuma linguagem para melhor nos explicar tudinho, falou-nos do Estado que "gastou à tripa forra". E um título de jornal atira-nos com a intenção do FMI de "travar a subida dos salários" e outros que «Portugal será o único país da "Europa" que não vai crescer economicamente».

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Fugi para o pequeno almoço porque tenho uma tarefa a cumprir.

A luta continua. E tem de ser alargada!

Olho à volta, aqui e agora, e sofro uma indiferença perante o "meu" pesadelo que me magoa e que muito magoará quem â minha volta está.

Mas... há alternativas nas suas mãos. E a luta continua. Contínua!

segunda-feira, abril 11, 2011

Alguns registos

Antes de partir para a Covilhã, alguns registos (fotográficos) para ajudarem à viagem (sem fotógrafa... e muito mais coisas!):




com


a Mariana e o Zé Casanova!

delírios e dislates - 22

Estão todos comigo? - pergunta(-se?) Sócrates.

domingo, abril 10, 2011

Um sentimento de pena...

... e de zanga!

É o que nos provoca a notícia que por aí anda que o candidato às presidenciais, há uns dias, a 23 de Janeiro, vai "voltar à política", como candidato pelo PSD às legislativas, e por Lisboa e para ser presidente da Assembleia da República.

O "independente", o "ético", o "apartidário" Fernando Nobre, que "convenceu" cerca de de 600 mil portugueses a votarem nele por ele ser... "aquelas coisas", assim se desmente a si próprio, de forma gritante (e gritada...). E assim se descredibiliza a política e desacredita a democracia, com o oportunismo e a mentira!

Até porque as próximas eleições não são para eleger um Zé ou um Paulo, nem o primeiro-ministro, nem o presidente da Assembleia da República. São para que, em cada círculo eleitoral, coincidente com os distritos do Continente, as Regiões Autónomos e círculos de emigrantes, os eleitores esolham os seus representantes na Assembleia da República.

Por mim, e por exemplo, vou escolher a lista de 10 deputados que irão representar o distrito de Santarém e com mais 220 irão compor a nova Assembleia da República. É só isto. E muito - para não dizer tudo - é!

O resto são enganos, ludíbrios, mentiras. Como aquela da "independência" e do apartidarismo", em que 600 mil compatriotas cairam, a começar pelos que, com entusiasmo, dedicação e ilusão, se entregaram à campanha de angariar votos para o dr. Fernando Nobre.

Amanhã e depois,

na Universidade da Beira Interior,

na Covilhã:



«Conferências

"O Pensamento Marxista"

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Geral Na UBI


Nos próximos dias 11 e 12 de Abril, às 14h00 e 10h15, respectivamente, decorrerão, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI (anfiteatro 7.21), duas conferências com Sérgio Ribeiro, ex-deputado e antigo eurodeputado e um especialista no pensamento marxista. Organizadas pelo Núcleo de Estudantes de Ciência Política e Relações Internacionais (NECPRI), as iniciativas têm como propósito colmatar lacunas relativas ao pensamento de Karl Marx, bem como incentivar o debate e promover uma melhor compreensão quer da história, quer da actualidade. As perspectivas que Karl Marx conclui pela análise do modelo capitalista do seu tempo, assim como as linhas para um novo paradigma, mudaram nitidamente a maneira como o fenómeno político se desenvolveu, de uma forma clara com a Revolução Bolchevique de 1917. Os próprios agentes políticos actuais ainda têm uma clara raiz do pensamento marxista na sua doutrina e no espectro do poder a sua contribuição foi bastante ampla.

A entrada nas conferências é livre. »


(do site da UBI)

Reflexão na manhã de domingo

Afirmamos que há alternativa para este caminho que, aos zigue-zagues provocados pela relação de de forças (sociais!), aqui, neste tempo e neste espaço - a este estado/estádio -, nos trouxe. HÁ!

Temos propostas concretas para impedir o agravamento da situação social, combater o desemprego e a miséria de tantos coexistente com a escandalosa euforia material de uns poucos, para travar o rumo, provocar rupturas, criar condições para avançar com a democracia (ainda que burguesa) a caminho do socialismo. TEMOS!

Há alternativa e há propostas concretas... concretização destas em termos práticos (e/ou temporais), é que são duas coisas completamente diferentes.


Uma, são as propostas, que realistas têm de ser, isto é, concretizáveis;


outra, são as formas e os prazos para as suas concretizações.


Ao socialismo chegaremos!


Quando e como, veremos! Depende de... nós todos. Das massas.