Acontece acordarmos de pesadelos. Mas, hoje, está a acontecer-nos o contrário, ou uma coisa diferente. Não tivemos nenhum pesadelo durante o sono, mas acordámos para um pesadelo.
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Numa solarenta manhã, com uma vista esplendorosa sobre a Serra da Estrela e a cidade da Covilhã, cometi a imprudência de ligar a televisão do quarto. Para melhor acordar. E acordei. Para o pesadelo.
O noticiário inundou-me com a chegada a Lisboa dos técnicos do FMI (mais/ou da CE e do BCE). E um senhor, daqueles que está sempre a dizer-nos coisas, cuma linguagem para melhor nos explicar tudinho, falou-nos do Estado que "gastou à tripa forra". E um título de jornal atira-nos com a intenção do FMI de "travar a subida dos salários" e outros que «Portugal será o único país da "Europa" que não vai crescer economicamente».
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Fugi para o pequeno almoço porque tenho uma tarefa a cumprir.
A luta continua. E tem de ser alargada!
Olho à volta, aqui e agora, e sofro uma indiferença perante o "meu" pesadelo que me magoa e que muito magoará quem â minha volta está.
Mas... há alternativas nas suas mãos. E a luta continua. Contínua!
24 comentários:
O que vale, é que mais sofrimento, menos sofrimento (geralmente com muuito esforço e Luta) os povos acordam sempre dos pesadelos.
A "indeferença" que vê à sua volta é o resultado prático de uma linha de oposição inconsequente,de convocação do protesto de 6 em 6 meses,NÃO,com o objectivo de servir os interesses populares, mas para servir uma táctica eleitoralista pequeno burguesa.
A "alternativa" que o PCP,o BE e até o MRPP, veja só, dizem que têm, ou seja o dito Governo "Democrático e Patriótico" não é democrático, nem patriótico,é simplesmente uma ALTERNÂNCIA REFORMISTA à ESQUERDA do actual quadro constitucional, que se propõe dinamizar e desenvolver o sistema económico capitalista e manter a exploração sobre o proletariado.
Sobre a proposta politica que fazem conjuntamente com os social-democratas RETARDATÁRIOS do BE, de Renegociação da DÍVIDA, em ALTERNÂNCIA à entrada do FMI, é mais outra que demonstra até que ponto estão empenhados em servir e salvar a pequena e média burguesia capitalista nacional.
Esperamos que os militantes destes partidos compreendam toda a dimensão politica destas propostas ditas PATRIÓTICAS e sigam o exemplo CORAJOSO que vem do povo da Islândia.
Ainda assim a "A CHispa!" deseja-lhe uma melhor disposição e mais clarividência para o resto do dia.
A Chispa!
A «coragem» do povo Islandês que muito devemos valorizar, nos actos de luta concreta de recusa do pagamento de dívida de bancos, não é ainda suficiente para organizar a luta pela alternativa do domínio imperialista da União Europeia, da Alemanha, da França e da Inglaterra.
Apesar da valorização que deveremos fazer, temos que estar mais atentos aos caminhos que a Islândia vai fazendo, pois a exposição às suas própria contradições é muito grande. Este é um exemplo em como a ausência de uma força política consequente poderá conduzir a soluções que põem em causa as legitimas aspirações e lutas do povo. Concerteza que a adesão à União Europeia e ao Euro não será o rumo da independência e do desenvolvimento que o povo islandês muito justamente ambiciona.
Sérgio,voltando ao tema do teu texto. «Travar a subida dos salários»? Só mesmo o FMI! É preciso ter lata! Como se os trabalhadores portugueses vissem os seus salários a subir. Bem pelo contrário, o que vemos é o mês a ter cada vez mais dias e o salário a terminar cada vez mais cedo.
Devemos estar atentos. É que o FMI, esses jornais, o PSD, o PS e o CDS, mais uma carrada de «boys» dos grandes banqueiros vestidos da pele de comentadores, estão empenhados na campanha contra o levantamento, a resistência à ingerência externa e a construção da verdadeira alternativa patriótica e de esquerda. O tal governo patriótico e de esquerda que conduzirá uma política que promova o crescimento económico, dinamize a produção nacional, crie empregos e valorize os salários, as pensões e os direitos dos trabalhadores e do povo.
O comentário de Ricardo O. sobre a Islândia revela de forma clara como aideologia revisionista aceita de forma submissa as decisões do FMI e ainda por cima tem dúvidas sobre a forma corajosa da resposta da Islândia aos ditames dos agiotas franceses e ingleses.
Sumissão e medo está incutido nas hostes do revisionismo que dele só é de esperar a derrota política dos trabalhadores portugueses.
Enquanto na Islãndia os agiotas ficam a ver passar os combóios, em Portugal os trabalhadores ficam desempregados, com as casas penhoradas e vendidas ao desbarato.
O papel das forças de esquerda é apenas a lamentação e considerar os usurários uns malandros.
Temos ainda que lutar contra anónimos achispalhados que vêm para aqui zurrar.
Pois eu estou doente!
Rui Rio “Clube dos Pensadores/Porto” disse (ontem) calmamente e com o seu habitual sorriso fascista e de parvo: - “todos os Regimes têm um fim, como já podemos verificar. Este também já terminou, agora vamos romper de vez com o que resta e traçar um outro!”.
É esta besta, o FMI, o desemprego, a fome, estes oportunistas que encabeçam partidos. Que raiva!
e o Mar aqui tão perto…
Grande BJ,bom trabalho e boa viagem.
GR
Por isso é que existe um consenso alargado para a adesão da Islândia à UE e ao euro?
Por isso é que o povo islandês elegeu para o respectivo govenro a social democracia?
Caro anónimo, essa insinuação da submissão ao FMI só pode vir de uma cabeça doente, incapaz de analisar a realidade onde vive e intervem.
Vejo que, de facto, o caro anónimo é um exemplo de tomar partido e de mobilização das massas.
Vejo que, caro anónimo, na incapacidade de valorizar o que tem que ser valorizado, criticar o que tem que ser criticado e rejeitar o que tem que ser rejeitado, ilude-se com aparentes «vitórias» e soluções que, por serem parciais, o não reconhecimento dessa mesma parcialidade conduz à desmobilização e ao descrédito.
Fico muito feliz por ver que o povo islandês foi capaz de se mobilizar em torno de questões concretas e com resultados positivos. Preocupa-me, e bastante, que não seja capaz de se mobilizar para combater e rejeitar a adesão e submissão à União Europeia dos grandes grupos monopolistas alemães, franceses, ingleses e holandeses...
Caro anónimo, informe-se, aprenda ler o que está escrito e não o que gostaria que eu, ou qualquer outra pessoa, tivesse escrito no sentido de dar força ao seu sentimento arcaico e anti-comunista.
Tanto trabalho e tanta nos esperam...
Aproveita esse ar despoluído e a vista para a Serra enquanto por aí estás.
Beijo e bom trabalho!
Chispa:
Muito bom! Material humorístico de primeira! :-)))
Ricardo O.
É verdade, a coragem do povo Islandês AINDA não foi suficientemente forte e apesar de não ter uma linha de oposição consequente, a sua atitude em relação à DIVIDA (é disto que estamos a falar) foi muito mais consequente do que aquela que o PCP e o BE propõem, ou seja a "renegociação",que a ser feita é apenas nos prazos de pagamento e não nos custos,mas que estarão sempre e em última análise dependentes da IMPOSIÇÃO do FMI, a atitude que se EXIGE é o não pagamento e a saída da UE como forma de defendermos a nossa SOBERANIA. É isso que o PCP e o BE não têm coragem para o fazer.
Quanto à atitude do povo Islandês em relação à sua entrada na UE, ela aí também não deixa de ser tão inconsequente como aquela que o PCP tem, ou seja, diz que está "contra" a UE, mas está sempre a EXIGIR mais APOIOS e SUBSÌDIOS para a burguesia portuguesa.Em que ficamos? Oiça a Ilda Figueiredo a este respeito que até mete os dedos nos ouvidos.
Quanto a dizer que o tal Governo "Democrático e Patriótico" conduzirá a um maior "crescimento económico e dinamizará a produção nacional" direi-lhe o seguinte:Por um lado dizem (e aí concordamos),nas vossas resoluções que a crise decorre porque o sistema económico capitalista atingiu os seus limites, na proposta de Governo que fazem propõem-se dinamizar o crescimento económico e promover a dinamização da produção nacional,no mesmo quadro económico constitucional capitalista.
Afinal onde está a coerência ideológica e politica entre estas duas posições contraditórias,atingiu ou não atingiu os limites, se atingiu, porque razão propõem uma nova dinamização do sistema económico capitalista?
Ricardo, o problema da economia capitalista portuguesa, não é de falta de produção, porque se o fosse, as fábricas não tinham encerrado e o problema do desemprego não existia. O problema está na PERDA de COMPETITIVIDADE e esta só pode ser readquirida se os custos de produção baixarem.Daí os ataques do governo aos direitos económicos e sociais dos trabalhadores, ataques esses que irão ser agora aprofundaddos pelo FMI, se NÓS NÃO NOS OPORMOS COM VALENTIA A ELES.
Um abraço para si.
A Chispa!
«PCP e o BE propõem, ou seja a "renegociação",que a ser feita é apenas nos prazos de pagamento e não nos custos,mas que estarão sempre e em última análise dependentes da IMPOSIÇÃO do FMI, a atitude que se EXIGE é o não pagamento e a saída da UE como forma de defendermos a nossa SOBERANIA. É isso que o PCP e o BE não têm coragem para o fazer.»
Caro Chispa, do BE não falo, mas aconselho-o a ler os documentos e propostas do PCP. Escusava de fazer afirmações que demonstram o desconhecimento e até a ligeireza de criticar sem saber o que critica.
Renegociar a dívida ou reestruturá-la não significa aceitar o FMI e os seus ditames, não significa apenas reduzir os juros a pagar, nem apenas os prazos. Também implica a recusa de pagar parte da dívida. Por exemplo, aquela que serviu para financiar a banca, aquela que resulta de juros especulativos, aquela que resulta das trocas desiguais no seio da UE, aquela que resulta da destruição de aparelho produtivo imposto pela Alemanha, França, Inglaterra, etc.
E já agora, falta de competitividade, para a Chispa, significa apenas custos salariais? E para a Chispa, não existe progresso social no desenvolvimento dos meios de produção? No crescimento da composição orgânica do capital não existe progresso social? A luta organizada dos trabalhadores não combate a tentativa do grande capital em agravar a exploração como forma de tentar contrariar
a tendência da baixa da taxa de lucro?
Caro Chispa e anónimos desta e doutras praças, antes de criticar procurem informar-se.
Muitos deixaram de acreditar na luta e chamam ao que alguns de nós acreditamos (cerca de 300.000 votantes), simplesmente, o «Pai Natal».
Para alguns, quando defendemos o que é justo, «é ser demasiado sério», pois «isto já deu no que tinha a dar».
Na verdade, os cerca de 300 mil que votam marcam uma diferença muito grande na nossa vida política.
O «ser sério» faz parte dessa mesma diferença.
Se a luta é um meio de vencer e chegar a algum lado, prefiro muitas vezes lutar e estar integrado naqueles 300 mil que votam no partido certo e responsável, do que me perder por uma vida sem sentido nenhum.
E a alternativa está na ponta... da luta...
Um abraço.
Ricardo
A posição correcta que o PCP devia de ter,é rejeitar a intervenção do FMI, e não propôr qualquer tipo de "renegociação".
Quem contraiu e enriqueceu com a DIVIDA foi a burguesia financeira e capitalista, eles que a paguem. Se o PCP não tomar esta atitude, está a tomar uma atitude RECUADA e nada comparável com aquela que o povo Islandês tomou.
Quanto á outra parte continuo a perguntar-lhe: Se o capitalismo atingiu os seus limites,(é porque já não consegue responder aquilo que você levanta) porque razão o PCP propõe uma nova dinamização do sistema económico capitalista? Ou você não concorda com o seu partido, quando ele diz que o CAPITALISMO ATINGIU OS SEUS LIMITES? NÓS CONCORDAMOS por isso alegamos que é uma perfeita UTOPIA procurar fazer regredir o capitalismo/monopolista à época pré-monopolista.
(A este respeito consulte o Blog "pelo-socialismo..." e leia o artigo do KKE-PCGrego com o seguinte titulo "Estratégia de Correção ou de Derrube do Sistema"
Porra! mas onde é que leu que o PCP não rejeita a intervenção do FMI? Acha que é com o FMI que devemos renegociar a divida? É com o credores, que não são o FMI. E para isso poderemos beneficiar, nós e os povos de outros países europeus em circunstâncias idênticas, em assumir uma posição de força contra os bancos e os ogvernos alemão, francês, inglês e alguns outros lacaios.
Leia as posições do PCP antes de as criticar!
Ricardo O:
"Leia as posições do PCP antes de as criticar!"
Ó Ricardo... e desde quando é que as posições do PCP têm seja o que for que ver com o "trabalhinho" sujo que "Chispas" e seus antecessores andam a fazer por cá há décadas?
Se o PCP, num golpe de humor, publicasse um qualquer comunicado que replicasse textualmente uma posição da "Chispa", sairia logo uma vogorosa e revolucionária denuncia... da escolha do papel, do tipo de letra... evidentes capitulações à burguesia por parte dos revisionistas...
Não vale a pena responder-lhes a sério... não passam de lacaios do mais rasteiro anticomunismo e de pobres humoristas sem plateia e sem graça! :-)))
Os poucos ligeiramente menos tresloucados e delirantes... e que "serviam" para alguma coisa, estão todos com belos tachos no PS e no PSD. :-)))
Abraço.
Por enquanto ainda se nota uma certa indiferença. Mas o que vem aí magoa e magoa mesmo. Talvez então as pessoas acordem.
Entretanto a luta continua e continuará.
Um beijo.
Os acérrimos defensores da linha do PCP insistem que aqueles que o criticam devido à sua política anti-leninista, não passam de lacaios do capital. Quem ocupa o seu tempo a ler os arigos de Lenine contra os seus adversários percebe de imediato que não era assim que Lenine lhes respondia mas com argumentos políticos que demosntram que a prática é o argumento mais correcto para provar quem tem razão. No caso do PCP basta ouvir as intervenções de J.de Sousa para se concluír com facilidade que o seu palavreado chocho e sem verve é próprio do revisionismo e contrário ao leninismo. Basta comparar um com o outro e ver a diferença.
Meus caros (isto é, todos menos os que "estão em saldo"...) -Estive "fora". Apenas me foi possível, ontem, na Covilhã, enquanto tomava o pequeno-almoço e esperava que me viessem buscar, colocar este "post". Depois... foi um dia "excessivo", que terminei exausto (mas cheio de força e alegria!), e hoje comecei o dia a ler estes comentários. Sinais... Chispas anónimos e anónimos chispas são ridículos nas suas paranóias anti-PCP. Fariam rir se as situações não fossem tão sérias. São, repito, sinais. Cumprem o seu papel histórico. Lenine e Cunhal escreveram exemplarmente sobre esse papel histórico de desviar a classe operária (e todos os trabalhadores) da sua vanguarda organizada, de perturbar a luta concreta nas situações concretas.
Só se vence a indiferença - a que se segue, nestas condições concretas, o desespero e a revolta - com a luta contínua, com a mobilização, com a ligação sempre mais coerente e consequente com as massas que somos.
E, olhem, bom dia, abraços e bom trabalho... que o FMI está aqui e é nestas condições concretas - que não se teve força para evitar - que a luta continua!
Caro Ricardo
Mas afinal o FMI é alguma instituição independente que age fora dos interesses dos governos imperialistas, françês, alemão,inglês, americano etc.etc.?
Mas o FMI não cumpre integralmente as ordens imanadas por estes governos, particularmente o americano?
Mas desde quando é que qualquer governo capitalista, português, grego, irlandês, espanhol ou outro qualquer desta dimensão tem capacidade para impôr o que quer que seja? Nem sequer as burguesias destes países(lacaias do imperialismo) estão interessadas em fazê-lo, porque afinal de contas as intervenções feitas pelo FMI nos seus respectivos países, são para defesa dos seus próprios interesses económicos e politicos.
A prova disto mesmo são as medidas que vão tomar em Portugal,por acaso há alguma medida que vá ferir os interesses económicos da burguesia portuguesa?
Quando o PCP propõe a ALTERNÂNCIA da "renegociação" não se está a opôr de facto à intervenção do FMI, apenas procura uma solução "menos dolorosa", aliás como faz em tudo aquilo que propõe, o Governo "Democrático e Patriótico" é um exemplo bem concreto dessa politca burguesa reformista já com BARBAS.
Esperamos que responda ao resto das questões que lhe colocamos, sobre a contradição dos "Limites do Capitalismo e a readinamização deste quando propõem o tal Gov.D.P"
Apenas para limpar o pó e o lixo com que se pretende invadir este cantinho:
"Alternância" é uma coisa, "alternativa" é outra. Têm etimológica e politicamente significados diferentes e até antagónicos.
"Governo patriótico e de esquerda" é uma expressão que não se confunde com "governo democrático e patriótico", e só por má fé se faz a confusão.
E nós a pensarmos que você o "tal especialista em Marxismo" vinha refutar as posições que A Chispa! colocou, mas ainda bem que só encontrou "má fé" nas diferênças existentes entre o Governo "democrático e patriótico" e o "patriótico e de esquerda" e não encontrou nos conteúdos politicos que sustentam tais alternâncias.
"Alternativa" é a ruptura com o sistema económico capitalista em vigor, "alternância" e o que de facto o PCP propõe é,aquela que apenas visa soluções à esquerda no quadro do sistema económico, mas que não ROMPEM com o capitalismo.
Quanto ao "lixo" de que fala, só espero que não tenha dado muito trabalho na Covilhã a varê-lo.
A Chispa!
Chispa, por muito que custe a si ou ao raio do tipógrafo que anda atrás de si, escreve-se «varrê-lo» e não «varê-lo».
Outra coisa, Chispa, porque razão tenta provocar aqueles que não se enquadram no seu modo de pensar?
Já experimentou procurar um blog mais do seu gosto?
É que esta coisa de intervir com comentários longos e repetitivos não parece lá muito saudável.
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