Extractos de uma espécie de diário (os "dias de agora"):
09.05.2011
Parti, um pouco “à aventura”, para Ferreira do Zêzere.
Ia, a convite da directora do agrupamento de escolas, para intervenção sobre a União Europeia, em iniciativa integrada numas parcerias com escolas estrangeiras
O “mail”, que recebi após a aceitação do convite, pouco esclarecia sobre o ponto do programa, apenas dizendo 11:00h – Centro Cultural – Dia da Europa. Mais nada. E nada de nomes ou outros pormenores sobre a iniciativa a que ia.
Procurei-os, ontem, na “caixa de 1ºs socorros” que é o Google, e nada encontrei.
Nem em tudo (?) sobre Ferreira do Zêzere, nem no respectivo “Agrupamento de Escolas”, nem na referência global ao “Projecto Coménius”.
Como dissera que sim… pus-me a caminho.
Assisti ao final da recepção aos visitantes (escolas de vários países, com professores e alunos), na Câmara, com discurso do respectivo presidente – pomposo e vácuo –, traduzido pedaço a pedaço, a troca de prendas, a algumas informações práticas.
Apresentei-me e fui encaminhado, com todo o grupo (numeroso e ruidoso, como é normal numas dezenas de jovens que se encontram), para as acções seguintes.
Cuja primeira foi ouvir um grupo escolar tocar o que foi chamado o “hino da Europa” e ver ser içada, com pompa e circunstância, a bandeira da União Europeia, as doze estrelas douradas sobre fundo azul.
A seguir, num vasto, agradável e repleto auditório, veio a celebração do “Dia da Europa”.
Ouvi mais umas coisas do presidente da Câmara, sobre “a Europa”, nos conceitos que julgará consensuais, e foi-me passada a palavra.
Com a calma e urbanidade possiveis, e entrecortado pela simpática professora em funções de intérprete, disse… muitas coisas!
Referi, entre outras que:
* quando tinha a idade da maioria dos presentes, o “dia da Europa” não era a 9 de Maio mas a 8 de Maio porque neste dia se comemorava o final da guerra no ano de 1945;
* nesse dia, tinha todo o cabimento o trecho da 9ª de Beethoven - e a ode à Alegria (e à Paz!) de Schiller -, que se diz ser hino da Europa e só o é da U.E.;
* recuso a etiqueta de eurocéptico mas assumo-me crítico da U.E., e apelei aos jovens para que nada aceitem sem criticar;
* a U.E. por mais que se alargue, nunca se justaporá à /substituirá a Europa;
* o €uro, pelo modo e ao serviço do que foi “construído” (tendo eu sido um dos 3 portugueses que votaram contra) foi um “desastre”, pelo agravamento das desigualdades e assimetrias, como então previmos e hoje se reconhece!
Mais disse!… e regressei a casa, cumprida a tarefa!
6 comentários:
Excelente, a explicação! É triste as pessoas não serem rigorosas...custa alguma coisa dizer Dia da União Europeia em vez de Dia da Europa?
Justine - Não é por acaso que as pesoas não são rigorosas...é por falta de rigor. E algumas dessas faltas de rigor não são nada inocentes.
A propósito, quem é que sabe porque é que dizem (não inocentemente) que o dia 9 de Maio, o dia de hoje, é o "dia da Europa"?
A esses níveis, as faltas de rigor não são nunca inocentes. Ainda bem que tu foste. O que disseste ficou de certeza nalgumas daquelas jovens cabecinhas ávidas de conhecimento. Ainda não me desapontaram os jovens (todos)
e disseste tudo Muito Bem!
como se diz na minha terra: "boca santa!" :)))
beijocassssss
vovómaria
E qual a reacção, pelo menos aparente, ao que disseste?
De qualquer modo as crianças (e porque não os adultos?) devem ter ficado mais esclarecidas/os.
Um beijo.
Algum miúdo há-de ter ficado a pensar...
Abraço.
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