Como empresário que sou (agora em muito pequeno part-time, depois de algumas bem sucedidas experiências... não do ponto de vista de multiplicar capital mas de aplicar poupanças), fui convidado para o jantar da respectiva associação. Jantares a que tenho assistido, e em que tenho ouvido oradores com quem nada me identifico. Desta vez, o orador convidado foi João César das Neves, professor da Universidade Católica. Por quem nutro uma particular discordância e explicável alergia. Desconhecidas por ele...
Com simpatia e deontologia, agradeci e recusei o convite, dizendo da minha incapacidade (porventura resultante da idade...) de estar a ouvir coisas com as quais discordo inteiramente, ditas com ar de quem conta "graças", com grande poder comunicacional, e não poder fazer mais do que não me associar ao aplauso que, decerto, iria culminar a sua oração... de sabença.
Pois aquele exemplar moderno do Tartufo (personagem de Molière, hipócrita, beato falso, diz o dicionário) fez, com o êxito habitual, o "seu número" de muita espuma, plumas e chistes, de que pensava ter-me livrado (ah! se fosse um debate "à séria", como eu gostaria!...), mas não me livrei de ler a notícia no jornal da terra, com algumas transcrições elucidativas.
Entre outras coisas, sobre o das Neves li que "numa análise bem disposta da crise, o professor da Universidade Católica comparou a situação de Portugal com a da Grécia, onde há manifestações". Isto na véspera de uma manifestação em Lisboa que encheu o Terreiro do Paço, com mais de 300 mil pessoas, gente, homens e mulheres, muitos deles a viverem dias muito difíceis, outros a tentarem que não sejam ainda piorem os dias futuros!
Aliás, sobre o tema, o das Neves disse, segundo a reportagem, que «aqui "não há manifestações de pobres", mas de "privilegiados que não querem perder os privilégios"». E mais disse, com a sobranceria e o desprezo com que encara a luta social, que "tivemos uma meia greve geral".
Pois bem, teremos a outra metade da greve à César das Neves" a 22 de Março, que será mais uma inteira e enorme GREVE GERAL, como foi gigantesca a manifestação de 11 de Fevereiro.
Mas gente como o economista (?) César das Neves só reconhece manifestações e greves completas quando há confrontos com a polícia, se queimam lojas, automóveis e prédios (atenção aos provocadores!). Não é a nossa maneira de fazer a luta. A luta que continua. Contínua
Assim queremos continuar!
5 comentários:
Denunciar fulanos como esse(ah como me apetecia usar um bom vernáculo para classificar o fulano)também faz parte da luta!
E como está bem denunciado...
Mas não seria possível, apenas no caso particular do das Neves, abrir uma excepção? Adorava ver alguém, que sabe um dos "privilegiados" que ele insulta... partir-lhe o focinho.
Abraço.
"quem sabe"
Como isto anda, se eu ficasse a dever este "m", sabe-se lá quantos alfabetos inteiros teria que pagar daqui por uns meses!? :-)
Abraço.
Como esse há muitos,infelizmente.
Como é possível tal comportamento de verdadeiro ultraje a quem sofre. E são tantos!!!!!!!!
Um beijo.
O das neves,para além de facho,revela um grande desconhecimento das condiçoes socio-económicas das massas que se manifestam e fazem greve.
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