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Em 1948, Marx e Engels cumpriram a tarefa de escrever o Manifesto,
Marx (e Engels) continuaram o seu trabalho, avançando e corrigindo-se na mesma linha de encargo, e nada completaram, no sentido de nada terem levado até ao fim.
Insiste-se, para sublinhar a virtude e não a imperfeição: não acabaram a "obra", não puseram uma bandeira no cimo do último andaime, ou um "fim" como última palavra numa última página.
O que deixaram foi muito e valiosíssimo material para nos ajudar, aos que queiram perceber o momento que vivem, como a ele se chegou, como nele intervir para que as transformações sejam humanizadoras.
Aliás, a importância dos manuscritos de Marx é, também, o serem uma ilustração da natureza e da forma como esse material é um contributo sempre vivo, nunca morto ou cristalizado. Só o Livro Primeiro de O Capital, com os seus três tomos, é da autoria integral e definitiva de Marx – em termos de obra acabada e de autor. Como se sabe, ou pode saber, todos os outros livros, o Segundo e o Terceiro, com os seus cinco tomos (2 + 3), são resultado de trabalho de Engels sobre manuscritos deixados por Marx.
E mais manuscritos ficaram por transformar – revistos, corrigidos, actualizados – em livro. Como só Engels o poderia ter feito. Mas também Engels era mortal. Pelo que, por outros terá de ser feito, e muito já o foi. E a ser feito continuará. Como e com a luta.
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3 comentários:
Que só o Livro I do Capital seja da autoria definitiva do Marx, tudo bem; que o livro II e III tenham resultado do trabalho de Engels, num certo sentido, tudo bem.
Mas alerto que esta formulação pode sugerir a interpretação exagerada e incorrecta de não atribuir a autoria integral (embora não numa forma definitiva) dos dois últimos livros ao Marx, tanto mais que o Engels, aliás de modo extremamente escrupuloso e seguindo estritamente as indicações do próprio Marx, se limitou a seleccionar, compilar e ordenar os textos do amigo (redigindo apenas muito residualmente, e assinalando explicitamente, uma ou outra nota de complemento ou clarificação do texto).
HM
HM - Longe de mim a intenção de beliscar a ortodoxia...
Eu, que ortodoxo me confesso!
Mas que uma coisa é o que Marx organizou e reviu e outra é o que, fidelissimamente, foi Engels trabalhado e organizado (ainda por cima com aquela letra...) é bem diferente.
Ao fim e ao cabo... tudo bem!
Saudações
E os nossos marxistas continuarão a estudar Marx e Engles e a adaptar os seus conceito ao tempo atual.
Um beijo.
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