quarta-feira, março 07, 2012

Ex-citação - "carreiras político-partdárias" e alternativas à austeridade

Em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, o dirigente da Associação Transparência e Integridade, Paulo Morais, alerta para a falta de transparência do processo de privatizações em curso e lembra que a ausência de fiscalização pode potenciar fenómenos de corrupção.


“As privatizações, até hoje, têm sido eivadas de uma opacidade quase absoluta. Até hoje houve três privatizações: o BPN foi a vergonha que se viu na nacionalização e agora também na privatização, a alienação do capital da EDP foi um processo completamente opaco, ninguém sabe exactamente o que se passou na transferência do capital que pertencia ao Estado português e que hoje pertence ao Estado chinês, e a própria REN é um processo que está por esclarecer”, adverte o antigo vice-presidente da Câmara do Porto.
Paulo Morais considera que a comissão parlamentar de acompanhamento do processo de privatizações está “ferida de morte”, porque todos os seus membros representam interesses, nomeadamente na privatização da EDP.
“Basta lembrar que nesta comissão o vice-presidente é o deputado Miguel Frasquilho, que pertence ao grupo bancário BES que assessorou os chineses na aquisição. Depois, o advogado Mesquita Nunes, do CDS, pertence ao escritório de advogados que acompanhou a EDP e o Governo neste processo de privatização. O deputado Pedro Pinto é consultor de duas empresas que dependem absolutamente da EDP.”
O vice-presidente da Associação Transparência e Integridade diz que resta saber se esses deputados quando estão na comissão parlamentar “representam o povo que os elegeu ou os diversos actores, bancos consultores, EDP, advogados, que lhes pagam”.


“Contratados como consultores porque são deputados”
Nesta entrevista à Renascença, Paulo Morais sustenta que o Parlamento é dominado por interesses de grandes escritórios de advogados.

“Estas pessoas são contratadas pelos escritórios de advogados, são contratadas como consultores porque são deputados”, acusa o professor universitário.
“Passa-se um pouco a ideia de que são grandes profissionais, com grandes competências, que vão para o Parlamento, mas não é nada disso”, sublinha, “são jovens que vêm da JSD, da JS, da Juventude Centrista e que, uma vez instalados no Parlamento, são capturados pelos escritórios de advogados e passam a trabalhar nesses escritórios de advogados por estarem na política”.


Renegociação das PPP "teria evitado os cortes nos salários"
Na opinião do vice-presidente da Associação Transparência e Integridade, “não há razão nenhuma” para que ainda não se saiba o valor dos compromissos das parceria público-privadas (PPP) e não terem sido renegociados os diversos contractos.

“O Governo já não tem, ao fim destes meses todos, desculpa para não pegar neste dossier”, salienta.
Paulo Morais, nesta entrevista à Renascença, diz que a renegociação atempada das PPP teria evitado os cortes nos salários da função pública, entre outras medidas de austeridade.

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Que fazer?
Estamos dominados pelo poder do dinheiro.
Continuar a luta é necessário, mas penso que devemos ser mais duros nas nossas ações.
A Greve Geral é uma boa forma de luta, mas os nossos opressores jogam no medo das pessoas. Oxalá ela seja bem conseguida.Quem me dera não ter água nem luz,em casa, nesse dia!!!!!!

Um beijo.