sexta-feira, abril 25, 2014

dias de agora: Hoje, é 25 de Abril, como sempre o é dentro de tantos de nós

(na véspera)

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Na Escola de Ourém, uma sala cheia, a minha “actuação” partilhada com um miliciano que participou no 16 de Março, e é diácono em Alcanhões, e com um camarada operário vidreiro, de 82 anos, o Júlio, que me conhece de 69, na Marinha Grande.

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Uma resenha inicial por uma professora de História, bem feita, interessante, e a leitura de um poema do Ary dos Santos, por uma aluna, que leu bem… mas que foi mal escolhido por ser demasiado longo… e só o Ary o tornaria à exacta medida, onde quer que fosse.

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Depois, a emoção da passagem do filme do arquivo da RTP, com a minha saída (e de todos nós!) de Caxias, após o que cada um dos convidados fez o "seu número".

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Não me saiu mal, para não me gabar…, e a malta portou-se muito bem o que é, sempre, o teste definitivo.

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Almoço a correr e, a correr, a ida para Fátima, para o Colégio Sagrado Coração de Maria.

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Como sempre, muito bem recebido para “actuar” a solo.

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Antes, um coro a cantar duas canções do Zeca e a Gaivota, “homenagem” ao convidado, coro que, com pena, vi partir para as aulas e me  deixou com a sala cheia dos “mais pequeninos” e alguns professores e o director, que me pareceram, num ou dois casos, terem vindo ver “como era” e "o porquê" do convite reiterado a este personagem…

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Foi uma sessão muito animada, com a introdução adaptada às idades e muita muita conversa a partir de perguntas expontâneas em catadupa.

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Duas questões retive, por serem novidade, sobre o erro e o arrependimento.

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Foi muito interessante e, mais uma vez, fui rodeado de muito carinhosas e simpáticas atenções.

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Registo o “regresso”, embora precário, da Ana Rita Borga como professora, e o encontro com a Eliana, a professora que fez uma (boa!) tese de mestrado sobre o Aljube, a quem ajudei com informações em conversas e documentação, e que gostaria de ver avançar para doutoramento.

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Ainda tive, em Fátima, um intervalo de encontro muito amigo (sempre com emoção) com a Teresa e a Sílvia Camilo e uma parente, para se falar do Lopes Graça, e ouvir coisas que não compreendem – e não aceitam, enquanto eu compreendo e por aí me fico... – por parte do Partido.

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Corri, depois, para Ourém, para as “aulas” semanais na Universidade Sénior, mas apenas dei uma por ter faltado à primeira.

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E foi mais uma conversa sobre o 25 de Abril e a sua “escrita” e memória e futuro.

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Fui à sessão  de jazz no Museu dedicada ao 25 de Abril, com pouquíssima gente – que pena! – em que tocaram o Acordai e a Mãe-Pátria do Graça.

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Foi bonito… e pena!

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Com o dia tão cheio, tantas emoções e… cansaço, resolvi poupar-me às comemorações ditas oficiais… com o António José Seguro.

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25 de Abril de 2014

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância 
                                           do tempo

Sofia

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Mas há que nunca esquecer os antes, os porquês, os depois…

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Como este homem, Bento de Jesus Caraça, parece tudo ter adivinhado (em 1933!)

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Em A Cultura Integral do Indivíduo:


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E, virando a página, e tendo a lucidez de ver que “a nossa época” não se confina e mede em dias, semanas, meses, anos, só em décadas que se inserem em séculos e milénios:



E vou para a Festa, para mais abraços emocionados, lembrando muito daqueles que já não posso abraçar, mas certo de que abraçarei muitos já nascidos depois de 25 de Abril de 1974 e que o têm dentro de si e da sua/nossa luta.

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

A leitura deste teu post fascinou-me pela beleza, clareza, emoção com que falaste deste teu dia de ontem, que foi também uma linda homenagem ao 25 de Abril.
O texto de Bento de Jesus Caraças que intercalaste é de uma clarividência extraordinária e. além disso, faz-nos retomar a esperança pois nos mostra que, apesar dos desaires, a nossa luta dá sempre um passo em frente.
Um grande abraço e 25 de ABRIL SEMPRE.