(na véspera)
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Na Escola de Ourém, uma sala cheia, a minha “actuação” partilhada
com um miliciano que participou no 16 de Março, e é diácono em Alcanhões, e com um camarada operário vidreiro, de 82 anos, o Júlio, que me conhece de 69, na
Marinha Grande.
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Uma resenha inicial por uma professora de História, bem feita,
interessante, e a leitura de um poema do Ary dos Santos, por uma aluna, que leu
bem… mas que foi mal escolhido por ser demasiado longo… e só o Ary o tornaria à
exacta medida, onde quer que fosse.
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Depois, a emoção da passagem do filme do arquivo da RTP, com a minha
saída (e de todos nós!) de Caxias, após o que cada um dos convidados fez o "seu número".
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Não me saiu mal, para não me gabar…, e a malta portou-se muito bem
o que é, sempre, o teste definitivo.
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Almoço a correr e, a correr, a ida para Fátima, para o Colégio
Sagrado Coração de Maria.
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Como sempre, muito bem recebido para “actuar” a solo.
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Antes, um coro a cantar duas canções do Zeca e a Gaivota, “homenagem” ao
convidado, coro que, com pena, vi partir para as aulas e me deixou com a sala cheia dos “mais
pequeninos” e alguns professores e o director, que me pareceram, num ou dois
casos, terem vindo ver “como era” e "o porquê" do convite reiterado a este personagem…
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Foi uma sessão muito animada, com a introdução adaptada às idades e
muita muita conversa a partir de perguntas expontâneas em catadupa.
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Duas questões retive, por serem novidade, sobre o erro e o
arrependimento.
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Foi muito interessante e, mais uma vez, fui rodeado de muito carinhosas e simpáticas atenções.
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Registo o “regresso”, embora precário, da Ana Rita Borga como
professora, e o encontro com a Eliana, a professora que fez uma (boa!) tese de
mestrado sobre o Aljube, a quem ajudei com informações em conversas e
documentação, e que gostaria de ver avançar para doutoramento.
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Ainda tive, em Fátima, um intervalo de encontro muito amigo (sempre com emoção) com a
Teresa e a Sílvia Camilo e uma parente, para se falar do Lopes Graça, e ouvir
coisas que não compreendem – e não aceitam, enquanto eu compreendo e por aí me fico... – por parte do Partido.
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Corri, depois, para Ourém, para as “aulas” semanais na Universidade Sénior, mas apenas
dei uma por ter faltado à primeira.
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E foi mais uma conversa sobre o 25 de Abril e a sua “escrita” e
memória e futuro.
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Fui à sessão de jazz no Museu
dedicada ao 25 de Abril, com pouquíssima gente – que pena! – em que tocaram o Acordai
e a Mãe-Pátria do Graça.
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Foi bonito… e pena!
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Com o dia tão cheio, tantas emoções e… cansaço, resolvi poupar-me às
comemorações ditas oficiais… com o António José Seguro.
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25 de Abril de 2014
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância
do tempo
Sofia
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Mas há que nunca esquecer os antes, os porquês, os depois…
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Como este homem, Bento de Jesus Caraça, parece tudo ter adivinhado (em
1933!)
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Em A Cultura Integral do Indivíduo:
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E, virando a página, e tendo a lucidez de ver que “a nossa época”
não se confina e mede em dias, semanas, meses, anos, só em décadas que se inserem
em séculos e milénios:
E vou para a Festa, para mais abraços emocionados, lembrando muito daqueles
que já não posso abraçar, mas certo de que abraçarei muitos já nascidos depois de
25 de Abril de 1974 e que o têm dentro de si e da sua/nossa luta.
1 comentário:
A leitura deste teu post fascinou-me pela beleza, clareza, emoção com que falaste deste teu dia de ontem, que foi também uma linda homenagem ao 25 de Abril.
O texto de Bento de Jesus Caraças que intercalaste é de uma clarividência extraordinária e. além disso, faz-nos retomar a esperança pois nos mostra que, apesar dos desaires, a nossa luta dá sempre um passo em frente.
Um grande abraço e 25 de ABRIL SEMPRE.
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