A vergonha dos 500 euros
Nicolau Santos
Um Governo que há três anos hesita em
aumentar o salário mínimo de 485 euros para 500 euros - devia ter vergonha!
Patrões de empresas que dizem que não podem
pagar um salário mínimo de 500 euros - deviam ter vergonha!
Empresas que só conseguem sobreviver se
pagarem salários abaixo dos 500 euros - deviam ter vergonha!
Um deputado da maioria que diz que o seu partido não quer salários baixos
mas competitividade alta faz trocadilhos com as palavras - e devia ter
vergonha!
Um deputado da maioria que diz que para aumentar o salário mínimo é preciso
pedir autorização prévia à troika não só se está a menorizar a si como ao
Governo e ao país - e devia ter vergonha!
Todos os parceiros da concertação social que andam há três anos a discutir o
aumento do salário mínimo nacional em 15 euros - deviam ter vergonha!
Um primeiro-ministro que antes considerava que quando o desemprego é muito
elevado se deve baixar o salário mínimo e agora diz-se disposto a aumentar o
salário mínimo apesar do desemprego continuar muito elevado - devia ter
vergonha!
Um primeiro-ministro que agora aceita discutir o aumento do salário mínimo
mas com condições está no fundo a protelar a decisão e a encanar a perna à rã -
e devia ter vergonha!
Toda esta discussão envergonha o Governo, a classe política, a maioria e a
oposição, os parceiros sociais, os cidadãos, o país! Um debate sobre um aumento
de 15 euros que se arrasta há três anos relativo a um salário mínimo que é o
mais baixo da Eurolândia é um enxovalho e uma vergonha para todos nós!
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Sim!
"boa malha!",
mas não só falta de vergonha,
também posição de classe!
(isto digo eu...
que marxista me confesso,
graças a Marx e a outros)
7 comentários:
O Nicolau Santos tem toda a razão até a perder quando ingora que há sindicatos de classe e um Partido de classe (e com classe) que não anda há três anos a discutir esse aumento. Esses sindicatos e esse Partido andam há muito mais de três anos a exigir a valorização dos salários e dos direitos dos trabalhadores e a contratação coletiva. Um jornalista de reconhecido mérito afirmar que governo, (todos os) sindicatos e (toda a) oposição são iguais - devia ter vergonha!
Há muita gente sem vergonha!
Estou completamente de acordo com o Ricardo Oliveira.O Keynesiano faz parte dos que procuram transmitir a idêia de que sao todos iguais.
Um beijo
Tens toda a razão, Ricardo.
Mas não seria tão duro para o NS... ele não tem a perspectiva de classe. E keyneseano de confessa.
A "classe política", "toda a oposição", "todos os sindicatos" é terminologia que revela sempre a não consideração do que, para nós é vital (e claro) a ausência da perspectiva de linha de clivagem. De classe.
Mas, e é importante, hã com quem se possa conversar (e aprender) não obstante as diferenças!
Abraços
Tens toda a razão, Ricardo.
Mas não seria tão duro para o NS... ele não tem a perspectiva de classe. E keyneseano se confessa.
A "classe política", "toda a oposição", "todos os sindicatos" é terminologia que revela sempre a não consideração do que, para nós, é vital (e claro): a ausência da perspectiva de linha de clivagem. De classe.
Mas, e é importante, há com quem se possa conversar (e aprender) não obstante as diferenças!
Abraços
Querido camarada Sérgio
Felizmente já estou melhor. Com o tratamento com "laser" recuperei a visão, até está mais nítida. Mas não posso abusar.
Só mais uma palavra. Todos os que consideram uma vergonha o que se está a passar neste país(mais que vergonha acho eu) esquecem-se de analisar o porquê (isto também penso eu que considero que o socialismo preconizado na nossa Constituição é o futuro).
Um beijo.
Com as já assinaladas ressalvas… é muito bom!!!
Abraço.
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