domingo, abril 13, 2014

Ido colher a "dias de agora", que são os (meus) dias que de agora são

08.04.2014 a 12.04.2014
(em retrospectiva a 13.04.2014)

Uma semanita em cheio, que não deu para aqui vir mas que tem de ser registada, para isto, estes "dias de agora#, cumprir o seu papel… impresso.

&-----&-----&

Logo na 3ª feira – 08.04 – (...) andei em trabalhos de “pôr coisas em ordem" (e não coisas minhas...).

(...)

&-----&-----&

Pouca, ou nenhuma disponibilidade (sobretudo de espírito), para outras andanças.

&-----&-----&

4ª feira, foi o dia de cruzamentos, a Zé para cá e eu para lá, para a visita da Universidade Sénior de Ourém ("cadeira" de cidadania) à AdaR.

&-----&-----&

Numa ida a Lisboa em que não deu sequer para ver os netos visitáveis em Lisboa!

&-----&-----&

Estive ocupado nessa vista, em que o deputado nosso do distrito se portou impecavelmente (como eleito do distrito, nosso representante portanto), e que teria sido muito positiva.

&-----&-----&

Pena não se ter seguido uma “aula” para melhor esclarecimento de algumas situações em que a democracia é verdadeiramente agredida aos olhos dos cidadãos (e  eleitores) em visita à AdaR pela imagem que dela dão os eleitos.

&-----&-----&

Depois de uma manhã informativa interessante e agradável, a assistência ao plenário tornou-se num período muito negativo, dada a sessão sem interesse e o comportamento da maior parte dos deputados.

&-----&-----&

Por exemplo, do PS chegaram a estar na sala apenas 9 deputados (são 74!), e em conversa de cavaqueira, com as costas voltadas e os  ouvidos moucos para os outros, para o que se passava no hemiciclo!

&-----&-----&

Dos nossos, estiveram sempre entre 11 e 12 (sendo14, dos quais um é o Jerónimo e outro o Francisco Lopes)!

&-----&-----&

De qualquer modo, foi um dia positivo (para meter no power point…)

&-----&-----&

Depois dos cruzamentos, encontrámo-nos no Zambujal, em casa…

&-----&-----&

Eu, um bocado cansado e repeso por não ter visto os netos.

&-----&-----&

5ª feira, 10, apareceu-me como um dia de pausa, que nem teve muito descanso.

&-----&-----&

Andei num virote, embora em circuito fechado, ou circulo apertado – Zambujal-Ourém e volta.

&-----&-----&

Fiz coisas e telefonemas.

&-----&-----&

É de indispensável registo a “intervenção”, via skype, na conferência da reunião sindical galega. em Pontevedra, para que tinha sido convidado e a que não fui, mas eles lá arranjaram esta via toda modernaça.

&-----&-----&

Foi uma experiência nova a juntar a tantas outras.

&-----&-----&

Enderecei mais uns “A crise da Europa”, e tive algumas reacções muito compensadoras.

&-----&-----&

Depois, farei o balanço.

(...)

&-----&-----&

Uma 5ª feira sem sem "aulas" e sem teatro â noite, o que estranhei mas não me soube mal.

&-----&-----&

A propósito de teatro, recebi a resposta ao meu mail para o Clube Estefânia, a endossar-me, muito camaradamente, para a Fernanda Lapa, a quem têm entregue a gestão dos palcos; assim farei. 

&-----&-----&

Depois, veio 6ª feira, para que tinha a ida a Pontevedra – de que “abdiquei”, embora me tivessem forçado à vídeo-conferência –, a celebração do 25 Abril nas Caldas- com o Manel e o Zé Santa – e a reunião do GTEM (Grupo de Trabalho de Economia Mundial) na Soeiro, tendo chegado a pensar conciliar as duas últimas. 

&-----&-----&

Mas seria demasiado violento e desisti, tendo enviado uma contribuição escrita, a partir do papel enviado pelo Albano, sobre a última reunião, de há 2 meses.

&-----&-----&

Foi esta, de que não tive (ainda) eco:

Duas anotações de rigor
·         Centralização e concentração do capital
Parece-me que, quando se escreve sobre centralização e concentração de capital, no contexto em que o fazemos, deveríamos sublinhar que tal expressão é usada enquanto expressão material de uma relação social que é a essência da formação social capitalismo.
·         Arquitectura das organizações internacionais
Insisto na necessidade de, ao referir-se Bretton Woods, ter de ter presente que em B-W apenas (!) se criaram o FMI e o BM. No capitalismo à escala planetária, ou na mundialização do capitalismo, a correlação de forças a esse nível (intra-classe e entre as classes) tem passado por várias etapas, no que, em 1979, um outro GEM (Grupo de Economia Marxista), ligado à ULBruxelas, escreveu um chamado Contraprojecto para a Europa (editado em português em 1982, Estampa, 457 páginas) em que se desenha a formação de um mecanismo único transnacional, que tem vido a ter várias expressões (formais e informaissempre com base nas ligações monopólios transnacionais àß superestruturas internacionais àß Estados nacionais, e é interessante anotar, nestes dias, a passagem do G8 a G7, como começara por ser, depois de se ter estendido a G20. Por outro lado, ou num outro plano, a ”arquitectura” das organizações internacionais não (ou menos) explicitamente de dominação capitalista passa pela estrutura das Nações Unidas, onde as correlações de forças (insisto: intra e inter-classes) têm uma enorme importância como foi o caso do percurso do GATT e da sua passagem (mas só depois da queda dos países socialistas a Leste da Europa) a OMC, isto é, de acordo a organização, o que não é despiciente.  
_________________________________________
Três observações, ou contributos de reflexão nascida ou incentivada nestes dois meses de intervalo:
·         Ucrânia – papel de U.E. à eleições e correlação de forças
Julgo de sublinhar na enorme importância do que se passa naquela zona, que coloca em risco, de novo, a paz mundial, a responsabilidade da U.E. – até tendo em vista que a Ucrânia não fazia sequer parte dos “potenciais candidatos” a alargamento, como se pode retirar dos documentos oficiais em que estes são enumerados. O “episódio”, cujo prolongamento e agravamento provoca crescente preocupação, levanta, no que respeita à economia mundial,  questões de grande relevância, a partir da fontes de energia e das dependências cuja “contabilidade” é muito difícil de fazer.
Estas questões ganham maior oportunidade e relevo com a proximidade das eleições, que assim passam a ter – também – uma outra importância pelo que podem reflectir de correlação de forças existente, quer a nível institucional(izado), quer ao nível das massas. 
·         “Arquitectura” - países emergentes
Para além da “anotação sobre o rigor”, a passagem de 7 a 8, de 8 a 20, de 20 a 7 , e as questões de “arquitectura das/nas organizações internacionais”, a NATO e as Nações Unidas tornaram-se instâncias  onde os chamados países emergentes  passaram a ter ou a influencia de fora de forma crescentemente determinante. Da bipolarização passou-se à pretensão unipolar em tríade, e estamos (estaremos) a caminhar para uma multipolarização. Os “BRICS” terão ganho nova expressão com a importância económica na D.I.T. da China, de recentes ex-colónias, com a não pacífica submissão da “nova Rússia” aos ditames norte-atlânticos, como se começou a observar nas “primaveras árabes”, Síria e médio oriente e, agora, Ucrânia. Como maior país do planeta, com a “herança soviética” de poderio económico e militar para onde balanceia a Rússia desequilibra. E está a desequilibrar.
·         A extrema direita e as “massas”
Relacionado com as reacções das “massas” à(s) crise(s) do capitalismo e fugindo a simplistas analogias históricas, o ascenso da extrema direita é preocupante, pela subjectividade nas lutas que traduz e pelos seus reflexos em termos eleitorais.
Na ausência ou fragilidade no combate ideológico das vanguardas (organizações políticas e sindicais de classe), as próximas eleições para o Parlamento Europeu poderão criar uma situação que muito nos deveria preocupar, cuja seria a de o Grupo em que nos integramos ganhar peso quantitativo mas perder força como força de combate consistente (de classe) à estratégia capitalista de que a U.E. é elemento fulcral e, por outro lado, a extrema direita (francesa, austríaca, e mais) aparecer, perante as massas, como a “força política” que se opõe à U.E., ao federalismo, em nome de um perverso nacionalismo xenófobo e racista.
Estas são reflexões que gostaria de vos colocar de viva voz. Aqui as deixo.

&-----&-----&

Ali as deixei!... e nada mais ainda sei.

&-----&-----&

Lá fomos, a caminho das Caldas, com passagem por Óbidos, por casa do Manel, e com jantar a anteceder (e a preparar) a sessão.

&-----&-----&

Tudo correu bem, o que não quer dizer muito bem, ou excelente…

&-----&-----&

A sala da Biblioteca Municipal cheia, o programa integrado numa comemoração patrocinada pela autarquia e partilhada (separadamente) pelas forças política, a assistência interessada, um bom ambiente, para que terão contribuído as nossas (os três moderados pelo Zé Carlos, e mais um casal de piano masculino e voz feminina a acompanharem o Manel e o Samuel) participações.

&-----&-----&

E muitas preocupações!..., que não nasceram ali, evidentemente, mas que ali vieram ao de cima.

&-----&-----&

Da parte dos assistentes… mas também da parte de quem teve a tarefa de animar a celebração.

&-----&-----&

O tempo histórico é de grande perturbação, de muita revolta mesclada de resignação e medos, muitos medos.

&-----&-----&

Estamos perante um perigoso “caldo de cultura” fascizante que não se pode confundir com fascismo, porque há uma correlação de forças que resiste, nalgumas paragens organizadamente, colectivamente, de classe, noutras desorientada e expontânea, ao nível do individual, mas esse “caldo de cultura” existe e provoca medos!

&-----&-----&

(...)

No sábado, regressámos a casa e aqui, em casa e aqui, nestes dias de agora, passámos um resto de dia calmo, tranquilo, de alguma recuperação.

&-----&-----&

Mas também (sempre!) de balanço.

&-----&-----&

E sou instado a transcrever um pedaço do Bento de Jesus Caraça (A cultura integral do indivíduo, 1933/39), que resisti a ler nas Caldas da Raínha (ou que não encontrei forma aceitável de introduzir no debate), mas que deve ser muito repetido, particularmente nestes dias de lembrança do 25 de Abril:

«O poder revolucionário de uma idea mede-se pelo grau em que ela interpreta as aspirações gerais, dadas as circunstâncias do momento em que actua.
(…)
A vitória de uma idea revolucionária significa, na época em que se dá, um acomodamento momentaneamente estável, mais perfeito que o anterior, entre as forças em presença; significa quês e deu um novo passo no sentido de subtrair o colectivo à tirania do individual; sentem-no bem as massas, que, nessas épocas de comoção dos fundamentos da sociedade, se lançam, numa explosão de entusiasmo, ao assalto do corpo decrépito e parasitário que sobre elas vive. 
Mas a sua falta de reparação cultural, o não reconhecimento de si mesmas como um vasto organismo vivo e uno, torna-as incapazes de levar a sua obra mais além da destruição do passado; impossibilita-as de proceder à construção da ordem nova que a sua revolta preparou.
(…)»

&-----&-----&

E continua, para além das reticências – dos (…) –, com um texto que é, diria sem hesitar, de leitura obrigatória.

&-----&-----&

Assim cheguei ao domingo, ao dia 13, que é o de hoje.

&-----&-----&


Nestes dias de agora!

E aqui!

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Que semana tão cheia de trabalho tão produtivo!!!Que vida tão completa a tua!!!!
Deste post, além de mais uma vez sentir quanto te admiro, ficou-me também as palavras de Bento de Jesus Caraça, que tão bem se aplicam aos dias de hoje.
Ando um bocadinho adoentada e portanto com pouca vontade de ler o teu presente,que tanto me agradou, mas vou recuperar e readquirir a minha força de
vontade. Também já vou para os 82 e sinto um certo cansaço e, talvez, desânimo.

Um beijo.